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Bombeiros resgatam mãe e filho de escombros após desabamento de casa no Rio

Mulher de 21 anos e filho de 3 foram resgatados quatro horas após o desabamento, que aconteceu em Curicica. Imóveis vizinhos passam por avaliação de risco pela prefeitura

12 ago 2019 - 10h11
(atualizado às 19h48)
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RIO - Uma mulher de 21 anos e seu filho de três anos ficaram soterrados por quatro horas depois que a casa em que moravam, na zona oeste do Rio de Janeiro, desabou na manhã desta segunda-feira, 12. Os dois foram resgatados com vida por bombeiros e passam bem. Outras quatro pessoas estavam no imóvel, mas conseguiram sair antes sem ajuda. Até a noite desta segunda não havia informações sobre as causas do desabamento. Quatro casas vizinhas foram interditadas pela prefeitura, que avalia se elas também estão sob risco de desabar.

Consciente, Raiane gravou um áudio pedindo socorro e enviou para o grupo de Whatsapp de mães da escola onde Nicolas estuda. "Gente, pelo amor de Deus, a minha casa caiu em cima de mim e o meu filho está gritando. Alguém manda uma ambulância, por favor", avisa Raiane na mensagem.

A casa de quatro andares fica na Rua Cordeiro do Rio, na Vila Sapê, em Curicica, à margem do Rio Guerenguê. Foi construída há cerca de três anos pelo dono do imóvel, o autônomo Uildes Alves Martins, de 41 anos. Ele se mudou da Bahia para o Rio há 15 anos e decidiu reunir a família nesse imóvel, construído para abrigar sete pessoas. Os moradores eram ele, a mulher, duas filhas e um neto, além do pai de Uildes e de um irmão mais novo dele.

O desabamento ocorreu por volta das 6h40, e os bombeiros foram acionados às 6h43. Nesse momento havia seis pessoas na casa (o pai de Uildes, o aposentado Antônio Alves Martins, de 62 anos, não estava. Só Raiane Silva Martins, filha mais nova de Uildes, e seu filho Nicolas ficaram presos nos escombros.

Mesmo antes da chegada dos bombeiros, o pai de Raiane, desesperado, tentou resgatar a filha e o neto dos escombros. Chegou a cavar em meio aos escombros, mas, quando os bombeiros chegaram, afastaram o homem, por segurança. Os bombeiros precisaram trabalhar até às 10h25 para resgatar Raiane. Ela foi a primeira a ser retirada dos escombros, porque estava mais perto da superfície. Nicolas foi retirado cerca de meia hora depois.

Durante o resgate, Raiane conversou com os bombeiros. "Ela estava bem, lúcida, conversando com a gente o tempo todo, mas muito nervosa. Estabilizamos, colocamos oxigênio, mas para nossa surpresa a criança não estava com ela. Ouvimos o choro, mas era um choro de medo. Fomos seguindo o som e achamos a criança num colchão. Ela estava protegida por um bolsão de ar sob uma laje", contou o comandante do Grupamento de Busca e Salvamento dos bombeiros, tenente-coronel Rodrigo Bastos.

Raiane e o filho foram levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (zona oeste). Raiane foi submetida a uma tomografia na altura da bacia, e passa bem, assim como Nicolas.

Imóveis foram interditados

A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública, determinou a interdição do que sobrou da casa que desabou e de imóveis vizinhos. O caso foi encaminhado para a Secretaria de Conservação, que deve se responsabilizar pela demolição do que restou da casa que desabou e, se for confirmada a necessidade, também da demolição dos imóveis vizinhos. Dez servidores da Defesa Civil atuaram nas interdições.

Desabamento com 24 mortes na Muzema

Em 12 de abril, dois prédios construídos irregularmente na comunidade da Muzema, também na zona oeste, desabaram, causando a morte de 24 pessoas. Desde o desabamento, outros cinco prédios foram demolidos na região.

Estadão
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