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Cidades

'Ausência de alertas deixa população sem opção de se proteger', diz especialista

Órgãos públicos ainda têm uma política falha de comunicação e planejamento para executar planos de contingenciamento

10 fev 2020 - 16h44
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SÃO PAULO - Com tecnologias mais avançadas para previsões meteorológicas, especialistas afirmam que os órgãos públicos ainda têm uma política falha de comunicação e planejamento para executar um plano de contingenciamento e, assim, reduzir os riscos à população. A chuva que atingiu a cidade de São Paulo e regiões vizinhas foi recorde para o mês e causou inúmeros transtornos desde as primeiras horas da manhã.

"Com os instrumentos que temos hoje, temos condições de ter alertas e pensar em planos para proteger as pessoas. Temos que comunicar de forma efetiva quando temporais como este estiverem previstos para evitar que as pessoas sejam submetidas a estes riscos", diz Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental. Ele compara a situação a outros fenômenos climáticos que ocorrem em outros países, como furacões e ciclones. "São situações tão extremas e perigosas. Se temos um temporal previsto, porque não alertar a população para que ela possa se proteger? É negligência".

O consultor em engenharia urbana Luiz Célio Bottura também defende que é preciso elaborar e efetivar um plano de contingenciamento sempre que houver a previsão de temporais. "É preciso ter mais ênfase na previsão e prevenção. Temporais como este vão se tornar cada vez mais comuns com as mudancas climaticas que estamos vivendo e preciso pensar em planos para quando isso ocorrer", diz. Eles destacam que não houve nenhuma comunicacao efetiva, seja da Prefeitura de São Paulo ou do do governo do Estado, para alertar a população sobre a forte chuva que atingiu a capital paulista nesta segunda-feira, 10.

Um forte temporal atingiu a capital na madrugada desta segunda-feira, 10, elevando o volume de chuva dos 10 primeiros dias de fevereiro a 208 milímetros, o equivalente a 96% da previsão para todo o mês. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta é a pior chuva de São Paulo para um mês de fevereiro desde 1983. Áreas de instabilidade permanecem sobre o Estado de São Paulo e provocam mais chuva, de moderada a forte intensidade, no decorrer desta segunda-feira, 10, e também nos próximos dias.

Estadão
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