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Associações e sindicatos de professores de SP são contra volta às aulas em outubro

Prefeitura de São Paulo deve anunciar liberação para atividades extracurriculares a partir de outubro;

16 set 2020 - 14h45
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Entidades ligadas a professores da rede pública são contrárias à possível reabertura parcial das escolas na cidade de São Paulo. Reportagem do Estadão revelou nesta quarta-feira, 16, que a gestão Bruno Covas (PSDB) deve anunciar uma permissão para atividades extracurriculares presenciais a partir de outubro. A volta às aulas de fato ainda está em estudo pela Prefeitura, que avalia uma data para novembro.

Na última semana, a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), o Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo (Afuse), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Centro do Professorado Paulista (CPP) já haviam entrado com uma ação para impedir as aulas presenciais no Estado, após o governo João Doria (PSDB) liberar atividades de reforço em municípios que estão há mais de 28 dias na fase amarela do plano de reabertura. Após ter uma liminar negada, o grupo recorre com um agravo de instrumento e tenta uma decisão favorável.

O presidente da Fepesp, Celso Napolitano, considera que uma retomada para atividades extracurriculares é "muito discutível". "Pedagogicamente, é muito complicado, é ineficaz. Não tem sentido um retorno agora", diz. "Vamos aguardar a manifestação do prefeito Covas e fazer a discussão depois com a diretoria do sindicato."

A entidade defende que as aulas presenciais sejam retomadas em 2021. Para Napolitano, não há como comparar a situação paulistana com a de países europeus que tiveram reabertura de escolas, pois vivem momentos epidêmicos e sociais distintos do Brasi.

"Em países como a França, há uma grande proteção social, os alunos vão à escola a pé, de bicicleta, é mais perto de casa. Aqui, tem que tomar transporte coletiva, às vezes mais de um, os alunos passam 40, 50 minutos dentro de um transporte. Sem contar os educadores, que ficam até 2 horas para chegar na escola."

Posicionamento semelhante é defendido por Chico Poli, presidente do Sindicato dos Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), que também é contrário à retomada. "A nossa posição é que, neste momento, é impossível e irresponsável a volta das atividades presenciais nas escolas."

Ele alega que nenhuma escola pública paulista conseguiria atender a todos os protocolos necessários para a reabertura, por número insuficiente de funcionários, questões de infraestrutura e falta de insumos (como produtores de higiene e limpeza, por exemplo).

"Nesse momento, que ainda não tem vacina, a transmissão continua sendo comunitária e a situação é extremamente precária nas escolas, é impossível retomar sem colocar saúde e vidas em risco", alega. "Nenhuma escola pública atende todas as condições previstas para voltar. O Estado tem que criar essas condições nas escolas."

Escolas privadas. Já o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP) vai aguardar o anúncio completo da Prefeitura para definir se entrará com mais uma ação na Justiça (a que está em andamento, que defende a volta opcional de aulas presenciais, teve liminar negada). "Acho que já demorou. Era para as escolas já terem voltado. A pandemia colapsou a educação", ressalta o presidente da entidade, Benjamin Ribeiro da Silva.

Estadão
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