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Após vistoria, Defesa Civil retira obras e interdita Memorial em SP

1 dez 2013 - 18h00
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Membros da Defesa Civil fazem nova vistoria em prédio do Memorial da América Latina
Membros da Defesa Civil fazem nova vistoria em prédio do Memorial da América Latina
Foto: Thiago Tufano / Terra

A Defesa Civil Municipal de São Paulo fez neste domingo nova vistoria na estrutura do auditório Simón Bolívar, no Memorial da América Latina, na Barra Funda, e afirmou que o local está seguro e sem perigo de colapso após o incêndio que atingiu o auditório na tarde da última sexta-feira. O prédio, porém, foi totalmente interditado devido ao risco de acidentes. Com ajuda de funcionários do Memorial, o órgão público retirou também sete obras de arte do local que não sofreram danos.

"Fizemos uma vistoria em uma área de 8 mil metros quadrados e constatamos que a estrutura em si está segura, não oferece o mínimo risco de colapso. Porém, nas áreas mais baixas da estrutura, parte do reboco foi afetado, deixando algumas ferragens à mostra", disse o coronel Jair Paca de Lima, da Defesa Civil.

Ele disse que ainda há muitas ferragens à mostra no auditório e, apesar de não ter sofrido danos na estrutura, pode haver o desprendimento de uma dessas ferragens ou vidros, possibilitando um acidente. Por esse motivo, o local foi totalmente interditado.

"Uma outra coluna foi um pouco mais afetada. Acreditamos que a caloria não foi tão intensa, mas gerou muita fumaça e gases por conta do material sintético utilizado no auditório, como cadeiras, revestimentos, plástico, etc.", afirmou.

A partir de agora, o Memorial deverá contratar uma empresa para fazer avaliação do risco e autorizar as chamadas "reformas emergenciais". A Defesa Civil não liberará nenhuma parte do espaço até o início das obras emergenciais. "A obra só começa com o estudo feito e com autorização da subprefeitura local para essas obras", explicou o coronel.

Após a vistoria, Paca de Lima admitiu que a "quentura" e a quantidade de gases tóxicos no interior do auditório ainda é bastante intensa e, por isso, a Defesa Civil continuará monitorando o local.

"A estrutura está firme, mas continuaremos trabalhando, porque a quentura é uma característica e vamos esperar que a estrutura resfrie totalmente para verificar se há alguma movimentação. Em alguns locais o fogo praticamente não atingiu, mas a parte mais baixa, junto ao palco, parte da estrutura foi afetada. Essa quentura permanece nas paredes, madeiras e alguns materiais, mas acho que até amanhã já está totalmente resfriada", disse.

Entre as sete obras retiradas - sendo três esculturas, três quadros e um painel de 12 módulos - o painel é o mais valioso, segundo a assessoria do Memorial. Ele estava guardado no camarim da plateia B, aguardando para ser recolocado no auditório após restauração. O painel é de Carlos Scliar e chama-se Homenagem ao Teatro. Cada um dos módulos mede 2 metros por 1,40 metro, feitos de tinta vinílica com aplicações de colagens e impressas em serigrafia.

"Colaboramos na retirada de algumas obras de arte e amanhã estaremos aqui na parte da manhã retirando mais materiais. Iremos permanecer 24 de plantão por aqui. A área está novamente e totalmente isolada", disse Paca de Lima.

Incêndio

As chamas no Memorial da América Latina, na zona oeste de São Paulo, começaram por volta das 15h de sexta-feira e, por volta das 20h10, o fogo foi controlado. A assessoria de imprensa do Memorial da América Latina informou que o fogo foi causado por um curto-circuito do Auditório Simón Bolívar. Grande parte do forro da plateia B do auditório teria sido comprometida. Segundo os bombeiros, 50% do auditório foi consumido.

Vinte e quatro membros da corporação e um brigadista tiveram que ser encaminhados para o Hospital das Clínicas por inalação de fumaça.

Segundo declaração do major do Corpo de Bombeiros Wagner Lechner neste sábado, cinco pessoas continuavam internadas no Hospital das Clínicas, sendo duas em estado grave, porém, estável.

No final da manhã de sábado, o Corpo de Bombeiros já havia finalizado o trabalho de rescaldo. Equipes continuavam no local apenas para ventilar o prédio, eliminando a fumaça que ainda restava na edificação

Em entrevista na sexta-feira, o major da Polícia Militar Mauro Lopes explicou que os bombeiros que ficaram feridos foram vitimados de um fenômeno chamado flashover. "Tivemos o flashover, que, por vezes dá para se prever, mas nesse caso não foi possível. Ele acontece quando você tem um ambiente pegando fogo, pouco oxigênio, calor e carga para se queimar, então a queima é lenta lá dentro. Quando você abre esse ambiente, há a entrada de mais oxigênio, então há o flashover", disse.

Confira o local do incêndio:

 Foto: Terra
Fonte: Terra
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