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Antes de ser baleada, vítima de chacina em Paracatu tentou acalmar atirador

Marilene Martins de Melo Neves foi feita de refém por atirador e morreu com um tiro na nuca

23 mai 2019 - 23h04
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Uma das quatro vítimas do atirador de Paracatu (MG), Marilene não correu no momento em que Rudson Aragão Guimarães entrou armado e gritando na Igreja Batista Shalom. "Era uma mulher de diálogo. Acho que não correu como os outros porque esperava convencer o Rudson a não atirar", disse Ronaldo José das Neves, 54 anos, viúvo de Marilene Martins de Melo Neves, 52 anos.

Após esfaquear a ex-namorada, Rudson foi à igreja e abriu fogo contra os fiéis. Ali, matou três e conseguiu ferir o pastor, que pretendia executar. Marilene participava de um grupo de oração no momento do ataque.

Neves contou que a mulher, servidora municipal em uma creche, sempre temeu que o marido fosse vítima de violência, pois trabalha em um bar em um bairro de Paracatu considerado perigoso. "Ela sempre achou que eu poderia morrer por arma de fogo e acabou levando um tiro na cabeça dentro de uma igreja. É inacreditável e inaceitável", lembrou.

Casada há 33 anos com Ronaldo, Marilene deixou dois filhos e dois netos. "Estão todos em choque e revoltados. Marilene era um exemplo de mulher e só procurava o bem", disse o viúvo.

Fiel foi feita de refém

De acordo com o relato do irmão de Marilene, Geraldo Martins de Melo, ela foi feita refém após tentar acalmar e conversar com Rudson. Ele gritava que iria matar o pastor da igreja e, ao ficar irritado, acertou uma fiel e segurou Marilene. Atingido no pé, o pastor Evandro Rama está internado na enfermaria cirúrgica do HMP com quadro clínico estável.

Melo também contou que, cerca de um mês antes da chacina, Rudson havia sido bloqueado do grupo dos fiéis da igreja no Whatsapp. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, o atirador tinha problemas psiquiátricos e registro na polícia por tráfico de drogas.

Policiais militares atiraram contra Guimarães com um fuzil - o disparo o acertou na clavícula. Ele foi internado o Hospital Municipal de Paracatu (HMP), passou por cirurgia e seu estado saúde é estável, sem previsão de alta da unidade.

Estadão
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