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Análise: A tentativa de Bruno Covas de fazer limonada dos limões

Uma análise das votações nos extremos da cidade mostra que vem prevalecendo quem marca presença administrativa, seja de esquerda, de direita ou de centro

5 ago 2019 - 03h10
(atualizado às 07h38)
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A escolha da área central para concentrar as obras da gestão Bruno Covas pode ser explicada por duas condicionantes: a) falta de dinheiro para investimentos na periferia; b) estratégia de buscar votos na classe média, especialmente entre o eleitorado de centro, teoricamente mais esclarecido e supostamente fatigado da onda conservadora de Jair Bolsonaro, que tem tudo para colocar um candidato no segundo turno. Em resumo, Bruno quer fazer dos limões uma limonada.

Não será fácil. A periferia é mais populosa (tem mais votos) e vem sendo determinante nas eleições paulistanas. É na periferia onde a população precisa mais do aparato municipal, dos hospitais, das creches, dos pontos de ônibus e das ruas bem iluminadas. Uma análise rasteira das votações nos extremos da cidade mostra que vem prevalecendo quem marca presença administrativa, seja de esquerda, de direita ou de centro. Se a periferia desaprovar nas urnas a atual gestão, será impossível reverter esse resultado. Por fim, obras no centro costumam complicar o trânsito (e o humor dos paulistanos) e atrair o ativismo de associações e do Ministério Público, quase sempre contra transformações.

Estadão
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