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Brasil pode voltar à recessão se depender de algumas propostas eleitorais, avalia Meirelles

23 abr 2018 - 16h56
(atualizado às 18h05)
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O pré-candidato à Presidência Henrique Meirelles (MDB) disse nesta segunda-feira que a campanha eleitoral à frente gera insegurança e que algumas propostas apresentadas neste ano eleitoral podem levar o Brasil de volta à recessão econômica.

Pré-candidato a presidência pelo MDB, Henrique Meirelles em coletiva de imprensa em São Paulo, Brasil
17/04/2018
REUTERS/Nacho Doce
Pré-candidato a presidência pelo MDB, Henrique Meirelles em coletiva de imprensa em São Paulo, Brasil 17/04/2018 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

"Temos de reconhecer a realidade: estamos em um ano eleitoral e algumas propostas, inclusive propostas já feitas aqui, algumas delas, levam claramente o país de volta à recessão, porque são propostas que vão na linha do que foi feito nos últimos anos", anteriores ao governo Temer, afirmou Meirelles em evento da Amcham, em São Paulo, sem especificar quais seriam essas propostas.

O único outro pré-candidato a participar do evento promovido pela câmara de comércio foi Ciro Gomes (PDT), que tem dito, entre outros pontos, que vai desfazer, com indenizações, os contratos de concessão para explorações de petróleo fechados pelo governo Temer, assim como uma eventual privatização da Eletrobras.

Segundo Meirelles, que deixou o cargo de ministro da Fazenda no início do mês para tentar viabilizar sua candidatura à Presidência, uma das principais razões para o Brasil ter entrado nessa crise econômica foi uma "trajetória crescente de despesas públicas".

"As despesas cresceram muito e nos últimos anos particularmente houve um acentuamento desse crescimento somado com intervenções em preços, gerando distorções e outros processos que desorganizaram a economia", disse o ex-ministro.

Dentre as propostas apresentada por Meirelles, ele colocou como prioridade o equilíbrio fiscal do país.

"Temos que eliminar estes ciclos recorrentes de crise fiscal pelas quais o Brasil passa de tempos em tempos desde o final da década de 50", disse Meirelles.

PREVIDÊNCIA E GOVERNO ELEITO

Em seguida, ele elencou uma agenda de melhora do serviço público, o que engloba saúde, educação e segurança e uma agenda de produtividade que, em sua avaliação, já está sendo encaminhada por ações realizadas pelo atual governo.

Meirelles reafirmou que a reforma da Previdência continuará sendo uma das principais pautas na agenda de seu governo caso seja eleito.

"É preciso resolver os problemas de uma vez por todas e, para isso, a reforma fundamental é a reforma da Previdência."

Na avaliação do emedebista, o próximo governo poderá ter mais sucesso na aprovação da proposta.

"Um governo eleito, um presidente da República eleito, que leve um mandato popular, que leve essa proposta, terá muito melhores condições de aprovação do que um governo que, na realidade, tem dois anos", disse Meirelles, ponderando que já houve importantes avanços.

O presidente Michel Temer, que assumiu o comando do governo com o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, tentou até fevereiro deste ano aprovar a reforma da Previdência.

Diante da resistência encontrada inclusive entre parlamentares da base governista e da necessidade de enfrentar a questão da violência no Rio de Janeiro, Temer decidiu decretar a intervenção na área de segurança pública daquele Estado, o que tornou impossível a aprovação da reforma, já que a Constituição não pode ser emendada enquanto houver uma intervenção federal.

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