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Brasil e Bolívia definem operações conjuntas contra crime na fronteira

15 mai 2013 - 19h52
(atualizado às 23h25)
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Os governos de Brasil e Bolívia decidiram nesta quarta-feira realizar operações conjuntas "por via aérea, terrestre e fluvial" contra o crime organizado na fronteira de 3,4 mil quilômetros que compartilham, informou o vice-ministro de Substâncias Controladas boliviano, Felipe Cáceres.

Cáceres fez este anúncio ao término da reunião de autoridades da área de segurança dos dois países que foi realizada durante dois dias na cidade boliviana de Santa Cruz.

O vice-ministro assinalou que Bolívia e Brasil travarão "uma guerra frontal contra as atividades do crime organizado por terra e ar e pelos rios", mas não detalhou as datas das operações "por questões de segurança de Estado".

Cáceres e a secretária nacional de Segurança Pública do Brasil, Regina Miki, assinaram um acordo que inclui esta decisão, que envolverá ações contra o narcotráfico, o tráfico de armas, o tráfico humano e o contrabando.

Segundo o funcionário boliviano, também se decidiu aumentar os controles migratórios e a troca de informação das entidades de investigação financeira de cada país para atuar contra a lavagem de dinheiro.

Miki explicou, por sua parte, que o Brasil identificou 34 "pontos vulneráveis" nos 16 mil quilômetros de sua fronteira terrestre, entre eles cinco ou seis nos limites com a Bolívia.

Segundo a secretária, uma das maiores preocupações no Brasil são os homicídios ligados com o narcotráfico, pois calcula-se que, das 50 mil mortes registradas anualmente no País, cerca de 60% está relacionado com essa atividade ilícita.

Miki acrescentou que também "há uma preocupação muito grande" pelo tráfico de armas no Brasil, sobretudo porque na Bolívia não existe um registro das pessoas que possuem armamento, inquietação que foi transmitida ao governo boliviano.

O uso de aviões não tripulados na luta contra o narcotráfico será abordado em uma próxima reunião prevista para os dias 2 e 3 de julho no Brasil.

A Bolívia é um país produtor de cocaína, da mesma forma que Peru e Colômbia, mas o Executivo boliviano sustenta que seu território também serve de passagem para a droga peruana dirigida aos mercados de Brasil, Argentina e Paraguai.

O Brasil expressou várias vezes sua preocupação devido ao fato de 60% da cocaína encontrada em seu mercado vir da Bolívia, cujo governo assegura que uma porcentagem similar da droga que circula em território boliviano tem origem no Peru.

O orçamento inicial para a luta antinarcóticos na Bolívia este ano era de US$ 20 milhões, mas, segundo Cáceres, foram agregados outros US$ 16 milhões para estas tarefas.

EFE   
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