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Bolsonaro vai ter que tomar "algumas medidas impopulares", diz general aliado

17 set 2018 - 19h10
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O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, vai ter que tomar "algumas medidas impopulares" caso seja eleito para o comando do país e já há um diagnóstico na campanha de que será necessário propor reformas para o país sair da atual situação em que se encontra, disse nesta segunda-feira o general da reserva do Exército Augusto Heleno.

Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, e general da reserva Augusto Heleno durante protestos contra o ex-presidente Lula em Brasília
04/04/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, e general da reserva Augusto Heleno durante protestos contra o ex-presidente Lula em Brasília 04/04/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Se Bolsonaro se eleger, vamos ter que adotar algumas medidas impopulares. Qualquer um que se eleja presidente vai ter que fazer reformas", disse Heleno à Reuters.

O general, que chegou a ser cotado para vice do candidato do PSL, atualmente tem ajudado na formulação de propostas para a campanha de Bolsonaro. Ele reuniu-se na manhã desta segunda em Brasília com o economista Paulo Guedes, cotado para ser o ministro da Fazenda do presidenciável do PSL.

Heleno não quis revelar detalhes da conversa com Guedes, mas afirmou que está sendo feito um diagnóstico da situação econômica do país, que acaba por ter impacto em várias outras áreas, como educação e infraestrutura. Disse que o grupo, no momento, tem trabalhado na coleta de números para se chegar a uma verdadeira radiografia da situação, lançando dúvidas sobre os dados atuais.

"O governo todo está aparelhado. Os números que saem do governo não são confiáveis. O PT aparelhou desde o faxineiro até o presidente da República", afirmou.

SEGUNDO TURNO

Heleno disse ser "natural" que a candidatura de Bolsonaro receba apoio de partidos que atualmente estejam coligados com a campanha do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Disse que não sabe se já há conversas nesse sentido, ao destacar que tem cuidado da parte de elaboração de propostas de um eventual governo.

"Isso é natural, é histórico, na hora que se está no segundo turno, cada um cuida para ficar debaixo da árvore", disse ele, numa referência a um eventual apoio de outros partidos à chapa de Bolsonaro, atualmente composta apenas por dois partidos pequenos, o PSL, de Bolsonaro, e o PRTB, do candidato a vice e também general da reserva do Exército, Hamilton Mourão.

Heleno disse também que foi consultado sobre a participação de Mourão no lugar de Bolsonaro em debates televisivos, mas destacou que uma decisão sobre isso depende da condição física do candidato do PSL, que se recupera após duas cirurgias de uma atentado a faca em um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

"A recuperação é lenta, apesar de ele ser muito forte", disse o general, ao destacar que não há "nada planejado".

Contido, Heleno não quis falar sobre os resultados de recentes pesquisas de intenção de voto que mostram Bolsonaro ampliando a liderança isolada na corrida presidencial. Ao contrário de outros aliados de Bolsonaro, ele também preferiu não vaticinar uma eventual vitória de Bolsonaro ainda no primeiro turno.

"Difícil prever, se você prevê e erra, vão te sacanear para o resto da vida", brincou.

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