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Bolsonaro inicia visita a Israel com decisão pendente sobre embaixada

1 abr 2019 - 09h56
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O presidente Jair Bolsonaro começou sua visita a Israel neste domingo com decisão ainda pendente sobre a promessa de transferir a embaixada do país para Jerusalém, mudança que enfrenta a posição contrária de militares que integram seu governo.

A visita de quatro dias do líder da extrema direita acontece uma semana antes de uma disputada eleição em Israel. O primeiro-ministro de direita, Benjamin Netanyahu, está lutando contra um popular candidato de centro e também contra acusações de corrupção, que ele nega.

"Eu amo Israel", disse Bolsonaro em hebraico em uma cerimônia de boas-vindas, com Netanyahu ao seu lado, no aeroporto de Ben-Gurion, em Tel Aviv.

Netanyahu disse que ele e Bolsonaro assinariam "muitos acordos", incluindo acordos de segurança, e que o líder brasileiro visitaria o sagrado Muro das Lamentações, "em Jerusalém, nossa eterna capital".

Um importante site israelense de notícias financeiras, o Calcalist, informou neste domingo que a estatal brasileira Petrobras estava considerando fazer ofertas para explorar petróleo e gás no mar de Israel e uma decisão final seria anunciada durante a visita de Bolsonaro.

No início deste mês, uma autoridade do governo brasileiro disse à Reuters que nenhuma decisão havia sido tomada sobre a mudança da embaixada, mas "algo teria que ser dito sobre a embaixada durante a viagem".

A autoridade, que falou em condição de anonimato, acrescentou que um anúncio formal pode não ocorrer durante a visita.

Ao visitar o Brasil para a posse presidencial em 1º de janeiro, Netanyahu disse que Bolsonaro havia dito que transferir a embaixada brasileira em Israel para Jerusalém a partir de Tel Aviv era uma questão de "quando, não se".

Como Netanyahu, Bolsonaro é um franco admirador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém em maio passado, cinco meses depois de romper com o consenso internacional e reconhecer a cidade como a capital de Israel.

Bolsonaro também goza de forte apoio evangélico em casa. Netanyahu cortejou os líderes evangélicos dos EUA durante sua atual década no poder.

Mas em uma entrevista em fevereiro, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, disse à Reuters que mudar a embaixada não era uma boa ideia porque prejudicaria as exportações brasileiras para os países árabes, incluindo 5 bilhões de dólares em vendas de alimentos halal, sob as leis alimentares muçulmanas.

A equipe econômica de Bolsonaro e o poderoso lobby agrícola do país desaconselharam a realocação da embaixada para Jerusalém.

Israel capturou Jerusalém Oriental junto com a Cisjordânia e Gaza na guerra de 1967 no Oriente Médio. Os palestinos buscam estabelecer um Estado nos dois territórios, com Jerusalém Oriental como sua capital.

(Com reportagem adicional de Lisandra Paraguassu em Brasília)

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