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Aliado de Bolsonaro chama reunião de Alckmin com centrão de "missa de corpo presente"

18 set 2018 - 16h52
(atualizado às 20h43)
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Coordenador da campanha do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, em São Paulo, o deputado federal Major Olimpio chamou nesta terça-feira a reunião convocada pelo adversário do PSDB na corrida do Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, com partidos do centrão e outras siglas aliadas de "missa de corpo presente".

Candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro
30/08/2018
REUTERS/Diego Vara
Candidato a presidente pelo PSL, Jair Bolsonaro 30/08/2018 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

"Está tudo pronto para a missa de corpo presente do Alckmin. Não acredito que esses partidos vão ficar se desgastando com essa barca furada", disse Olimpio à Reuters por telefone antes de participar de reunião em São Paulo da cúpula do PSL.

Olimpio, que é candidato ao Senado pelo PSL, admitiu haver conversas de dirigentes de partidos aliados ao tucano com a campanha de Bolsonaro para um eventual apoio no segundo turno, embora tenha destacado que ele não participa diretamente dessas tratativas.

O parlamentar disse ser "natural" Bolsonaro receber o apoio de parte das legendas que apoiam Alckmin e citou dois exemplos: o do DEM e do Solidariedade, partidos que tradicionalmente fazem oposição a governos do PT. Ele aposta que o candidato petista Fernando Haddad estará no segundo turno contra Bolsonaro. Por outro lado, acredita que parte do PP e PR podem apoiar Haddad.

Reportagem da Reuters publicada mais cedo mostrou que aliados de Alckmin cobram mudanças rápidas na comunicação do tucano com o eleitor a fim de tentar uma reação para que ele deslanche na disputa ao Planalto a menos de 20 dias do primeiro turno. O tucano realiza neste terça reunião com lideranças da coligação para fechar uma estratégia para a reta final da campanha.

Para Olimpio, Alckmin vai ser "cristianizado", jargão da política que significa que um candidato é abandonado por aliados. "Podem ir até no enterro do amigo, mas não vão entrar no buraco e jogar terra", ironizou.

O coordenador disse que a campanha vai trabalhar na reta final para garantir o chamado "voto útil" que iria a candidatos do campo de centro e direita, como o próprio Alckmin e do candidato do Partido Novo, João Amoêdo.

Para Olimpio, essa medida poderia até permitir que Bolsonaro --líder das pesquisas de intenção de voto ao Planalto-- se eleja no primeiro turno, embora a avaliação de parte da campanha é que a disputa será em duas etapas.

À noite, o deputado estadual Pedro Tobias, presidente do PSDB no Estado de São Paulo, disse que Olimpio "canta vitória antes da hora".

"O PSDB e seus aliados seguem juntos na defesa da candidatura de Geraldo Alckmin e dos valores democráticos que ela representa convictos de que esta é a melhor alternativa para o Brasil", disse Tobias em nota.

RESPONSABILIDADE

Olimpio reforçou que não espera que Bolsonaro --alvo de um atentado a faca e hospitalizado-- retorne a fazer campanha na rua no primeiro turno. Ele assegurou que o candidato a vice na chapa, o general da reserva do Exército Hamilton Mourão, tem "liberdade" para fazer as declarações que quiser, embora tenha ressaltado que elas não necessariamente representam o pensamento de Bolsonaro nem da coligação.

"As manifestações do general Mourão são de responsabilidade dele", disse Olimpio, ao destacar, por exemplo, que discorda do entendimento do candidato a vice, que afirmou ser possível realizar uma revisão constitucional com uma Constituinte formada por notáveis que não tenham sido eleitos pelo povo.

"Quem tem que reformar a Constituição são aqueles que tem legitimidade para isso", frisou.

Apesar disso, o deputado federal afirmou que não há nenhum atrito com as declarações de Mourão e que ele agrega muito valor à campanha de Bolsonaro por ter muita credibilidade.

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