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Adélio agiu sozinho em atentado contra Bolsonaro, diz MPF

O Ministério Público Federal pediu arquivamento provisório do segundo inquérito que investiga a participação de terceiros no caso

4 jun 2020 - 15h39
(atualizado às 15h48)
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Adélio Bispo de Oliveira é escoltado por agentes da Polícia Federal em aeroporto de Juiz de Fora
08/09/2018
REUTERS/Ricardo Moraes
Adélio Bispo de Oliveira é escoltado por agentes da Polícia Federal em aeroporto de Juiz de Fora 08/09/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Adélio Bispo de Oliveira "concebeu, planejou e executou sozinho" o atentado à faca ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro, em 6 de setembro de 2018 em Juiz de Fora (MG), disse o Ministério Público Federal à Justiça em manifestação que pede o arquivamento provisório do segundo inquérito que apura uma eventual participação de terceiros no caso, segundo comunicado divulgado pelo órgão nesta quinta-feira (04).

Há três semanas, a Polícia Federal já havia tido a mesma conclusão, de que Adélio agiu sozinho e sem mandantes para cometer o crime, segundo disse na ocasião à Reuters uma fonte com conhecimento direto sobre o relatório parcial do segundo inquérito que investigou o caso.

A conclusão parcial tanto da PF quanto do MPF contraria o que Bolsonaro tem dito em entrevistas públicas, de que outras pessoas tiveram envolvimento no crime. O presidente sempre se queixou das investigações do caso --no mês passado, por exemplo, defendeu novas apurações.

Contudo, o superintendente da PF em Minas Gerais, Cairo Costa Duarte, afirmou que o presidente não manifestou qualquer insatisfação com as investigações sobre o atentado nas das duas vezes em que se reuniu com ele, em depoimento que prestou há duas semanas no inquérito que investiga a suposta tentativa de interferência política do presidente na corporação.

Em sua manifestação, o MPF disse que, segundo as investigações, Adélio já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha foi programado. Ou seja, não foi à cidade com o objetivo de cometer o atentado. Ele tampouco mantinha relações pessoais com outras pessoas --pessoalmente ou por telefone e troca de mensagens-- que pudessem influenciá-lo a realizar o crime. Não encontraram também repasses a ele ou a pessoas ligadas a ele que respaldassem a hipótese de que o delito foi cometido por meio de pagamento.

Os procuradores destacam que as conclusões do inquérito são provisórias porque há diligências a serem realizadas que dependem de autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), como é o caso do sigilo bancário dos advogados de Adélio.

Para o MPF, o único ponto em aberto é o pagamento dos honorários da defesa de Adélio, que não foi contratada por ele ou por familiares dele.

"Nessa investigação, também não há suspeita de participação dos advogados na infração penal. E a identificação da origem dos honorários alegadamente contratados faz-se igualmente necessária à completa elucidação do fato. Trata-se da linha de investigação ainda pendente, em coerência com a orientação de exaurimento de todas as hipóteses cogitadas", destacou a manifestação.

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