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Bolsonaro volta a Juiz de Fora e diz que eleição é luta do 'bem contra o mal' mais uma vez

Em primeiro dia de campanha, candidato à reeleição pelo PL reforça discurso religioso e diz que Brasil marchava para o socialismo em 2018

16 ago 2022 - 12h44
(atualizado às 13h41)
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ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA - No primeiro dia oficial da corrida pelo Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, voltou a chamar a eleição de "luta do bem contra o mal" nesta terça-feira, 16. Durante encontro com lideranças religiosas em Juiz de Fora (MG), onde levou uma facada em 2018, o chefe do Executivo também criticou o que chamou de "fechamento de igrejas" na pandemia de covid-19, que exigia isolamento social para evitar o contágio.

"Agradeço a Deus pela minha segunda vida e entendo a missão de ser o chefe do Executivo desta Nação. Fácil não é. Se fosse, não teria dado para um de nós. O Brasil estava à beira do colapso, com problemas éticos, morais e econômicos e marchava, sim, a passos largos para o socialismo", declarou Bolsonaro, acompanhado da primeira-dama Michelle e do ex-ministro Walter Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa da reeleição.

O presidente ainda fez um discurso no local onde sofreu o atentado a faca em 2018, na rua Halfeld, região central de Juiz de Fora. "Estamos dando a largada [da campanha] onde tentaram nos parar em 2018?, afirmou o presidente, em referência à facada. O presidente também disse que o País, até há pouco tempo, era "roubado" pela "esquerdalha", referindo-se aos governos do PT. Levantamento do Ipec, divulgado na segunda-feira, 15, mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro lugar, com 44%. Bolsonaro marcou 32%.

Ato de campanha de Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) teve segurança reforçada Foto: André Coelho/EFE

Ao falar sobre a eleição, Bolsonaro disse que há uma "batalha enorme" pela frente. "Nós sabemos da luta do bem contra o mal. Nós aqui sempre pregamos e defendemos a liberdade absoluta. Se uma pessoa se sentir ofendida, que vá à Justiça, mas não podemos criar leis, como a de fake news", afirmou o presidente, em referência a um projeto no Congresso que prevê punições para a divulgação de informações falsas. Em outros eventos este ano, o presidente já havia chamada a eleição de luta "luta do bem contra o mal".

Bolsonaro também disse que igrejas foram fechadas durante a pandemia de covid-19. Aliados do chefe do Executivo têm espalhado nas redes sociais fake news, dizendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fecharia estabelecimentos religiosos se eleito para comandar o País.

"Vocês sentiram um pouquinho de ditadura aqui durante a pandemia. Igrejas, por exemplo, sendo fechadas, pessoas sendo proibidas de trabalhar, alguns mandando prender até quem estava na praia", disse Bolsonaro.

Bolsonaro voltou ainda a convocar os apoiadores a irem às ruas "pela última vez" no dia 7 de setembro em ato na esquina em que sofreu uma facada em 2018. "Vivemos sem liberdade. No próximo dia 7 de setembro, vamos todos para a rua pela última vez. Num primeiro momento, por nossa independência e, em segundo, pela nossa liberdade. Juro dar a vida pelo nosso povo", disse.

A primeira-dama Michelle discursou em tom eleitoral e fez uma oração, ao lado do presidente. "Essa campanha, mais uma vez, é um milagre de Deus. Começou em 2019 [2018, ano da facada], quando Deus fez o milagre na vida do meu marido, porque aqueles que pregam o amor e a pacificação atentaram contra a vida dele. Mas Deus é maior e a justiça do Senhor será feita", declarou a primeira-dama. "Que Deus dê sabedoria e discernimento ao nosso povo brasileiro, para que não entregue o nosso País, a nossa nação tão amada por Deus na mão dos nossos inimigos", emendou.

Estadão
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