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Bolsonaro quer capitalizar credibilidade das Forças Armadas

Ao montar um time de oficiais superiores, aposta é na eficiência e austeridade profissional; será difícil operar quando houver fogo cruzado

16 dez 2018 - 05h11
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Há mais do que o tempo e as transformações separando o regime imposto de 1964 e a administração do presidente eleito, Jair Bolsonaro - os militares tomaram o poder por meio de um golpe, sim, faz pouco menos de 55 anos. O quadro agora é outro.

O novo presidente chega ao governo eleito pelo voto popular, em processo legítimo. Durante os 21 anos de exceção, os cinco presidentes militares foram escolhidos internamente no alto comando das Forças. O chefe máximo era um general. O governo era militar por definição. O efeito multiplicador desse cenário reduzia o espaço para os civis.

O objetivo declarado de Bolsonaro ao montar um time de oficiais superiores, oriundos do Exército na maioria, para integrar o primeiro escalão de gestores públicos do País é capitalizar a credibilidade das Forças Armadas, a eficiência, a austeridade profissional, a capacidade administrativa e a cultura do trabalho visto como missão. Jair, capitão reformado, conhece e confia nesses quadros.

Entretanto, governar o Brasil será sempre uma campanha marcada pela necessidade de negociação permanente. Vai ser difícil de operar quando houver fogo de saturação cruzando a Praça dos Três Poderes.

Estadão
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