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Bolsonaro promete visitar cidades paulistas atingidas pela chuva

Presidente pretende acompanhar 'in loco' a situação dos municípios de São Paulo, que deixou ao menos 21 mortos; Ministério do Desenvolvimento Regional sugere que Doria faz uso político da tragédia

31 jan 2022 - 16h33
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RIO - O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira, 31, que pretende acompanhar "in loco" a situação dos municípios de São Paulo mais atingidos pelas chuvas. Elas persistem e já deixaram ao menos 21 mortos e mais de 660 famílias desabrigadas, sobretudo na Região Metropolitana da capital. Ao fazer o mesmo movimento de visita à região, no domingo, o governador João Doria (PSDB) cobrou mais ações do governo federal. Em resposta ao governador, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) sugeriu, por meio de nota, que Doria faz uso político da tragédia para se promover eleitoralmente. Nas redes, a disputa também envolveu o presidenciável Ciro Gomes (PDT).

"Nosso secretário da Defesa Civil já está na região e conversei nesta manhã com o Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, para, amanhã, acompanhar in loco o que aconteceu", disse Bolsonaro em entrevista à TV Record no Norte Fluminense. O mandatário pretende visitar os municípios paulistas nesta terça-feira, 1.

Bolsonaro ressaltou que os municípios mais afetados poderão declarar estado de calamidade. Também poderão entrar em contato com o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR), para agilizar a liberação do FGTS para a população atingida o mais rápido possível.

"Temos recursos para essa emergência e estão sendo levantadas a profundidade e extensão do que aconteceu, para podermos colaborar com os nossos irmãos de São Paulo", afirmou o presidente.

Ao ser perguntado se contava também com a parceria do governador tucano - ex-aliado e hoje crítico do presidente -, Bolsonaro disse que não vê problema nesse apoio.

"Sem problema nenhum, todos que quiserem colaborar estamos à disposição (sic). É nosso dever como homens públicos colaborar com qualquer brasileiro de qualquer parte do nosso território para levar conforto e para que essa dor seja diminuída", declarou, sem comentar as críticas de Doria.

Neste domingo, o governador sobrevoou áreas atingidas e cobrou do MDR mais envolvimento nas ações de enfrentamento aos danos no Estado. Antes da entrevista concedida pelo presidente, a Pasta adotou tom mais contudente que Bolsonaro e afirmou ter recebido com "estranheza" as declarações de Doria. Por meio de nota, disse que o governador "parece desconhecer a natureza técnica do trabalho deste ministério, que não se pauta pela política eleitoral".

O Desenvolvimento Regional também informou não ter recebido solicitações de São Paulo sobre os deslizamentos no sistema integrado de informações sobre desastres. Afirmou, também, que está em contato com a Defesa Civil paulista "desde as primeiras horas" das chuvas e que já foram emitidos 78 alertas sobre o volume das águas desde o dia 26. "Portanto, o ministério não só condena o uso político da tragédia, como espera que o governador atue no levantamento e cadastramento dos danos no sistema para que o governo federal apoie as regiões conforme prevê a legislação", disse a Pasta.

A tragédia no interior paulista também fez o presidenciável Ciro Gomes (PDT) contestar a ação do governo federal. Em publicação nas redes sociais, disse que o governo federal "continua sendo criminosamente omisso" diante de tragédias recentes, como as que aconteceram na Bahia e em Minas Gerais no fim de 2021.

No fim de 2021, Bolsonaro foi criticado por não interromper suas férias em Santa Catarina para visitar cidades na Bahia e em Minas Gerais atingidas por tempestades. Ele chegou a fazer uma primeira visita, no início de dezembro, mas não voltou, depois do agravamento da situação, com mortos e desabrigados. Fotos de Bolsonaro passeando de jet-ski no litoral catarinense, com a hashtag #BolsonaroVagabundo, viralizaram nas redes sociais. / COLABOROU DAVI MEDEIROS

Estadão
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