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Política

Bolsonaro exonera ministro do Turismo

Político está sendo acusado de chefiar esquema de laranjas, mas saída pode ser temporária apenas para cumprir formalidades na Câmara

6 fev 2019 - 04h58
(atualizado às 07h35)
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O presidente Jair Bolsonaro exonerou Marcelo Henrique Teixeira Dias, mais conhecido como Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), do cargo de ministro do Turismo. O decreto foi publicado na edição desta quarta-feira, 6, do Diário Oficial da União, e não traz justificativas para a medida. Álvaro Antônio foi reeleito deputado federal em 2018 com a maior votação de seu Estado: 230.008 votos.

Exoneração do ministro do Turismo no Diário Oficial da União
Exoneração do ministro do Turismo no Diário Oficial da União
Foto: Reprodução / Estadão Conteúdo

Como o político é deputado eleito e não tomou posse no dia da volta dos trabalhos do Congresso, pode se tratar de uma saída temporária apenas para ser empossado. Nesse caso, ele volta em breve para seu cargo para a Esplanada. Manobras como essa são comuns em Brasília. Marcelo Álvaro Antônio, porém, está sob pressão.

A exoneração foi assinada por Bolsonaro na terça-feira, um dia depois de o jornal Folha de S. Paulo denunciar que Álvaro Antônio teria participado de um suposto esquema de candidaturas "laranjas" em Minas Gerais com o objetivo de desviar recursos eleitorais e beneficiar empresas relacionadas ao seu gabinete.

O ministro do Turismo exonerado, Marcelo Álvaro Antônio
O ministro do Turismo exonerado, Marcelo Álvaro Antônio
Foto: Jake Spring / Reuters

Segundo a reportagem, quatro candidatas do PSL teriam recebido R$ 279 mil do comando nacional do partido de Bolsonaro para suas campanhas. Apesar de ficarem entre as 20 candidaturas que mais receberam recursos no País, elas tiveram votações baixas - menos de mil votos cada -, o que indica a possibilidade de que tenham sido de fachada.

Ainda de acordo com a denúncia, do total recebido, R$ 85 mil teriam sido usados para contratar serviços de quatro empresas de assessores, parentes e sócios de assessores de Álvaro Antônio.

Na segunda-feira, ele usou o Twitter para rebater as acusações e afirmou que a distribuição do fundo partidário do PSL em Minas Gerais cumpriu as exigências legais. Na ocasião, o então ministro disse que foi "alvo de uma matéria que deturpa os fatos e traz denúncias vazias", além de ser uma tentativa de desestabilizar o governo. "Reforço que a distribuição do Fundo Partidário do PSL cumpriu rigorosamente o que determina a lei. Todas as contratações da minha campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral", acrescentou.

Bolsonaro exonerou temporariamente no dia 1.º três ministros que possuem mandato na Câmara para que votassem na eleição à presidência da Casa: Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Casa Civil, Tereza Cristina (DEM-MS), da Agricultura, e Osmar Terra (MDB-RS), da Cidadania. Imediatamente após a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara, os ministros foram reconduzidos a seus cargos. O ministro do Turismo, no entanto, não estava envolvido na operação.

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