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Bolsonaro diz que vai prestar esclarecimentos ao STF sobre pai de presidente da OAB

'O que eu falei de mais? Que eu tive conhecimento na época... Eu ofendi o pai dele? Não ofendi', afirmou o presidente na manhã desta sexta

2 ago 2019 - 11h31
(atualizado às 11h44)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta-feira, 2, que irá prestar os esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal sobre as suas declarações em relação à morte do pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

Na quinta, o ministro do STF Luís Roberto Barroso deu um prazo de 15 dias para Bolsonaro, "querendo", apresentar esclarecimentos sobre a morte do desaparecido político e integrante do grupo Ação Popular (AP) Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira.

Nesta semana, Bolsonaro apresentou uma versão sobre a morte do militante que não tem respaldo em informações oficiais. O presidente da OAB acionou então o Supremo para cobrar esclarecimentos de Bolsonaro.

"O próprio ministro [determinou] que eu não tenho essa obrigação. Mas é só transcrever o que eu falei para vocês aqui. O que eu falei de mais? Que eu tive conhecimento na época... Eu ofendi o pai dele? Não ofendi. O que eu tive conhecimento na época foi o que falei", disse.

Bolsonaro contou que recebeu ontem o filho do jornalista Edson Régis, que, de acordo com ele, morreu fruto de uma bomba em Recife em 1966. "Quem botou aquela bomba foi a turma da ação popular, grupo que o pai do presidente da OAB integrava", disse.

Ele afirmou ainda lamentar as mortes que ocorreram dos "dois lados". "Se não tivesse tido essa vontade de implantar o comunismo no Brasil, nada disso teria acontecido. Se tivessem aceitado a normalidade do que acontecia, nada...", disse.

Durante a entrevista a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro não quis comentar se seria a favor do afastamento do procurador Deltan Dallagnol por causa do vazamento de mensagens em que ele teria falado contra ministros do Supremo Tribunal Federal e sobre o pedido pela Corte de compartilhamento das informações sobre a investigação.

Questionado sobre se o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, teria condições de permanecer no cargo caso as informações por hackers sejam confirmadas, Bolsonaroafirmou confiar no ministro e não ver motivos para demiti-lo. "Até o presente momento, eu não tive problemas com Sergio Moro. Ele, no meu entender, prestou grande serviço à nação mostrando as entranhas da corrupção. Não posso falar nada mais além disso", disse.

Estadão
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