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Bolsonaro diz haver 'ameaças' ao governo 

'Muita gente não tem interesse de eu estar sentado naquela cadeira', afirma o presidente, sem mencionar nomes

30 mai 2019 - 08h49
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse na quarta-feira, 29, que existem ameaças a seu mandato e que o fato de estar na Presidência vai "contra interesses de muita gente". Questionado, ele não quis responder a quais ameaças se referia, mas, em discurso, afirmou que ninguém "deve desejar sua cadeira", porque, segundo ele, não é fácil enfrentar pressões de vários setores da sociedade. O presidente declarou ainda que "paira um fantasma" sobre o seu governo do retorno da esquerda.

"Ameaças existem. Muita gente não tem interesse de eu estar sentado naquela cadeira", afirmou Bolsonaro, após cerimônia de posse pública do novo presidente da Embratur, Gilson Machado. "Não vou entrar em detalhes. Estamos conseguindo governar o Brasil." Durante discurso de improviso, Bolsonaro disse que muitos de seus votos foram obtidos por exclusão na eleição de 2018.

Ainda no discurso, afirmou que deseja obter governabilidade por meio da "consciência de todos" e relatou a necessidade de aprovar reformas para retomar a economia. "Não é gente atrapalhando, não, são os problemas que o Brasil tem, uma dívida interna monstruosa, uma reforma da Previdência que alguns teimam em jogar contra, mas é necessária para o bem de todos."

O presidente falou ainda sobre a relação com o Congresso. "Logicamente, no início de qualquer governo temos problemas, existem algumas caneladas, mas nunca somos inimigos", afirmou, ao lembrar que recebeu os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, na véspera, para a discussão de um pacto entre os três Poderes. "Isso está voltando à normalidade, o relacionamento que deveria ter. Estou muito feliz com isso."

A participação na cerimônia simbólica - já que o presidente da Embratur tomou posse de fato há uma semana - foi comunicada de última hora e não estava divulgada entre os compromissos do presidente.

Estadão
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