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Bolsonaro discute medidas em primeira reunião com ministros e vice

Presidente, vice-presidente Hamilton Mourão e 22 ministros discutem em Brasília as prioridades de cada pasta e definem medidas para pautas conjuntas

3 jan 2019 - 08h56
(atualizado às 14h56)
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O presidente Jair Bolsonaro faz nesta quinta-feira, 3, a primeira reunião com seu time de ministros em Brasília. Marcada para às 9h no Palácio do Planalto, as discussões com os 22 ministros e o general Hamilton Mourão tratam das prioridades de cada pasta. O grupo, chamado de Conselho de Governo, também vai debater pautas conjuntas. Os ministros vão apresentar o que foi discutido durante o governo de transição e quais serão as próximas ações.

Na manhã de quinta, Bolsonaro publicou em seu Twitter que pretende atrair investimentos com concessões. "Rapidamente atrairemos investimentos iniciais em torno de R$ 7 bi, com concessões de ferrovia, 12 aeroportos e 4 terminais portuários", afirmou. O objetivo é resgatar a confiança do investidor para aprimorar a infraestrutura nacional.

Na quarta, 18 ministros tomaram posse e listaram suas prioridades. Um dos pilares do novo governo, o economista Paulo Guedes defendeu a simplificação de impostos, carga tributária de 20% e falou sobre a necessidade de aprovar a reforma da Previdência. A ideia é corrigir as 'distorções' do sistema de aposentadoria nacional. "Vamos na direção da liberal democracia, vamos abrir a economia, simplificar impostos, privatizar, descentralizar recursos para Estados e municípios", disse Guedes, em discurso interrompido diversas vezes por aplausos da plateia.

Por sua vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que pretende aprovar leis mais duras contra o crime organizado. "O brasileiro, seja qual for a sua renda, tem o direito de viver sem medo da violência e sem medo de ser vítima de um crime, pelo menos nos níveis epidêmicos atualmente existentes", afirmou ao assumir o cargo.

Responsável pela articulação política do governo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, pediu um pacto pelo Brasil entre governo e oposição. "Não é possível que a oposição não possa compreender a capacidade de primeiro olhar para o Brasil, para as famílias e para o presente", afirmou em seu discurso. Por outro lado, Lorenzoni destacou que vai trabalhar para "despetizar" o Brasil. Nesta quinta, ele determinou a exoneração de comissionados e cargos de confiança de sua pasta.

No ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a ministra Tereza Cristina informou que um conselho interministerial tratará da questão das terras indígenas. Em sua fala, a deputada federal e um dos principais nomes da bancada ruralista afirmou que a ideia será discutida na Casa Civil. A ministra falou ainda sobre o tabelamento do frete rodoviário e destacou a necessidade de diálogo com os países árabes para a manutenção e elevação dos laços comerciais. A eventual transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém pode desagradar o grupo.

Na pasta das Relações Exteriores, o ministro Ernesto Araújo criticou o globalismo, afirmou que pretende reorientar a atuação do País na Organização das Nações Unidas (ONU) e disse que o País não pode ser mais passivo na diplomacia. Araújo prometeu, ainda, transformar as embaixadas em "escritórios comerciais" do Brasil no exterior. "Vamos reorientar a atuação do Brasil em favor daquilo que é importante para os brasileiros, não do que é importante para as ONGs", disse.

No ministério da Educação, o ministro Ricardo Vélez Rodriguez afirmou que a prioridade da pasta será o ensino básico no País. Ele defendeu em grande parte de seu discurso a luta contra o marxismo nas escolas. "Combateremos o marxismo cultural, hoje presente em instituições de educação básica e superior. Trata-se de uma ideologia materialista alheia aos nossos mais caros valores de patriotismo e de visão religiosa do mundo", afirmou. Vélez destacou, ainda, a necessidade de lutar contra o analfabetismo e de promover melhoria na infraestrutura de creches.

'Entraves'

Segundo especialistas ouvidos pelo Estado, algumas das medidas anunciadas pelos ministros dependem de diálogo com o Congresso, articulação com os governadores e de recursos do Orçamento.

Estadão
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