Ataque a abrigo em Gaza mata seis funcionários de agência da ONU
Entidade critica ataque e afirma já ter perdido 220 trabalhadores humanitários desde o início da guerra. Israel apresentou lista de combatentes que estariam no local e diz que três deles teriam função dupla.Seis funcionários da UNRWA, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, foram mortos em um ataque israelense a um abrigo da entidade na Faixa de Gaza nesta quarta-feira (11/09).
Segundo autoridades palestinas da área controlada pelo Hamas, ao menos 18 pessoas teriam sido mortas na ação, incluindo mulheres e crianças, sendo que uma das vítimas era o administrador do abrigo, instalado na escola Al-Jaouni, em Nuseirat.
A ONU diz que o local abriga cerca de 12 mil refugiados da guerra e que já sofreu cinco bombardeios desde o início do conflito. Desde então, a entidade afirma já ter perdido 220 funcionários, sendo que o ataque desta quarta-feira foi o mais letal.
"Este incidente deve ser investigado de forma independente e minuciosa para garantir a responsabilização", afirmou o porta-voz da ONU Stephane Dujarric. "A contínua falta de proteção efetiva para os civis em Gaza é inconcebível."
Indagado sobre se era possível descartar a presença de combatentes do Hamas no abrigo, Dujarric, porém, disse não poder responder à pergunta.
Lista de combatentes que estariam no local
O Exército israelense alega que o local também estava sendo usado por combatentes do Hamas e listou nove nomes entre os mortos, sendo que três deles trabalhavam oficialmente para a UNRWA - uma acusação que a ONU disse não estar "em posição de comentar ou verificar".
Israel acusa a agência de conluio com o Hamas e disse que centenas de funcionários teriam dupla atuação.
No que também pareceu ser uma crítica velada ao Hamas, Guterres "pediu a todas as partes" - mas sem mencionar o grupo palestino - "que se abstenham de usar escolas, abrigos ou seus arredores para fins militares".
Israel tem repetidamente afirmado que toma medidas para reduzir o dano a civis e acusado o Hamas de usá-los como escudo humano.
O atual conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque terrorista sem precedentes de 7 de outubro, quando radicais palestinos invadiram Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns. A resposta israelense ao atentado deixou mais de 41 mil palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde em Gaza.
ra (Reuters, EFE, ots)