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Após sanções, EUA e Irã trocam insultos e ameaças

25 jun 2019 - 17h17
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Em reação a novas sanções que atingem inclusive o líder supremo, presidente iraniano diz que Casa Branca é "retardada mental". Trump rebate sugerindo que pode lançar ataque com "força arrasadora" contra Teerã.A escalada de tensão entre o Irã e os Estados Unidos teve um novo capítulo nesta terça-feira (25/06) com uma troca de insultos e ameaças entre os líderes dos dois países.

Trump chamou declaração iraniana de "ignorante e insultante"
Trump chamou declaração iraniana de "ignorante e insultante"
Foto: DW / Deutsche Welle

Um dia após os EUA anunciarem uma nova rodada de sanções contra o Irã - que atingem diretamente o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei -, o presidente iraniano, Hassan Rohani, chamou o governo americano de "retardado mental" e disse que as novas medidas sao "ultrajantes e idiotas".

"Os americanos parecem desesperados e confusos, o que os fez adotar medidas estranhas e falar coisas sem sentido. Esta Casa Branca é retardada mental e não sabe o que fazer", afirmou Rohani em pronunciamento na TV.

No mesmo dia, a agência de notícias iraniana Fars divulgou que o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país, Ali Shamkhani, informou que o Irã pretende tomar novas medidas para reduzir os compromissos assumidos no acordo nuclear internacional já a partir de 7 de julho.

A tensão com o Irã aumentou desde que os EUA se retiraram no ano passado do acordo nuclear com Teerã, mas atingiu níveis alarmantes desde abril, quando Washington ordenou que todos os países interrompessem as importações de petróleo iraniano, fragilizando ainda mais a economia do país islâmico.

A isso se somaram o aumento da presença militar americana no Oriente Médio e a sabotagem de quatro petroleiros em um porto dos Emirados Árabes Unidos. O último incidente foi a destruição, na quinta-feira passada, do drone americano MQ-4 Triton, que, segundo o Irã, violou seu espaço aéreo, algo que o Pentágono nega.

Após a declaração de Rohani, Trump ameaçou nesta terça-feira responder com "uma força grande e arrasadora" a qualquer ataque do Irã contra alvos americanos.

"A muito ignorante e insultante declaração do Irã publicada hoje só mostra que eles não entendem a realidade. Qualquer ataque do Irã contra qualquer coisa americana será respondido com uma força grande e arrasadora. Em algumas áreas, arrasador vai significar erradicação", escreveu Trump no Twitter.

O presidente americano completou que "a liderança do Irã não entende as palavras 'bom' ou 'compaixão'". "Infelizmente, o que eles entendem é força e poder, e os EUA são de longe a força militar mais poderosa do mundo, com 1,5 trilhão de dólares investidos nos últimos dois anos."

Em seguida, acrescentou que "o maravilhoso povo iraniano está sofrendo, e sem motivo algum". "Sua liderança gasta todo seu dinheiro em terror e pouco em qualquer outra coisa." Trump disse também que seu país não esquece "o uso" por parte do Irã de artefatos explosivos e de bombas antiblindados, que, segundo comentou, "mataram 2.000 americanos e feriram muitos mais", sem oferecer mais detalhes.

O presidente dos EUA escreveu essas mensagens apesar de horas antes seu assessor de Segurança Nacional, John Bolton, ter assegurado em Jerusalém, onde está de visita, que Trump "mantém a porta aberta a negociações reais" com o Irã sobre a questão nuclear.

Na segunda-feira, o presidente americano assinou um decreto que impõe uma série de sanções a Khamenei, como o congelamento dos bens do líder e a proibição de sua entrada nos Estados Unidos. Além de Khamenei, oito membros da Guarda Revolucionária também foram alvo das medidas.

No mesmo dia, Trump disse que não precisa de autorização prévia do Congresso americano para atacar o Irã. "Gosto de manter [o Congresso] em dia, mas legalmente não tenho por que fazê-lo", disse ele em entrevista concedida ao site The Hill. "Fomos mantendo o Congresso em dia com o que estamos fazendo. Acho que eles são gratos por isso."

A declaração foi uma resposta à presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que na semana passada disse que o presidente não podia atacar o Irã sem autorização. "Não estou de acordo. Muita gente também parece não concordar", respondeu Trump ao ser questionado sobre a afirmação da democrata.

A disputa entre os poderes ocorre depois de Trump ter reconhecido que autorizou um ataque ao Irã na última quinta-feira, em retaliação ao abate do drone, mas que o suspendeu porque 150 pessoas seriam mortas, um número de vítimas avaliado por ele como "desproporcional".

JPS/efe/afp/lusa

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