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Após recuos, comunicação de Bolsonaro será coordenada por militares

Além do porta-voz, general Otávio Santana do Rêgo Barro, Secom terá outros representantes do Exército para cargos estratégicos; órgão vai reduzir pessoal em 30%

22 jan 2019 - 22h22
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BRASÍLIA - A comunicação do governo do presidente Jair Bolsonaro será coordenada por militares vindos do Exército. A administração federal organiza uma reestruturação da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) que deverá ser formalizada em fevereiro. As mudanças ocorrem após recuos do presidente verificados nos primeiros dias de governo e desencontros de informações entre integrantes do governo.

O general de divisão Otávio Santana do Rêgo Barros foi nomeado na última sexta-feira, 18, para o cargo de porta-voz da Presidência. Além dele, o governo prepara a nomeação de outros militares para cargos estratégicos de comunicação. Para auxiliar na função de chancelar a comunicação de Bolsonaro, Rêgo Barros trouxe para o governo o coronel Flávio Peregrino, que chefiou a Agência Verde-Oliva (órgão de comunicação do Exército) durante a gestão do porta-voz no Centro de Comunicação Social do Exército. Um coronel do Exército, que ainda não teve a nomeação divulgada, deverá ser escolhido para ser o "número 2" de Rêgo Barros no cargo.

O tenente-coronel Alexandre Lara, por sua vez, assumirá a Secretaria de Imprensa. O órgão é responsável por credenciar jornalistas, distribuir noticiário referente às atividades do presidente, preparar resumos de notícias publicadas na imprensa e organizar a coletânea dos pronunciamentos. Atualmente, Lara é porta-voz do vice-presidente Hamilton Mourão, que exerce o cargo de presidente em exercício durante a viagem de Jair Bolsonaro a Davos, e foi assessor do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, no governo Michel Temer.

Governo vai reduzir em 30% número de cargos na Secom, diz porta-voz

Rêgo Barros também afirmou nesta terça-feira que o governo Bolsonaro promete reduzir em 30% a quantidade de cargos na Secom. A intenção, de acordo com ele, é promover a reestruturação para resultar em redução de gastos na estrutura do governo.

A nova estrutura da Secom deve ser oficializada a partir do dia 30 de janeiro. Integrantes do governo já falaram sobre a intenção em promover cortes na Secretaria e um "pente-fino" nos contratos, que envolvem comunicação institucional, publicidade e comunicação digital.

Em entrevista ao Estado publicada no último dia 15, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, avaliou que administrações passadas puseram a comunicação a serviço de um "projeto de poder" e anunciou a revisão de todos os contratos da área, estimados em até R$ 400 milhões apenas na Secom.

Estadão
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