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Após 'fila' para CPIs, deputados disputam o primeiro discurso na Câmara

Petista estreia com críticas à Previdência; discursos são gravados pela TV Câmara e ficam disponíveis para reprodução

5 fev 2019 - 15h22
(atualizado às 23h16)
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Após a fila para ser o primeiro a apresentar projetos e CPIs na Câmara, deputados acordaram cedo novamente nesta terça-feira, 5, para ter o direito de estrear antes na tribuna.

Muitos parlamentares foram logo cedo à Secretaria-Geral da Mesa para se inscreverem na lista de oradores e ter direito de discursar primeiro. No total, 105 deputados haviam pedido para falar até a abertura da sessão, às 14h.

Quem ganhou o direito foi o deputado Marcon (PT-RS), primeiro a discursar. Ao falar, criticou a proposta de reforma da Previdência, prioridade do governo de Jair Bolsonaro. "Por que o governo federal não cobra dos devedores da Previdência?", questionou.

Depois dele, seus correligionários, Benedita da Silva (PT-RJ) e João Daniel (PT-SE) também usaram o microfone. Além deles, outros 55 deputados se inscreveram para falar no chamado "pequeno expediente", que é quando o parlamentar tem 5 minutos para discursar.

Apesar de ter quase 1 milhão de seguidores no Instagram e pouco mais de 346 mil no Twitter, Kim Kataguiri (DEM-SP) iniciou seu discurso se apresentando aos colegas. "Para quem não me conhece, quero me apresentar aos colegas. Sou Kim Kataguiri. Fui eleito pelo Democratas de São Paulo", disse.

Ele também citou reportagem publicada pelo Estado sobre a minuta com os termos estudados pelo governo para a proposta da Reforma da Pevidência. "Se se fizer uma comparação entre o Campeonato Brasileiro e o governo Bolsonaro, o governo Bolsonaro está começando pela final, que é a votação da reforma previdenciária. Precisamos vencer essa final, inclusive peço ajuda aos Parlamentares de esquerda que falam muito sobre desigualdade social, sobre o combate à pobreza", afirmou.

Já a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) defendeu o próprio pedido de CPI para apurar as causas do desastre de Brumadinho. "Vamos investigar de maneira imparcial. Será uma CPI que não terá preço, que não se dobrará à pressão, e que vai fazer justiça para que aquelas famílias tenham o mínimo de acalento depois daquilo que aconteceu", disse.

Primeiro bate-boca tem Lula como tema

Ela também aproveitou para criticar o PT, seu maior adversário na Casa. "A vida do PT não será fácil nesta Casa", disse. Joice se dirijia ao deputado Valmir Assunção (PT-BA) que, momentos antes havia defendido o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso.

"Eu vou dizer aos senhor que nós veremos Lula, chefe da quadrilha do Petrolão, apodrecer na cadeia", afirmou a deputada que prometeu, também, trabalhar pela aprovação de um projeto de lei para garantir a legalidade da prisão em segunda instância.

O discurso de Assunção também foi ensejou o primeiro bate-boca na Casa e aumentou a temperatura do plenário. Enquanto ele ainda falava, o deputado Eder Mauro (PSD-PA) interrompeu o colega utilizando os microfones que ficam no chão do plenário e reclamou. A atitude gerou uma confusão entre os que defendiam um ou outro.

A deputada Geovânia de Sá (PSDB-SC), que presidia a sessão, precisou intervir. "Deputado, solicito respeito com o nobre colega que está na tribuna. No seu tempo, se Vossa Excelência estiver inscrito, poderá falar", disse.

Valmir Assunção também foi um dos que criticou a reforma da Previdência. Para ele, a proposta do governo irá penalizar o trabalhador e manter benefícios a grandes empresas.

"Para aqueles e aquelas que têm grandes empresas e devem bilhões à Previdência Social não se toma nenhuma providência de cobrança, mas querem cobrar do trabalhador rural, do mais pobre. Nós não podemos aceitar isso", disse.

Historicamente, deputados participam deste tipo de sessão porque seus discursos são gravados pela TV Câmara e ficam disponíveis para o parlamentar reproduzi-los em suas redes sociais ou em veículos de mídia de seus redutos eleitorais.

Enquanto a Câmara realiza sua primeira sessão de plenário, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reunia com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Coube à deputada Geovânia de Sá (PSDB-SC) comandar os trabalhos. Nesta terça, a sessão não era deliberativa, ou seja, nenhuma votação foi realizada.

Estadão
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