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Análise: Uma oportunidade de melhorar a Educação

Ministério de Bolsonaro terá que enfrentar a crise de aprendizagem que assola nossas crianças e jovens

1 jan 2019 - 05h11
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O que o futuro ministro da Educação vai encontrar em relação à Educação Básica brasileira quando assumir o cargo, em janeiro de 2019, é um grande desafio, mas também uma enorme oportunidade.

O desafio já é conhecido: a crise de aprendizagem que assola nossas crianças e jovens.

Apesar de avanços importantes nas últimas décadas no que diz respeito à oferta do acesso à escola, estamos ainda em um patamar muito baixo de aprendizagem. A melhora observada nos anos iniciais do Ensino Fundamental, não se reflete nos anos posteriores. Chegamos em 2018 com apenas seis em cada dez jovens concluindo o Ensino Médio na idade adequada.

Por outro lado, estamos diante de uma oportunidade de promover um impulso de qualidade na Educação Básica, como talvez não tenha ainda sido feito no Brasil. Com o apoio de muitos atores do campo educacional, algumas políticas fundamentais para avançarmos na qualidade e equidade da Educação Básica têm avançado significativamente. Dentre elas, destaque para a Base Nacional Comum Curricular, que transcendeu governos. Temos também um novo modelo de Ensino Médio tomando forma e com possibilidades de tornar a escola mais atrativa e relevante para nossos jovens. Temos visto a Educação Integral na pauta de muitos gestores e da sociedade. Há um debate já muito consolidado com propostas consistentes para o novo Fundeb, para que seja mais redistributivo e se torne permanente - o atual deve acabar em 2020. Também foi dado um passo muito importante no debate sobre carreira e formação de professores, com a primeira versão de proposta de referenciais docentes apresentada pelo MEC.

Além disso, temos um conjunto de propostas elaboradas pela sociedade civil informada pelas evidências, pelas experiências de sucesso de redes de ensino nacionais e internacionais, e ancoradas no Plano Nacional de Educação que podem, se implementadas de maneira articulada com a União, os Estados e os Municípios, mudar o jogo na Educação.

A oportunidade está, portanto, na continuidade e fortalecimento dessas políticas e iniciativas, com base em uma estratégia nacional que promova uma articulação sistêmica entre elas, uma vez que não há medida que, sozinha, dê conta de resolver a baixa qualidade e a desigualdade educacional. O próximo governo não tem escolha quanto ao tamanho do desafio, ele está posto. Mas tem à frente outra escolha: aproveitar ou não a oportunidade de concretizar o tão necessário salto de qualidade na Educação Básica.

* Presidente-executiva e cofundadora do movimento Todos Pela Educação

Estadão
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