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Agência da ONU para refugiados afirma que escritório na Cisjordânia foi danificado por Israel

1 nov 2024 - 22h29
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O relacionamento entre Israel e a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) tem sido marcado por tensões e controvérsias. Recentemente, um episódio envolvendo danos ao escritório da UNRWA no campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia, acendeu novamente as discussões sobre a presença e as atividades da agência na região. Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA, alegou que escavadeiras israelenses foram responsáveis pelo dano, enquanto o setor militar israelense negou envolvimento e apontou explosivos plantados por terroristas como causa provável.

Cisjordânia
Cisjordânia
Foto: Reprodução/X / Perfil Brasil

 "A acusação de que o escritório da UNRWA em Nur Shams foi destruído por soldados das Forças Armadas de Israel é falsa", disse o setor militar israelense em comunicado.

A agência UNRWA foi estabelecida em 1949 para fornecer suporte vital a milhões de refugiados palestinos. Suas funções incluem assistência em saúde, educação e auxílio humanitário, espalhadas por áreas como a Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria. Com aproximadamente 5,9 milhões de refugiados palestinos sob seu amparo, a UNRWA desempenha um papel crucial na sustentação dessas comunidades afetadas por conflitos.

Nova legislação de Israel e danos na agência da Cisjordânia

Israel aprovou uma legislação que proíbe a atuação da UNRWA dentro de suas fronteiras, sob alegações de que a agência estaria envolvida em atividades terroristas, especialmente após o ataque coordenado pelo Hamas em outubro de 2023. Esta decisão pode impactar seriamente as operações da UNRWA, especialmente na Faixa de Gaza, território já fragilizado pela guerra. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, expressou que funcionários envolvidos em terrorismo devem ser responsabilizados. A nova lei foi criticada por Lazzarini como um "precedente perigoso", alegando que infringe a Carta da ONU e compromissos de Israel sob o direito internacional.

A relação contenciosa entre Israel e a UNRWA atinge um dos principais pontos de crise entre Tel Aviv e a ONU. Israel apresentou acusações de conexão entre funcionários da UNRWA e o Hamas, com 190 funcionários supostamente associados ao grupo, e 12 envolvidos nos ataques de outubro. Em resposta às suspeitas, a UNRWA demitiu nove trabalhadores que poderiam ter ligação com os eventos. Esta decisão ilustra os desafios enfrentados quando se busca equilibrar segurança e assistência humanitária em regiões de conflito.

As tensões entre Israel e a UNRWA refletem conflitos mais amplos sobre a assistência humanitária e a política na região. Este impasse coloca em risco a assistência indispensável a milhões de refugiados palestinos. Ao avançar, encontrar um meio-termo que garanta segurança e suporte humanitário contínuo é essencial para a estabilidade e o bem-estar das populações afetadas.

Perfil Brasil
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