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A plateia de evangélicos, Bolsonaro diz que indicará ao Supremo um 'irmão nosso em Cristo'

Em Belém, presidente participa de cerimônia dos 110 anos da Assembleia de Deus no Brasil ao lado de André Mendonça, favorito para a vaga

18 jun 2021 - 23h40
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SÃO PAULO e BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro reafirmou nesta sexta-feira, 18, o compromisso de indicar um evangélico para o Supremo Tribunal Federal (STF), em julho, quando o decano da Corte, Marco Aurélio Mello, se aposentar. Bolsonaro fez novamente a promessa ao discursar para uma plateia de evangélicos na qual estava o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça, favorito ocupar a vaga no Supremo.

"Fiz um compromisso com os evangélicos do País. Indicaremos um evangélico para que o Senado aceite seu nome e encaminhe para o STF um irmão nosso em Cristo", disse Bolsonaro ao participar da cerimônia comemorativa dos 110 anos da Assembleia de Deus no Brasil, em Belém (PA). Além de Mendonça, os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, que é deputado federal pelo Republicanos, acompanharam o presidente na viagem.

Marco Aurélio Mello vai se aposentar em 12 de julho, data em que completa 75 anos e é obrigado a deixar o Supremo. Em conversas com líderes evangélicos, no mês passado, o presidente confidenciou que Mendonça é seu nome preferido para assumir a cadeira do decano. A indicação do nome deve ser apresentada ao Senado, a quem cabe referendar a escolha.

Pastor da Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília, Mendonça acompanhou Bolsonaro na visita desta sexta-feira ao Pará. Durante cerimônia de inauguração do trecho pavimentado da BR Transamazônica, o presidente fez elogios à equipe, mas citou especificamente Mendonça. "Ele é quietinho. É um pastor evangélico, o André Mendonça, ministro da Advocacia-Geral da União", apresentou.

A promessa de Bolsonaro de nomear um ministro "terrivelmente evangélico" para o Supremo foi feita pela primeira vez em julho de 2019, durante evento com a bancada temática no Congresso.

"O Estado é laico, mas nós somos cristãos. Ou, para plagiar minha querida Damares (Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos): nós somos terrivelmente cristãos. E esse espírito deve estar presente em todos os Poderes. Por isso, meu compromisso: poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal; um deles será terrivelmente evangélico", disse o presidente à época.

Apesar da promessa, um ano depois Bolsonaro escolheu Kassio Nunes Marques para a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello. A primeira indicação do presidente para o STF provocou descontentamento de aliados, mas ele assegurou que a segunda cadeira da Corte iria para um evangélico.

Mergulho nas trevas

Na cerimônia dos 110 anos da Assembleia de Deus no Brasil, Bolsonaro também disse que decidiu concorrer à Presidência para "mudar o Brasil" após sentir que o País "mergulhava nas trevas" com o resultado da eleição de 2014. Bolsonaro afirmou que pretende deixar o cargo apenas "lá na frente", e se for da vontade de Deus.

"Em 2010, com parlamentares evangélicos, descobrimos que alguns partidos políticos queriam ensinar aos nossos filhos, aos nossos pequeninos, aquilo que não está na palavra de Deus", discursou. "Ali começamos a aparecer e despertar a atenção das famílias brasileiras. Após as eleições de 2014, sentindo que o Brasil mergulhava nas trevas, decidi mudar o Brasil", emendou, numa referência à reeleição da então presidente Dilma Rousseff.

Bolsonaro voltou a criticar as atividades da CPI da Covid no Senado. "Não adianta fazer CPI se o objetivo não é investigar quem recebeu, mas quem enviou recursos", disse ele. A manifestação repete estratégia adotada por senadores governistas que, em articulação com o Palácio do Planalto, tentam esmiuçar a ação de governadores e prefeitos no combate à pandemia do novo coronavírus.

"O meu objetivo é, lá na frente, deixar o governo e deixar o País muito melhor do que recebi em janeiro de 2019", insistiu o presidente. "Só saio de lá se Ele quiser", afirmou, mais cedo.

Estadão
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