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Bolsonaro reclama de pressão da 'velha política' a ministros

Presidente sinaliza que não se opõe à nomeação de indicados políticos para cargos federais

11 mar 2019 - 23h04
(atualizado em 12/3/2019 às 07h49)
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BRASÍLIA - Em conversa com ministros, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (11) que tenta mostrar a parlamentares um novo caminho, mas que "as pressões são enormes" porque a velha política sempre aparece. Ele também afirmou que quer manter critérios técnicos nos ministérios e que dará liberdade para as escolhas dos ministros. As declarações ocorreram durante videoconferência feita do Palácio do Planalto para os integrantes do governo que estão em viagem oficial para a Antártida, entre eles o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Rio de Janeiro
07/03/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Rio de Janeiro 07/03/2019 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

"As pressões são enormes porque a velha política sempre parece que nos quer puxar para o que se fazia antes. Nós não pretendemos fazer isso, sabemos que isso está errado. Pode até ter um caminho melhor, mas o nosso caminho aqui é diferente do anterior", disse o presidente.

No último sábado, 9, Bolsonaro sinalizou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não se opõe à nomeação de indicados políticos para cargos federais nos Estados. O gesto foi considerado um passo importante para a união de esforços do Executivo e do Legislativo para a aprovação da reforma da Previdência. O presidente impôs como condição que os indicados que tenham boa reputação. Conforme informou o "Estado", o governo está criando um "Banco de Talentos" para estabelecer critérios técnicos para essas nomeações.

Em meio a uma dança das cadeiras no Ministério da Educação e após a polêmica demissão de Ilana Szabó no Ministério da Justiça e Segurança Pública, Bolsonaro também garantiu que vai dar liberdade aos ministros para a escolha de suas equipes.

"Já há uma consciência por parte dos parlamentares que nós queremos manter esse ministério técnico dando liberdade aos respectivos ministros para escolher suas equipes, vamos sair dessa inanição desse processo que tínhamos. Eu acredito que a maioria dos parlamentares pensa da mesma forma que nós. Acredito que está faltando ainda para alguns mostrarmos ainda esse caminho", avaliou Bolsonaro na reunião desta segunda.

Ao lado de Bolsonaro, no Planalto, participaram o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez. O comandante da Marinha, Ilques Barbosa Junior, o presidente da Anatel, Leonardo Euler de Morais, e o presidente da Oi, Eurico Teles, também estavam entre os presentes da videoconferência.

O governo exonerou nesta segunda-feira seis auxiliares do ministro da Educação. Na lista, estão nomes de discípulos do autor de livros Olavo de Carvalho - guru bolsonarista-, como Tiago Tondinelli e Sílvio Grimaldo. As demissões ocorrem em meio à uma disputa interna na pasta. Também foi exonerado o coronel Ricardo Roquetti, militar que se tornou braço direito de Vélez, opositor de "olavistas" e que teve sua saída exigida pelo presidente Jair Bolsonaro, numa reunião realizada no domingo.

A briga no ministério começou na semana passada, quando o ministro resolveu afastar funcionários que defendiam políticas de viés ideológico. A mais importante delas, revelada pelo Estado, uma carta enviada às escolas pedindo que o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido e que crianças fossem filmadas cantando o Hino Nacional.

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