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40°C de Florianópolis ao Rio de Janeiro

Tarde de 3 de janeiro vai ficar entre as mais quentes do ano no litoral de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro

3 jan 2019 - 19h02
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O ano de 2019 está apenas começando, mas já se pode dizer que a tarde de 3 de janeiro é candidata a ser uma das mais quentes do ano na faixa litorânea dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. O dígito de 40°C, ou temperaturas muito próximas deste valor, foi observado em vários locais, incluindo as capitais Florianópolis e Rio de Janeiro.

40°C de Florianópolis ao Rio de Janeiro

Esta quinta-feira, 3 de janeiro, está sendo o dia mais quente de 2019 até agora no litoral de São Paulo. Temperaturas extremamente altas, em torno dos 40°C, foram registradas e a sensação de calor chegava aos 47°C às 15 horas.

A estação medidora da CESTEB em Santos registrou 40,5°C às 15 horas, com umidade relativa do ar de 37%. A sensação de calor nesta hora foi de 47°C. Em outro ponto de medição, na Ponta da Praia, a temperatura neste horário foi de 39,0°C e a umidade relativa era de 40%. A sensação de calor nesta hora foi de 46°C.

Em Bertioga, pela medição do Instituto Nacional de Meteorologia,  a maior temperatura até às 16 horas era de 37,9°C. Em Iguape, a temperatura chegou aos 40,1°C às 16 horas.  A sensação de calor nesta hora era de 44°C.

Em São Sebastião, a temperatura chegou aos 37,3°C às 13 horas, valor que se repetiu às 16 horas, quando umidade relativa do ar era de 48% e a sensação de calor chegou aos 45°C.

Na cidade do Rio de Janeiro houve recorde de calor para 2019 com temperatura de 41,2°C medida no bairro de Santa Cruz, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Em Morretes, no litoral do Paraná, o INMET registrou 39,4°C às 15 horas, com sensação de calor de 44°C. Paranaguá estava com 38,4°C neste horário.

O aeroporto de Joinville, em Santa Catarina, registrou 40°C às 15 horas. Em Florianópolis, a medição automática do INMET indicou 39,7°C. É provável que tenha ocorrido um recorde histórico de calor de quase 100 anos na capital catarinense.

 

 

Foto: Climatempo

Foto de Douglas Silva, Itanhaém (SP)

Por que tanto calor?

O calor extremo é explicado pela combinação de muitas horas com sol forte e ausência de chuva, falta de ventos frescos de origem polar há vários dias, aumento da temperatura pelo efeito do relevo local (aquecimento adiabático) e a presença de vento quente, vindos do interior do país.

Todo este calor é na verdade o calor pré-frontal, que ocorre um dia antes ou algumas horas antes da chegada de uma frente fria a um lugar.

O que é calor pré-frontal?

Em áreas litorâneas que também estão próximas de montanhas, antes da chegada de uma frente fria, é comum ocorrer o efeito do aquecimento adiabático. O ar no litoral fica muito mais quente que o normal.

A expressão pré-frontal é usada pelos meteorologistas para descrever um conjunto de situações especiais e típicas que ocorre horas antes da chegada de uma frente fria em um lugar.

Confira algumas mudanças do tempo que ocorrem antes da chegada de uma frente fria

- ar esquenta e pode fazer um calor muito acima do normal, mesmo no verão; a temperatura pode subir mais de 10°C em relação ao dia anterior;

- ventos aumentam de intensidade e podem ocorrer fortes rajadas, mesmo sem chover; o vento é quente;

- muitas nuvens altas se espalham pelo céu e podem até esconder completamente o azul, mas este tipo de nebulosidade não provoca chuva;

- pancadas de chuva fortes podem ocorrer antes da chegada da chuva de uma frente fria; às vezes, a chuva da pré-frontal é até mais intensa do que a da própria frente fria;

Todos estes fatores, a combinação de alguns ou de todos eles, aquecem o ar e podem ocorrer em qualquer época do ano fazendo a temperatura ficar acima do normal. Mas quando estas condições ocorrem durante os dias de verão, quando o ar já é naturalmente quente, o calor fica ainda maior.

O que é aquecimento adiabático?

O efeito de aquecimento adiabático ocorre em regiões próximas a montanhas. Isto ocorre quando a circulação dos ventos predominante é do interior do continente para o mar (vento terral). O ar que está na parte elevada do continente é empurrado para áreas baixas e desce as encostas de uma montanha. No processo de aquecimento adiabático, a medida que o ar desce a encosta da montanha, ocorre um aumento de temperatura de quase 1°C a cada 100 metros.

Entre a região da cidade de São Paulo e de Santos, por exemplo, existe uma diferença de quase 800 metros, em média. O ar que sai da capital paulista com 33°C chega a Santos quase 8°C graus mais quente, ou seja, com aproximadamente 41°C.

Foto: Climatempo

Como acontece o aquecimento adiabático?

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