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25 militares venezuelanos pedem asilo ao Brasil

1 mai 2019 - 00h59
(atualizado às 06h50)
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Grupo de militares de baixa patente solicita refúgio na embaixada brasileira em Caracas após tentativa de levante contra Maduro. Bolsonaro afirma que chance de intervenção armada "é próxima de zero".O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, informou nesta terça-feira (30/04) que 25 militares venezuelanos de baixa patente pediram asilo na embaixada brasileira em Caracas, na Venezuela. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro já autorizou a medida. Atualmente, o país acolhe 70 desertores venezuelanos.

Juan Guaidó ao lado de alguns militares que aderiram à sua convocação
Juan Guaidó ao lado de alguns militares que aderiram à sua convocação
Foto: DW / Deutsche Welle

Os militares foram abrigados na sede da embaixada, mas devem ser transferidos para outros imóveis da missão diplomática do Brasil, entre eles o consulado-geral em Caracas.

Os soldados entraram na embaixada em meio aos confrontos nas ruas de Caracas e outras cidades da Venezuela depois que o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente em janeiro, convocou uma rebelião civil e militar contra o governo de Nicolás Maduro.

Mais cedo, Guaidó anunciou em um vídeo gravado nos arredores da base aérea de La Carlota, na zona leste de Caracas, que "a família militar" tinha decidido se unir a um levante para forcar a saída de Maduro e a convocação de novas eleições.

No entanto, ao longo do dia, conforme o regime chavista reagia e intensificava a repressão aos manifestantes, ficou claro que o movimento de Guaidó não havia garantido um respaldo decisivo de militares de alta patente do país.

O próprio porta-voz Rêgo Barros disse que o governo brasileiro não tinha informações sobre a adesão de generais ao movimento anti-Maduro.

Ainda de acordo com o porta-voz, Bolsonaro conversou por telefone com Guaidó por volta das 14h. O conteúdo do diálogo não foi divulgado.

Rêgo Barros também citou a Medida Provisória 880, publicada nesta terça-feira em edição extra do Diário Oficial da União, que abre crédito extraordinário em favor do Ministério da Defesa, no valor de 223,853 milhões de reais. A verba se destina à assistência emergencial e ao acolhimento humanitário de venezuelanos no país.

O porta-voz falou ainda sobre a próxima reunião do Grupo de Lima, convocada para sexta-feira, na capital peruana, que vai tratar dos desdobramentos da crise venezuelana. O grupo reúne 12 países (Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela) e reconhece Guaidó como líder do Executivo venezuelano.

Também nesta terça, Bolsonaro afirmou que a chance de o Brasil participar de uma intervenção armada na Venezuela é "próxima do zero".

"A hipótese de nós participarmos de forma mesmo indireta de uma intervenção armada é muito difícil, não vou dizer que é zero, mas é próxima de zero", afirmou o presidente, durante uma entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.

Mais tarde, Bolsonaro disse no Twitter que "qualquer hipótese" sobre o papel que o Brasil possa desempenhar na resolução da crise venezuelana será decidida "exclusivamente" pelo presidente.

"A situação da Venezuela preocupa a todos. Qualquer hipótese será decidida EXCLUSIVAMENTE pelo Presidente da República, ouvindo o Conselho de Defesa Nacional. O Governo segue unido, juntamente com outras nações, na busca da melhor solução que restabeleça a democracia naquele país", escreveu.

Pouco depois, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também usou o Twitter para retrucar a mensagem de Bolsonaro. "Em relação ao tuíte do presidente Jair Bolsonaro sobre a situação da Venezuela, é importante lembrar que os artigos. 49, II c/c art. 84, XIX; c/c art. 137, II da Constituição Federal precisam ser respeitados. E eles determinam que é competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar uma declaração de guerra pelo Presidente da República."

JPS/abr/ots

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