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Vamos conversar sobre representatividade, aceitação e cidadania

Uma onda de ódio avança, sob o manto cínico do conservadorismo, e milhares de pessoas perdem a proteção que todo ser humano deve receber.

2 fev 2025 - 13h05
(atualizado em 3/2/2025 às 10h34)
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Na última quarta-feira, 29/1, Dia Nacional da Visibilidade Trans, o prédio do Congresso Nacional, em Brasília, foi iluminado com as cores azul, branco e rosa da bandeira do orgulho trans, criada em 1999 nos EUA pela mulher trans Monica Helms, que simboliza meninos, meninas e pessoas em transição, intersexo ou de gênero neutro, diversidade e inclusão da comunidade transgênero.

A data é celebrada desde 2004 e marca o lançamento da campanha 'Travesti e Respeito', promovida em ato no Congresso Nacional.

Desde 2016, o Decreto nº 8.727 garante direito ao uso do nome social e reconhecimento da identidade de gênero de travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal.

Atualmente, duas deputadas federais são mulheres trans, Duda Salabert (PDT-MG), que propôs a iluminação, e Erika Hilton (PSOL-SP).

O ódio centralizado na diversidade sexual e de gênero faz do Brasil uma nação extremamente violenta e a que mais mata mulheres trans e travestis, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em um contraponto hipócrita ao título de país do Carnaval e da alegria, e também o que mais consome pornografia.

Desconhecimento e intolerância geram bloqueios reais e ampliam a desigualdade. Em São Paulo, por exemplo, a maioria das mulheres trans atendidas pelo Casarão Brasil Associação LGBTI foi expulsa da própria casa e viveu na rua por falta de apoio e aceitação familiar, conforme me contou o presidente da instituição, Rogério de Oliveira (leia a entrevista).

E se já existem ódio e violência em alta escala contra pessoas trans, o horizonte próximo é bastante assustador, principalmente porque, nos EUA, país que ainda detém poder para influenciar o mundo e impor suas ideais, o presidente Donald Trump ataca diretamente a diversidade, primeiro ao determinar que, para ele, seu governo e seu país, só existem os gêneros masculino e feminino, e depois, muito grave, culpar programas de equidade e inclusão dos governos anteriores pelo acidente aéreo que matou 67 pessoas em Washington no dia 29/1, coincidentemente, data de celebração da visibilidade trans.

Isso faz pensar imediatamente na situação de milhares de pessoas trans que, com uma assinatura, deixam de existir perante o Estado norte-americano e, dessa forma, perdem toda a proteção que qualquer ser humano deve receber.

Há uma onda de preconceito e discriminação em veloz avanço, sob o manto cínico do conservadorismo, e todo tipo de agressão será justificado pela "defesa da família".

Uma horda social egoísta e egocêntrica manipula o obscurantismo e não tem nenhum pudor, arrasta multidões de semelhantes para perpetuar a opressão, o próprio poder e, claro, o lucro.

Estadão
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