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Terapeuta lamenta morte de Pedrinho Matador: "Dor maior do que quando perdi meu pai"

Iza Toledo também escreveu a biografia 'Serial Killer (?) Eu Não Sou o Monstro', que conta a história de Pedro Rodrigues Filho

21 mar 2023 - 15h47
(atualizado em 22/3/2023 às 09h32)
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Pedrinho Matador foi condenado a mais de 400 anos de prisão por 71 crimes
Pedrinho Matador foi condenado a mais de 400 anos de prisão por 71 crimes
Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo

A psicanalista Iza Toleto, 52 anos, teve ao menos um paciente famoso: Pedro Rodrigues Filho, mais conhecido como 'Pedrinho Matador'. A sua morte, no último dia 5 de março, deixou profundas marcas na mulher que definiu o assassinato como "uma dor maior do que quando perdi meu pai".  

"Para mim foi uma dor maior do que quando eu perdi meu pai. Eu me sentia protegida pelo Pedrinho como eu não me sentia protegida pelo meu pai", disse Iza em entrevista à Folha de S. Paulo. O réu confesso chegou a viver em outro cômodo da casa de Iza, em Itanhaém (SP).

A terapeuta também é responsável pela biografia do serial killer.  Pedrinho Matador foi assassinado na porta da casa de uma irmã, em Mogi das Cruzes. Após ser atingido por tiros ele foi degolado

Terapia e livro 

Iza Toledo era terapeuta de Pedrinho Matador desde 2021. Neste intervalo, ela escreveu a biografia Serial Killer (?) Eu Não Sou o Monstro que conta a história de Pedro Rodrigues Filho, 68, que ficou conhecido pelo apelido após cometer mais de cem assassinatos e passar 42 anos atrás das grandes, sendo solto apenas em 2018. 

"Eu perdi meu pai quando eu tinha 26 anos. Ele não era um homem carinhoso, era um homem muito reservado. Com o Pedrinho, a gente tinha uma convivência, a gente brincava. Ele não era o Pedrinho Matador, era o Pedrinho Rodrigues. Era a pessoa que ele tava descobrindo que ele era, que estava se transformando", contou. 

Mudança para Itanhaém

Dois meses após fazer terapia online com Iza, Pedrinho trocou Mogi por Itanhaém, cidade no litoral paulista em que a psicanalista vive. Lá, ele morava em um cômodo, na parte de baixo da casa onde a terapeuta vivi com o marido. Além das consultas, ele também praticava escrita criativa e cuidava dos cinco cachorros da família, numa espécie de pet terapia, segundo a publicação. 

"A gente conversava três vezes por semana, por duas horas. E foi ganhando confiança em mim e queria que eu escrevesse um livro que mostrasse o lado ruim dele, mas também o bom. Ele não queria ser santo, mas queria mostrar o que tinha acontecido com ele e por que ele tinha se arrependido e queria uma vida nova", conta.

Pedrinho também passou a conviver com a família. "Havia um vínculo muito forte. Ele estava começando a viver agora. Nós passamos a ser a família do Pedrinho. As pessoas acham estranho porque elas são sórdidas e projetam no outro toda a sordidez que tem dentro delas", avalia.

Ataques após a morte

Após o assassinato de Pedrinho, Iza revelou ter sido alvo de fake news. Chegaram a dizer que ela seria 'amante' e 'viúva' do serial killer. "As pessoas me chamam de viúva do Pedrinho. Dizem que sou amante dele. Outras dizem que eu estou milionária, que ganhei muito dinheiro com ele, mas é tudo mentira. Além de eu não poder elaborar o meu luto, tenho que lutar contra essas fake news", diz.

Na entrevista, ela destacou que não busca romantizar a criminalidade, mas sim "levar uma mensagem de esperança para a sociedade. Uma demonstração de que o ser humano quando quer e é acolhido com humanidade, ele consegue se superar se regenerar, essa é a mensagem", conclui

Pedrinho Matador

Pedrinho Matador matou sua primeira vítima aos 14 anos, segundo registros da polícia brasileira. No total, ele foi condenado a 400 anos de prisão por 71 crimes, que teriam deixado mais de 100 vítimas fatais. Como passou boa parte da vida em presídios, a maioria de suas vítimas era outros presidiários.

Ele foi solto em 2007 pela primeira vez, mas voltou para a cadeia e cumpriu pena em regime fechado até 2018, quando novamente foi colocado em liberdade. 

Fonte: Redação Terra
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