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Bolsonaro ignora denúncias de assédio na Caixa em posse de Daniella Marques

Presidente negou que a chegada da executiva marque uma nova era no banco

5 jul 2022 - 21h15
(atualizado às 21h26)
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Na posse da nova presidente da Caixa, Daniella Marques, o presidente Jair Bolsonaro evitou falar em uma nova era para o banco público após a saída do ex-presidente Pedro Guimarães. Bolsonaro elogiou a nova presidente da instituição, que classificou como "competente", e negou que ela assumiu o cargo por ser mulher - sem citar as acusações ao ex-chefe da Caixa.

"Não começa nova era na Caixa, a Caixa continua. É difícil a gente ver mulher na economia. O espaço da mulher é em qualquer lugar. Não precisa botar cota para mulher, ela vai com seus próprios méritos. Vamos nos orgulhar da nossa Caixa Econômica Federal", limitou-se a falar o presidente, após um discurso muito mais centrado na disputa eleitoral deste ano.

Bolsonaro ignora denúncias de assédio na Caixa em posse de Daniella Marques
31/3/2020 REUTERS/Adriano Machado
Bolsonaro ignora denúncias de assédio na Caixa em posse de Daniella Marques 31/3/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Ex-secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella assumiu o comando do banco após uma série de denúncias de assédio sexual e moral levar ao afastamento do ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Líder da instituição desde o início do governo de Jair Bolsonaro - e próximo ao presidente -, Guimarães nega as denúncias.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, membros da campanha para a reeleição do presidente recomendaram que ele criticasse publicamente a postura de Guimarães, em um momento de tentativa de recuperar parte do eleitorado feminino. Bolsonaro, no entanto, evitou até agora fazer maiores comentários sobre o caso.

A nova presidente da Caixa, Daniella Marques, por sua vez, isentou o presidente Jair Bolsonaro de não ter se posicionado até o momento sobre as denúncias de assédio envolvendo Pedro Guimarães e focou nas atitudes práticas do chefe do Executivo. "Bolsonaro tomou a atitude necessária para proteger a imagem da Caixa, afastou envolvidos", afirmou em coletiva de imprensa. "Ninguém tem interesse em perseguir nem proteger ninguém", acrescentou.

De acordo com Daniella, ela foi bem recebida pelas mulheres do banco. "Brinquei com o presidente que foi ano-novo das mulheres. Dos 20 maiores, não tem nenhum banco sendo presidido por mulheres", seguiu. Em seguida, relatou como foi convidada por Bolsonaro a chefiar a Caixa. Ela recebeu uma ligação do presidente na terça à noite para comparecer ao gabinete no dia seguinte pela manhã.

"Vou trazer esse olhar aqui para dentro mas pretendo abrir uma frente de diálogo através da Febraban e mundo corporativo. Não é aceitável que se esteja ainda falando de assédio ou violência doméstica", reiterou Daniella. "A gente vai tentar fazer frente ampla de união, eu fiz convite amplo para que todos se juntem à Caixa."

Estadão
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