Quarta, 13 de setembro de 2000, 11h04min
O explorador do Titanic, oceanógrafo Robert Ballard, acaba de descobrir os restos de uma antiga civilização perto da Turquia, o que reforça a tese de um gigantesco transbordamento do Mediterrâneo para o Mar Negro, e que supõe que o dilúvio bíblico de Noé teve bases reais.

Exploradores americanos da equipe de Ballard disseram hoje ter encontrado sinais de habitações humanas a dezenas de metros de profundidade no mar Negro, local de uma catastrófica enchente ocorrida há cerca de 7.500 anos. O evento, segundo alguns pesquisadores, possui ligações com o relato bíblico sobre Noé.

Robert Ballard, afirmou que a expedição da National Geographic, comandada por ele, havia encontrado uma "estrutura retangular", possivelmente de uma construção, a cerca de cem metros abaixo do nível do mar.

"Sabemos agora que havia pessoas morando naquele solo quando ocorreu o fato (a enchente) porque encontramos sinais de habitações humanas", disse Ballard em uma entrevista telefônica concedida a partir do barco de exploração Northern Horizon, ancorado a cerca de 20 km da costa da Turquia.

"Essa é uma descoberta incrível. Está claro para nós que várias construções estão sob a água e que um grande número de pessoas morava na região", afirmou. Para ele, o resultado dessa expedição é muito mais importante que a localização do Titanic, em 1985.

Ballard disse que sua equipe fez a descoberta há três dias, na segunda semana de uma excursão prevista para durar cinco. Os pesquisadores prevêem realizar novas descobertas e mapearão e fotografarão cuidadosamente a região antes de trazer qualquer material para a superfície.

O chefe da expedição afirmou, porém, ser cedo ainda para estabelecer uma ligação entre a grande enchente, que ele acredita ter ocorrido no mar Negro, e aquela apresentada na Bíblia.

A estrutura retangular encontrada mede 3,6 por 13,7 metros e apresenta vigas de madeira entalhadas. Instrumentos de pedra foram achados no local. "Sua arquitetura e os artefatos datam da idade do bronze neolítica, o que significa um recuo de cerca de 7.000 anos", disse Ballard.

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