O julgamento de extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet entra hoje em seu segundo dia em meio a declarações por parte do Chile de que poderá haver uma revolta política se ele morrer no exterior. Desde a prisão do ex-ditador em Londres, em outubro do ano passado, a violência na ruas começou a atemorizar o país, com confrontos entre os oponentes e defensores do general.
A Corte dos Magistrados de Bow Street, de Londres, ouviu ontem detalhes das acusações de tortura contra Pinochet, bem como os comentários do ex-ditador a um dos policiais que o prenderam. "Eu estou sendo humilhado... Não tenho absolutamente nada a ver com essas acusações", disse Pinochet.
As vítimas de suposta tortura durante o governo de Pinochet teriam sido surradas com cacetetes, recebido choques elétricos em seus órgãos genitais, penduradas pelos pulsos, afundadas na água, interrogadas sem roupas, obrigadas a ficar de pé durante vários dias, submetidas à chamada "roleta russa" e mordidas por cachorros, entre outras atrocidades, disse o advogado espanhol Alun Jones.
Pinochet, que está sob prisão domiciliar perto de Londres, não compareceu à audiência, que deve durar vários dias. Ele terá que estar presente somente para a decisão, que deverá sair na sexta-feira.
Fonte: Reuters