Indústria de veículos teve a melhor produção desde Outubro 2019
Anfavea comemora alta na produção, nas vendas e nas exportações em Julho 2024; importações também subiram
A indústria de veículos automotivos teve em Julho 2024 seu melhor mês em produção desde Outubro 2024. E mais: as vendas e as exportações também foram as melhores do ano. Por isso, mesmo com nova alta nas importações, o tom da Anfavea foi bem mais ameno na apresentação dos números do setor do que no mês anterior.
Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o total de 242 mil autoveícuos emplacados “foi um volume tão relevante que superou até o mês de julho do ano passado, que havia sido fortemente impulsionado pela MP 1.175 do governo federal, aquela que oferecia descontos para a compra de carros zero quilômetro”.
A Anfavea disse que o mercado interno está aquecido desde Abril 2024. Com média de 10,5 mil vendas por dia, e com três dias úteis a mais, Julho 2024 teve um crescimento de +12,6% em relação ao mês passado e +7% em relação a Julho 2023. Veja no quadro abaixo os principais números.
Todos os segmentos e mobilidades de vendas melhoraram, porém o varejo subiu mais do que as vendas nacionais. Dessa vez, os veículos nacionais cresceram mais do que os veículos importados. Por isso, Lima Leite não quis insistir no pedido feito ao governo de taxação imediata de 35% para os carros elétricos e híbridos. Ele disse que o assunto está sendo analisado pelo governo.
Atualmente, os carros elétricos pagam 18% de imposto de importação, os híbridos plug-in pagam 20%, os demais híbridos (HEV e MHEV) pagam 25% e os comerciais elétricos já pagam 35%. Por causa desses aumentos, os preços dos carros elétricos e híbridos subiram – mas essa alta também ocorreu em inúmeros carros a combustão fabricados no Brasil.
Com 39,1 mil veículos embarcados, as exportações cresceram 35% em relação ao mês anterior. Porém, segundo a Anfavea, o bom volume de Julho 2024 foi influenciado pela concentração de embarques e pela entrega de veículos que aguardavam autopeças produzidas no Rio Grande do Sul.
A Anfavea também disse que a participação de veículos argentinos no mercado brasileiro de importados caiu de 65% para 46% em um ano, embora o recuo em volume tenha sido de apenas -3%. Já a participação de carros chineses cresceu de 7% para 26%. Com 62,2 mil desembarques, os carros chineses cresceram 414% em volume. Veja no quadro abaixo.
Todos os carros chineses que entram no Brasil, entretanto, são elétricos ou híbridos. No momento, somente a Toyota e a Caoa Chery produzem carros híbridos no país. Nenhuma montadora instalada no Brasil fabrica carros plug-in (nem elétricos nem híbridos). Lima Leite disse que espera que a Leapmotor, nova marca chinesa da Stellantis, fabrique carros no Brasil no futuro.