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Em meio a toda essa agitação musical dos anos 90, o Rio de Janeiro - sempre reconhecido como grande 'vitrine' da cultura nacional - passou também a gerar novos grupos e tendências como nunca. A variedade de tribos e estilos musicais que lotam, de segunda a segunda, palcos e salões de dezenas de casas noturnas e espaços culturais da cidade tem, como um dos fenômenos mais impressionantes, a grande paixão pelo forró.Pelo forró 'pé-de-serra' (aquele das unhas sujas e alma lavada) por parte de um público jovem e bem informado, em sua grande maioria, universitários. A rapazeada do baixo-gávea agora cultiva amor profundo por luiz gonzaga, jackson do pandeiro, joão do valle... mais que isso: cultivam amor pelo brasil que estão aprendendo a valorizar. Além desses grandes mestres citados (que tem seus discos tocados por badalados DJs - muitos já 'especializados' nos ritmos nordestinos), a cena forró-carioca apresenta duas vertentes: grupos formados por jovens músicos cariocas (a maioria, vindos de bandas de rock) e grupos de veteranos músicos nordestinos, de origem humilde, radicados aqui há muitos anos, tocadores da tradicional Feira de São Cristovão. Tudo isso sem falar em instrumentistas renomados como Carlos Malta, que adere ao movimento com seu quinteto 'Pife Muderno', que dá nome também ao incensado CD. Quanto à 'velha-guarda', ressurge o Trio Nordestino (ícone dos anos 60/70) com força total, e o Trio Forrozão (saído da Feira de São Cristovão) lançou seu primeiro CD ano passado e passou das 15 mil cópias vendidas, já preparando-se para o segundo trabalho. Da safra 'jovens cariocas no forró', dois grupos se destacam: o Paratodos, com formação e repertório tradicionais, sempre recebendo 'canjas' de peso como Moraes Moreira, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo (pai de Lucas Amorim, percussionista do grupo) em seus shows, e o Forróçacana, grupo liderado pelo excelente cantor e zabumbeiro Duani, 20 anos. o Forróçacana já tenta inovar o estilo, usando rabeca (influências do grupo Mestre Ambrósio), um ex-violoncelista clássico tocando sanfona, um baixo 'fretless', um cavaquinho, e Robertinho do Recife na produção do seu primeiro cd que sai em breve. Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo (com o sucesso de Miltinho Edilberto e seu original 'forró-de-viola' e a volta por cima da Banda de Pífanos de Caruaru e do Trio Virgulino) seguem pelo mesmo saudável caminho da cena forrobodó desse final de milênio. |