É essa a situação:
o Eddie lança Sonic Mambo

por Carol Ferreira



Depois de dez anos de estrada, o Eddie lança o seu primeiro CD, intitulado Sonic Mambo, pela Roadrunner (a mesma do Sepultura). Fábio Trummer, Roger Man e Berna conseguiram no início de maio finalmente lançar um dos mais esperados discos dos últimos tempos em Recife.

O grupo foi criado em 1989 por Fábio Trummer e alguns amigos de colégio. Em 1993, Roger Man assume o baixo e, um ano depois, o batera Berna completaria a formação. De acordo com o vocalista, um dos aspectos que mais contribuem para o funcionamento do grupo é o entrosamento ­ o que fica explícito até na explicação que eles dão para o nome da banda. “Eddie é um nome próprio, mas que não é nenhum de nós”, explica Trummer. â€œÉ como se fosse um cara só, mas são três”.

Dez anos de estrada trazem muita história pra contar. O trio começou como uma banda punk, mas com idéias de som já bem definidas. “Nós já tínhamos idéia da sonoridade que queríamos fazer, até pela nossa competência como instrumentistas”, confessa. “Tocávamos coisas como Pixies, Sonic Youth e Ramones”. Com um pouco de aperfeiçoamento nos instrumentos, o Eddie começou a procurar referências da música brasileira, especialmente Jorge Ben. A mistura dos dois estilos, punk e Jorge Ben, resultou no som suingado e ao mesmo tempo pesado que o Eddie executa hoje.



CONTRATO ASSINADO - Depois de inúmeros shows e de nove demos gravadas, a banda conseguiu se tornar uma das mais queridas da cena recifenses e, em 1997, assinou um contrato com a gravadora holandesa Roadrunner. Foi também com o trabalho desses anos que o Eddie conseguiu amadurecer e elaborar o som groove pesado do Sonic Mambo. Mesmo as músicas mais antigas da banda, como Videogamesongs e Buraco de Bala trazem arranjos mais dançantes e ao mesmo tempo a guitarra distorcida que é a marca da banda.

“A gente escolheu o repertório do disco baseado nas fases da banda”, conta Trummer. “Escolhemos músicas do início, do meio e as últimas que a gente estava fazendo”. A seleção acabou deixando de fora algumas músicas de maior sucesso da banda como Falta de Sol e Quando a Maré Encher, porque as duas tinham sido gravadas e lançadas recentemente em coletâneas e a banda preferiu trabalhar outras composições. “Nosso plano inicial era gravar umas 18 músicas, mas o tempo acabou ficando curto”, explica Trummer. O CD foi gravado nos EUA no início do ano passado e tem estado na geladeira desde então. “Nós demos azar de ter pego a gravadora numa fase de mudança de pessoal e de troca de distribuidora”, diz Trummer. “Isso provocou um certo atraso no lançamento do nosso CD”.

Agora a banda está trabalhando na divulgação do CD nos outros estados e pesquisando novos tipos de som para trabalhos futuros. Atualmente, o Eddie tem mantido três sets de shows diferentes, com a participação de Erasto Vasconcelos na percussão. O trabalho de Fábio Trummer com Hélder Aragão e as jams apresentadas em Recife talvez indiquem um flerte da banda com o som eletrônico. “A intenção é fazer a galera dançar”, diz Trummer. Em Julho, o Eddie promete repetir a memorável apresentação do Abril pro Rock deste ano no PE no Rock e embalar a galera com seu rock sincero, visceral e dançante.