Que Steve Jobs é um gênio do marketing todo mundo sabe, mas conseguir o burburinho que ele conseguiu apenas mudando a cor do plastiquinho de um computador já é demais. Mas a pólvora precisava ser descoberta. Ninguém agüenta mais essas caixinhas beges horrorosas que são vendidas como "computadores domésticos".

"Queremos fazer pelos computadores o que a Swatch fez pela indústria de relógios. Permitir que o consumidor se expresse escolhendo o modelo com que ele se identifica. Ninguém quer se preocupar com coisas como megabytes, megahertz. O consumidor quer ter certeza de que estamos lhe oferecendo o melhor computador que existe. Nosso sonho é que, um dia, a pergunta fundamental que um vendedor de computadores tenha que fazer seja: qual sua cor favorita?".

Assim disse o mago da Apple. E então fizeram-se as cores, ou melhor, os sabores: morango, tangerina, uva, limão e... blueberry. O pessoal da Apple Brasil está penando para traduzir o nome da frutinha azul norte-americana para o português. Várias sugestões já apareceram, todas horríveis. Mirtilo? Anis? Amora? Cassis? Jabuticaba? Até o momento a Apple estava pensando em deixar blueberry mesmo. Mande sua sugestão para o AppleLine.

A Apple resolveu não mexer em time que está ganhando (mais de 800 mil iMacs vendidos em 98) e manter a simplicidade do modelo. De diferente, temos um chip mais veloz, um G3 de 266 MHz (contra os 233 MHz do anterior) ­ e mais disco ­ 6 gigas (no antigo eram 4). O melhor é que os novos iMacs são mais poderosos e mais baratos (US$ 1.199 nos EUA). Especulações sobre um iMac com DVD ou um iMacPro superpoderoso se mostraram infundadas (pelo menos até o momento). Fora o chip e o disco, os novos iMacs continuam com a mesma configuração: 32 MB de RAM, duas portas USB, Ethernet 10/100BaseT, modem interno de 56 kbps e monitor que suporta milhões de cores a 1024 x 768 pixels.

O único passo duvidoso foi a eliminação do slot Mezzanine, que já estava sendo utilizado por algumas empresas como forma de expansão do iMac original (com placas SCSI e de aceleração 3D), apesar da recomendação expressa da Apple para elas não fazerem isso. A porta de infravermelho também foi eliminada, o que só deve causar pena em usuários de PowerBook interessados no iMac. A comunicação entre os dois até que funcionava direitinho.

Os iMacs tutti-frutti vêm com o Mac OS 8.5.1 e basicamente o mesmo conjunto de softwares da primeira geração, com duas novidades: uma nova enciclopédia e o programa Adobe PageMill, para criação de páginas Web. A Apple autoriza, entretanto, seus escritórios regionais e distribuidoras a criarem bundles próprios de software. Há também rumores de uma tentativa de colocar o Virtual Game Station, da Connectix, em um bundle no Brasil. Se rolar...

"Nas nossas pesquisas entre os usuários", disse Jobs, "a cor é mais importante do que a maioria do lenga-lenga associado à compra de um computador. Megabytes, megahertz, gigabytes ­ as pessoas não ligam para isso. Elas só querem que a gente ofereça um computador realmente bom. O que importa é: 'eu quero me expressar e escolher a cor que eu quiser'".