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Perguntas e respostas que desvendam o misterioso mundo dos gravadores de CD

Se você quisesse comprar um gravador de CD há uns seis anos, poderia encontrar um por US$ 3 mil - nos EUA. Hoje, você pode comprar um aparelho desses por dez vezes menos, e no Brasil! É inegável: gravador de CD virou "carne de vaca". Quem não tem certamente está pensando em comprar um. A euforia em cima desses equipamentos é tanta que a Apple também entrou na Åjogada (meio tarde, como até Steve Jobs assumiu), lançando iMacs e Power Macs com gravadores de CD e até um G4 com o SuperDisk, que grava CDs e também DVD.

O que são o CD-R e o CD RW?

CD-R é a abreviação para CD-Recordable ("CD gravável"), um tipo de mídia que você pode gravar apenas uma vez. Depois, só dá para reutilizá-lo como porta-copo, em móbiles, vestidos do Herchcovitch ou adornos de árvore de Natal. O CD-R é a mídia de armazenamento mais barata que você pode encontrar, custando algo entre R$ 0,75 e R$ 5 nas lojas honestas do ramo.

O CD-RW (CD-ReWritable ou "CD regravável"), por sua vez, é uma evolução do CD-R e permite apagar o disco e reutilizá-lo centenas de vezes. No entanto, você não pode escolher os arquivos a deletar; para reutilizar um CD-RW, é necessário apagar todo o conteúdo gravado. Essa mídia é três a dez vezes mais cara que o CD-R, e não são todos os drives de computador ou aparelhos de som que vão conseguir ler o conteúdo do disco.

Os CDs usados para gravar dados são muito parecidos com os produzidos em massa, encontrados nas lojas de discos (CDs de áudio) e de informática (CD-ROMs). Diferenças: os CDs de música e CD-ROMs são prensados a partir de moldes contendo os dados digitais, enquanto os CD-Rs e CD-RWs são "queimados" com laser.

Os discos graváveis podem ter aparência diferente; em vez de prateados, podem ser verdes, azuis, dourados ou até mesmo vermelhos ou pretos. São menos tolerantes a altas temperaturas e à luz do Sol e mais suscetíveis a danos físicos (riscos e sujeira). Porém, não há nada que prove que os CDs que você grava em casa não possam durar tanto quanto os prensados.

Os CDs prensados e os "queimados" podem não parecer iguais, mas o procedimento de leitura é sempre o mesmo: rastreamento óptico da superfície com raios laser. Alguns CD players e drives de CD-ROM mais antigos podem não ler mídias graváveis tão bem quanto lêem os discos prensados, mas de modo geral os CD-Rs de boa qualidade podem ser bem lidos em qualquer equipamento.

Um CD-R ou CD-RW, em geral, tem capacidade de armazenamento de 650 MB/ 74 minutos. Existem CDs com capacidade maior, de 700 MB/80 minutos, só que o seu gravador de CD precisa ser compatível com esses tipos de mídia. Existe ainda um simpático CD-R miniatura, do mesmo tamanho de um CD single de música (diâmetro de 7,6 cm), no qual cabem 193 MB de dados ou 22 minutos de áudio. Mas eles não podem ser sequer inseridos nos Macs novos com drive sem bandeja, sob pena de inutilizarem o drive. Você pode queimar CDs com arquivos localizados em HDs internos ou externos ou até diretamente a partir de outro CD.

O que são as sessões?

Tanto num CD-R quanto num CD-RW você pode fazer várias sessões de gravações, que funcionam mais ou menos como uma partição do disco. Assim, executando o comando Write Session no programa de "tostar" CD, você pode gravar uma sessão de 150 MB, por exemplo, e, dias mais tarde, gravar uma outra sessão de 300 MB. Você pode ir criando quantas sessões quiser até completar a capacidade total da mídia. Cada uma delas aparecerá em seus desktop como um volume (um ícone de CD) diferente - o que significa que será necessário jogar todos no lixo para ejetar o CD. As sessões podem ser feitas até em CDs de áudio, mas nesse caso os CD players tradicionais só vão enxergar a primeira sessão gravada.

Quem grava o quê?

Para poder gravar CDs, você evidentemente tem que ter um drive capaz de gravar - que é o famoso "gravador" ou "queimador" de CD. Até o início deste ano, os computadores fabricados pela Apple saíam de fábrica com drives capazes de ler CDs, mas não de gravar. No ano passado, os Macs passaram a ter a opção do drive de DVD-ROM, que lê CDs e DVDs, ou do DVD-RAM, que pode gravar discos DVD-RAM com vários GB de capacidade, mas não os banais CD-Rs. Em janeiro, finalmente, a Apple apresentou, junto com o Power Mac G4 de 733 MHz, o SuperDisk, um drive faz-tudo que é capaz de ler e gravar CD-R, CD-RW e DVD-RAM.

Mas não é todo mundo que vai se dar ao luxo de comprar um Mac novinho só para ter um gravador de CD. Faz mais sentido comprar um equipamento avulso.

Na hora de comprar um queimador de CD, é preciso ter em mente que existem modelos (mais antigos) que apenas aceitam CD-R, e outros que trabalham com CD-R e CD-RW. Além disso, todo gravador de CD pode ler esses disquinhos, exatamente como o drive de CD-ROM original do seu computador, o que é bem conveniente.

SCSI, USB ou FireWire?

Quem está atrás de um gravador de CD externo tem três opções de interface: SCSI, USB e FireWire. Dependendo do seu modelo de Macintosh, você vai estar limitado a uma ou duas dessas opções.

Sem dúvida, o FireWire hoje é a melhor pedida. Os gravadores FireWire já chegaram aos 12x, são estáveis e totalmente Plug & Play. O único porém é que eles ainda são mais caros que os outros.

Os gravadores USB são mais baratos e compatíveis com todos os Macs lançados nos últimos três anos. Em contrapartida, são mais lentos, chegando no máximo a 8x em condições ideais. A confiabilidade é baixa, porque a taxa de transferência dos dados para o gravador - condição essencial para a gravação bem-sucedida - não tem um valor mínimo garantido, como no SCSI ou FireWire. É provável que você tenha que baixar a velocidade para 4x ou, em raros casos, para 2x, a fim de evitar o temível pau de "buffer underrun", que já inutilizou muitas mídias mundo afora.

Gravadores SCSI podem ultrapassar 12x, a faixa de desempenho dos FireWire. Mas estão em extinção. Seu último reduto é a comunidade de áudio digital, onde o SCSI é rei e o USB é visto como um "mal desnecessário" que só veio para atrapalhar a vida dos músicos de computador. Mas, a menos que você encontre uma ótima oferta, não vale a pena investir num desses. Se você tem um Mac bege, pode valer mais a pena comprar uma placa USB para ele e utilizar um gravador compatível com essa interface.

Que mídia escolher?

Na hora de comprar um CD "queimável", você poderá encontrar uma grande variedade de marcas e modelos, com aparências e cores diferentes. Qual escolher? Bem, vamos esclarecer algumas coisas para você ficar por dentro do assunto.

A especificação de um CD-R é baseada em duas caracterisicas: o metal usado na superfície espelhada (ouro de 24 quilates, prata ou alumínio) e um pigmento orgânico, que é o que o laser "queima". Esse pigmento, dependendo da composição química, pode ter as colorações ciano, azul escuro, esverdeado claro e ainda outras. Assim, você vai acabar encontrando CD-Rs nas combinações ouro/ouro, ouro/verde, prata/azul e até prata/prata, com diferentes tonalidades de cor. A cor aparente é determinada pela combinação entre as cores da camada reflexiva e da tintura. Por exemplo: discos ouro/verde combinam uma camada refletiva de ouro com tintura ciano, resultando em aparência dourada no lado do rótulo e verde no lado de gravação. A razão pela qual existem tantas variações é porque os materiais e o processo de fabricação para cada fórmula são patenteados. A Taiyo Yuden criou o CD-R original ouro/verde. Já a Mitsui inventou o CD ouro/ouro; o azul/prata foi patenteado pela Verbatim, e a Ricoh introduziu o prata/prata. Existe ainda um novo pigmento azul escuro, chamado "Azo"; a Verbatim criou CD-Rs multicoloridos; apareceram discos pretos (polarizados)... Enfim, novidades nesse campo surgem quase todo dia.

Ao contrário do que muitos imaginam, a parte superior do CD (rótulo) é onde o CD-R é mais vulnerável, já que os dados estão mais próximos dessa área. Por isso, se uma mídia de determinada marca não apresentar algum tipo de rótulo ou algo do gênero, talvez seja interessante colar uma etiqueta circular para prevenir riscos (mas, depois de feito isso, nem pense em retirar o rótulo). O CD-RW, por sua vez vez, apresenta uma composição físico-química inteiramente diferente; o lado de gravação é um cinza-prateado ligeiramente escuro.

As cores das mídias não determinam necessariamente sua qualidade. Em geral, as afirmações de que uma cor é "melhor" do que outra são pura especulação. O fato é que não há "a melhor" marca para todos os gravadores. E não há como saber se um CD vai funcionar bem só olhando para ele. O único jeito de descobrir é gravando o disco e testando em diferentes drives ou CD players.

É claro que existem marcas mais confiáveis do que outras; há menos chances de você se arrepender de ter comprado mídias de empresas como TDK, Philips, Sony, HP, Mitsui, Verbatim e Ricoh, do que se adquirir de um fabricante desconhecido (alguns modelos, chamados "industriais", não vêm com nenhuma identificação). Porém, a velha geração de CDs da Maxell, que é uma marca bem conhecida, tem uma péssima reputação.

O que é preciso ter em mente é que muitas das companhias famosas não fabricam propriamente o produto que estão vendendo, apenas põem sua marca nele; é o esquema conhecido como OEM (Original Equipment Manufacturer). Como não existem muitos fabricantes de CD-R por aí, há uma chance de uma mídia "conhecida" e uma "desconhecida" terem a mesma origem. E é quase certo que a primeira será mais cara do que a segunda. De qualquer maneira, nunca compre grandes quantidades de um produto se você não tem certeza de sua qualidade.

Outro detalhe importante: dê preferência a mídias que estejam certificadas para a velocidade de seu gravador, o que é particularmente importante para discos CD-RW, que não poderão ser gravados mais rapidamente do que o disco permite, independente da velocidade do equipamento. Se você pretende gravar em 8x, por exemplo, dê preferência a CDs que "dizem" claramente que são certificados para tal (normalmente, a máxima velocidade suportada está na capa da caixinha ou no próprio rótulo.)

Existem certas marcas por aí que vendem "CD-R para áudio", mas não se deixe levar pelo impulso consumista por causa disso! Esses CDs são apenas indicados para quem tem um gravador de CD que se conecta a aparelhos de som. Se você vai queimar o disco a partir do computador, não há vantagem nenhuma em comprar esse tipo de CD. Pior: pode não funcionar.

Depois que você já testou e adotou uma marca de confiança e ainda tem quantidades muito grandes de MP... quero dizer, arquivos importantes para queimar, fique de olho nos pacotes com 50 ou 100 CDs - costumeiramente chamados de "tubos" porque vêm com um pino tubular para mantê-los empilhados. Eles saem muito mais em conta por unidade do que as mídias de mesmo modelo que vêm com a caixinha (jewel box). Para backups que não devam ocupar muito espaço, o mais cômodo é comprar um desses tubos de mídias virgens e um suporte ou carteira para armazenamento de CDs em massa, que podem ser achados em versões com capacidades para 10, 24 e até 60 discos cada.

Quanto tempo dura?

Sabe-se muito pouco sobre a longevidade de um CD-RW. Em relação aos CD-Rs, os fabricantes dizem que eles podem durar 75 anos (verde-ouro), 100 anos (dourado-ouro) ou até 200 anos (prateados). Já um CD-R não-gravado tem tempo de vida estimado entre cinco e dez anos. CDs prensados têm uma estimativa de vida entre 10 e 25 anos, porque a camada refletiva de alumínio começa a corroer com o tempo (o que significa que um disco pirata pode durar mais do que um oficial!). Mas nada disso é cientificamente comprovado. No final deste século, nossos filhos e netos saberão, ao certo.

No entanto, é certo que expor um disco a excessivo calor, à umidade ou à luz do sol vai reduzir bastante sua expectativa de vida. E os CD-Rs são mais sensíveis a esses fatores que os discos prensados; é por isso que não é uma boa idéia deixar seus discos no carro. Mantenha sempre os seus CDs num local fresco, escuro e seco. Assim, é provável que eles durem mais do que você, apesar de existirem muitas histórias, lendas e boatos de que há marcas de CD-Rs que duram apenas três meses ou menos...

Como queimar CDs

Na hora de gravar um CD, você pode optar pelo método on-the-fly ("no ato"), que consiste em simplesmente selecionar os arquivos que deseja diretamente do HD ou de um CD e mandar o Toast ou outro programa fazer o trabalho. A outra alternativa é fazer uma imagem de disco (o chamado "disco virtual"), o que normalmente pode ser feito a partir do próprio software "queimador", ou então a partir do Disk Copy da Apple, que é instalado junto com o Mac OS.

Os dois métodos têm vantagens e desvantagens. Um disco virtual gera um modelo exato de como os dados vão aparecer no CD, mas requer um espaço no seu HD correspondente ao tamanho do CD - 650 MB para CD-ROM, 747 MB para CD de áudio. Se o CD tiver dados e áudio, será necessário criar duas imagens distintas.

A gravação "on-the-fly" (cópia de CD para CD "no ato") geralmente usa uma "imagem virtual", em que o conjunto de arquivos é examinado e organizado para o CD; mas só as características dos documentos são armazenadas, não os dados. O conteúdo dos arquivos será lido à medida que o disco estiver sendo gravado. Esse método requer menos espaço em disco e economiza tempo, mas aumenta o risco de erros de buffer underrun, que acontecem quando alguma coisa impediu o livre fluxo de dados (que tem de ser contínuo) e significa que você acaba de perder a mídia. Alguns modelos mais novos de gravadores oferecem recursos que evitam esses problemas.

Com qual software queimar?

Quando você compra um gravador de CD, é quase certo que ele já inclua um programa para tostar os discos e, com exceção de algumas marcas, é bem provável que esse software seja o Toast. Esse software foi criado pela Adaptec, mas ela acabou de criar uma divisão independente de mídias digitais chamada Roxio, que passou a responder pelos programas "queimadores".

O Toast é certamente o programa mais conhecido do gênero, mas não é o único e não necessariamente o melhor para todas as aplicações. Alguns fabricantes, como a Sony, incluem junto com seus gravadores seu próprio software, mas isso não quer dizer que você seja obrigado a usá-lo, pois há uma enorme chance de o Toast reconhecer o drive, a menos que ele seja muito recente (daí será necessário esperar um update para ver se funciona). Vejamos a seguir os programas de Mac que você pode encontrar pela frente e como funciona cada um.

Toast deLuxe

É considerado por muitos como o "Photoshop dos queimadores", por causa de sua versatilidade, disseminação e qualidade. Você vai encontrá-lo em três "sabores": Toast OEM (versão limitada que vem de graça com vários gravadores), Toast DVD (que é capaz de queimar DVDs) e Toast Deluxe, que é a versão que mais nos interessa, pois é capaz de queimar CDs em todos os formatos - HFS (Mac), ISO 9660, híbrido, Video CD, CD-Extra e áudio. A versão OEM só traz algumas dessas opções.

A grande vantagem do Toast Deluxe (US$ 89) em relação aos produtos similares é o fato de suportar uma grande variedade de equipamentos, sejam eles USB, IDE, SCSI ou FireWire (o software ainda inclui a extensão Toast CD Reader, que permite utilizar o gravador para ler CDs). A versatilidade do Toast também é inquestionável: você pode criar CDs de áudio a partir de arquivos MP3, determinar o tempo de silêncio entre as faixas e ainda optar pelo modo disk-at-once (mais recomendável para CDs de áudio). Mais do que isso, ele pode acessar a CDDB, a maior base de dados de CDs na Internet, e pegar os nomes das músicas do disco que está em seu drive, dispensando você da tarefa de digitá-los. E ainda dá para incluir em sua coletânea as faixas de um CD de áudio sem precisar utilizar outro programa para fazer a conversão.

Para finalizar, o Toast pode usar AppleScripts para automatizar tarefas, como "queimar o CD e dar Shut Down", por exemplo. Fora isso, o pacote do Toast Deluxe vem com programas como o PhotoRelay (para organizar e visualizar fotos, ilustrações, filmes, sons e fontes em catálogos de mídia), CD Spin Doctor (para remover chiados, "pops" e cliques de gravações antigas ao converter seus discos de vinil para CDs) e Toast Audio Extractor, que é um dos melhores programas para converter faixas de CDs de áudio em diferentes formatos de arquivos.

Toast 5

Com a criação da Roxio, foi lançada a versão 5.0, com interface inteiramente reformulada e visual Aqua. Mas a principal novidade é a possibilidade de queimar um CD e realizar outras tarefas ao mesmo tempo, coisa que os demais programas não permitem. De qualquer modo, o Toast 4.1.2 continua sendo uma ótima opção.

Discribe

O Discribe 4.0 (US$ 100 nos EUA), da CharisMac, é um programa bem simpático para criação de CDs, oferecendo uma interface prática e funcional. Ao abri-lo, surge uma janela com três opções: CD de dados, CD de áudio e copiar um CD. Mais didático, impossível.

Basicamente, ele oferece a maioria das funções do Toast, como criar CDs nos formatos HFS, ISO 9660, híbrido, CD-Extra e áudio. Suporta cerca de 200 modelos de gravadores SCSI, IDE, USB ou FireWire. Mas não é tão "universal" quanto o Toast, não reconhecendo os drives da QPS, por exemplo. Suporta o método de gravação, disk-at-once e velocidades de 12x ou maiores. Também faz a conversão automática ou manual de caracteres e nomes no formato ISO-9660, como o Toast.

Junto com o Discribe 4.0 vem o AudioScribe, software para gravar LPs, fitas cassete ou voz diretamente para o Mac, e também o SoundApp MP3, ferramenta para conversão de áudio. Você pode baixar do site da CharisMac uma versão demo que permite queimar até cinco CDs.

Jam

O Jam 2.6 (US$ 199) é certamente um dos melhores programas profissionais para a criação de CDs de áudio. Criado pela Adaptec (agora Roxio), esse programa é para quem quer mais do que o Toast pode oferecer no que se refere a discos 100% compatíveis com o formato Red Book. Ele converte arquivos AIFF, SDII, WAV or MP3 (de 16 ou 24 bits) diretamente para o formato CD-DA, podendo incluir crossfades (transições suaves) entre faixas, assim como ajustar individualmente o volume das músicas. O Jam é capaz de importar regiões e playlists de arquivos SDII. Esse é o formato de arquivo padrão dos programas profissionais de áudio, justamente porque permite que cada região de um arquivo SD2 seja importada como uma faixa separada, poupando bastante tempo.

Gravando apenas no modo disk-at-once (DAO), o Jam garante transições perfeitas entre as música de seu CD de áudio. Mas isso quer dizer que seu drive tem de ser compatível com o DAO; senão, nada feito. O programa também oferece todos os recursos necessários para preparar um disco para ser prensado numa empresa de masterização, incluindo o código ISRC, que é uma espécie de número de série de cada faixa, e o MCN (Media Catalog Number), número que vai identificar o CD. Quer dizer, perfeito para artistas, bandas e estúdios que querem ter um produto final profiça.

Waveburner Pro 2

A Emagic nunca deu ponto sem nó. Todos os seus produtos (o Logic Audio, por exemplo) primam pela inovação tecnológica e de interface. Com o WaveBurner Pro 2 (US$ 229 nos EUA), a coisa não é diferente. Trata-se não apenas de um programa para queimar CDs, mas um pacote completo para masterizá-los.

Editar um CD no WaveBurner é uma diversão. Você pode controlar visualmente - e com precisão - o intervalo, volume e crossfade de cada faixa, sendo possível ver a própria forma das ondas de áudio e dar zoom para editar o CD com mais precisão.

Mas isso tudo já existia na versão anterior. A grande novidade é a integração de plug-ins de masterização da própria Emagic (equalizador, compressor, limitador e outros) e de suporte aos plug-ins VST, que podem ser inseridos em série para cada faixa, individualmente ou para o CD inteiro.

Ou seja, você pode criar um som completamente novo e pessoal para o seu CD, corrigindo diferenças de volume e equalização ou "energizando" as faixas com os plug-ins que estiverem à mão. O WaveBurner também oferece suporte para a placa AudioWerk (da própria Emagic) ou para aquelas que suportem os padrões ASIO ou Direct I/O, de modo que você não é obrigado a monitorar o trabalho através das saídas de som do Mac. O software importa arquivos e regiões SD2, AIFF, WAV e MP3, que podem estar tanto em 16 quanto em 24 bits, e ainda pode inserir os códigos de ISRC e MCN.

Para poder queimar e esperar

Temos de admitir: queimar CDs nem sempre é a tarefa mais simples do mundo. Quer dizer, não era, até a Apple resolver integrar ao sistema operacional a capacidade de gravar CD-R e CD-RW (isso sem mencionar DVD-RAM e DVD). Estamos, claro, falando do iTunes e do DiscBurn, dois softwares que prometem fazer parte do cotidiano de muitos macmaníacos daqui para frente. Para quem chegou agora, chamando a atenção de todo mundo e ainda procurando um lugar para sentar, o iTunes é o programa da Apple que toca e codifica MP3, e ainda permite que você queime um CD com sua seleção de músicas favoritas. Já o DiscBurn é um programa que se integra ao Mac OS e possibilita queimar CDs de maneira simplificada para quem já usa Mac. E o que é melhor: os dois são de graça.

Discburn

Mais do que um programa, o DiscBurn é um "adendo" ao Mac OS 9.1. Ele não tem uma interface propriamente dita, como é o caso dos programas convencionais que queimam CD. Ao instalar o DiscBurn e reiniciar seu Mac, você verá a opção Burn CD no menu Special do Finder. Para utilizá-la, será necessário conectar ao Mac um gravador CD-RW USB ou FireWire compatível com o programa (uma lista está disponível no site da Apple) e inserir um CD-R ou CD-RW "virgem" nele. Feito isso, uma caixa de diálogo pergunta em que formato você quer gravar o CD, podendo ser Standard (HFS+/ISO 9660), iTunes (CD de áudio) e MP3 (ISO 9660). Ao escolher uma das opções, o DiscBurn cria uma imagem do CD que será gravado em seu Desktop - com exceção da segunda opção, que abre o iTunes (se ele estiver instalado). Isso quer dizer que, para começar, você precisa ter de 650 a 800 MB livres em seu HD, senão a imagem não será criada e você só verá uma mensagem de "disk full" quando inserir um CD.

O disco virtual criado se comporta como se fosse um outro volume (HD, Zip, disquete etc) em seu Mac. Você pode renomeá-lo, arrastar arquivos para ele, trocar ícones etc. Quando concluir que o disco está pronto para queimar, selecione a opção Burn CD e esse processo terá início (até então o CD não foi tocado e continuava virgem). O DiscBurn pode rodar em segundo plano (background), ou seja, você pode fazer outras coisas no Mac enquanto a mídia está tostando.

Como dá para notar, usar o DiscBurn é muito simples e intuitivo, ideal para quem é pokaprátika ou não quer perder tempo aprendendo a mexer em programas mais complicados. No entanto, o DiscBurn tem várias limitações para o usuário mais exigente. Por exemplo, ele só cria discos de uma sessão; depois de queimar um CD com somente alguns megabytes, não é possível gravar mais nada nele.

O maior inconveniente do DiscBurn é o fato dele ser, até o momento, completamente incompatível com o Toast. Se este já estiver instalado em sua máquina, o programa da Apple não funcionará direito, sendo necessário desabilitar todas as extensões instaladas pelo Toast (a Roxio prometeu resolver a questão com o Toast 5.0). De qualquer maneira, se você gosta do Toast talvez seja uma boa idéia não instalar o DiscBurn, uma vez que o Toast é um software mais completo (e a nova 5.0 também pode gravar em segundo plano).

iTunes

O iTunes, ao contrário do DiscBurn, definitivamente tem uma cara, com sua interface baseada no visual do QuickTime. É a cara da Apple pós-retorno de Jobs.

O iTunes segue a linha de programas como o SoundJam (no qual foi baseado) e o Audion, funcionando como tocador de arquivos MP3, WAV, AIFF e CD player, além de "ripar" (converter) as faixas de um CD de áudio para MP3, AIFF ou WAV. O iTunes sintoniza "rádios virtuais" que transmitem programação contínua pela Internet. Clicando na opção Radio Tuner, você pode acessar diversas emissoras, separadas por estilo - anos 50, 60, 70, rock, alternativo, blues, country, jazz, new age, notícias e outros.

Queime cds de música

Com o iTunes você pode criar um playlist (lista de músicas) com arquivos MP3 (WAV e AIFF também) e queimar um CD de áudio a partir dela, bastando apertar o botão Burn CD (a gravação também funciona em segundo plano). Se a sua lista exceder 74 minutos, o iTunes cortará a playlist "pelo pé" até que o tempo total do disco atinja no máximo 74 minutos.

Um detalhe bem interessante é que o software, além de determinar o tempo entre as faixas (o mesmo para todas), permite que você ajuste o volume de cada música do CD independentemente - coisa que o Toast, por exemplo, não faz. Outro ponto a favor do iTunes é que ele é bem estável e não exige muito de sua máquina.

O iTunes ainda oferece outros recursos atrativos, como a conveniente interface de janela única; personalização total das informações mostradas (tags); possibilidade de editar os tags das músicas direto nessa janela e para várias músicas de uma só vez; pesquisa instantânea de arquivos por palavras-chave; integração com vários MP3 players - como o Nomad e o Rio - e efeitos visuais que acompanham o ritmo da música.

Certamente, o iTunes veio como uma competição desleal à concorrência, por ser gratuito e da própria Apple. No entanto, isso não quer dizer que no geral ele seja melhor do que o Audion e, principalmente, que o SoundJam, que ainda é o programa mais completo de sua categoria, na minha modesta opinião (apesar de ele depender do Toast para queimar um CD a partir de uma playlist). Infelizmente, o SoundJam não deverá ser mais atualizado, já que seus criadores agora estão trabalhando na Apple, desenvolvendo (justamente) o iTunes.

Apesar de algumas janelas do iTunes serem as mesmas do SoundJam (como a de edição de tags MP3), vários recursos que existem no programa da Casady & Greene foram limados: um equalizador, por exemplo. Alguém pode explicar por que a Apple ainda não foi capaz de oferecer um equalizador, recurso que a maioria dos programas do gênero oferece? Isso é fundamental para melhorar o som dos ridiculamente pequenos alto-falantes de que costumamos dispor em nossos Macs. Tudo bem, tem gente que não liga para isso (ou já resolveu instalando falantes externos), mas é uma falha e ponto.

E quem gosta de usar skins (peles) também vai se decepcionar com o iTunes, uma vez que ele não oferece essa possibilidade - e nem vai oferecer, segundo a Apple. Não que isso seja realmente importante, porque não é mesmo, mas é um toque pessoal a menos no seu desktop.

Detalhe: apesar de teoricamente não ser necessário, é recomendável instalar o DiscBurn para que o iTunes ofereça um resultado mais confiável na hora de queimar um disco. Mais um detalhe: o iTunes também não grava o CD se as extensões do Toast estiverem habilitadas. Em compensação, se você arrastar as músicas da sua playlist do iTunes para a janela do Toast, ele grava o CD de áudio para você.

Outro grande inconveniente que notamos no DiscBurn e no iTunes é a lerdeza com que gravam os CDs: em geral a velocidade é duas vezes mais lenta do que era de se esperar. Um CD queimado à velocidade de 4x levou cerca de 36 minutos para completar a gravação de seus 650 MB, sendo que o normal seria 18 minutos. E o iTunes ainda pode levar mais alguns minutos para preparar o CD de áudio. Não está muito claro o porquê dos dois programas demorarem mais para gravar, mas é provável que o fato esteja relacionado à possibilidade de gravação em segundo plano.

E daí? É grátis!

Independente de todas as críticas que possamos fazer ao iTunes e ao DiscBurn, dá para entender que a intenção da Apple era criar um modo simples, elegante e intuitivo de queimar CDs, acessível a qualquer tipo de usuário, que pode escutar música no Mac e gravar seus discos sem complicações. E realmente é isso que os dois programas oferecem. São lerdos para gravar? São. Mas também são intuitivos e gratuitos.
O suficiente para a maioria dos mortais.

Márcio Nigro
Gostaria de ver como se comporta um CD dentro de um microondas ligado.

Roxio (ex-Adaptec): www.roxio.com
Emagic: www.emagic.de
CharisMac: www.charismac.com

Gravadores de CD

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Iomega
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