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Macmania Workshops Envenene seu Mac

Se você é um daqueles que desistiram momentaneamente dos novos iMacs G4 por aquelas razões ultra-óbvias que todos nós conhecemos, não se desespere nem olhe com desprezo para seu Mac antigo.

Pois saiba, caro macmaníaco, que ele ainda pode dar um bom caldo e até rodar decentemente o Mac OS X. Basta ter uma graninha (não precisa ser muita, não), algumas ferramentas e paciência. Logo, logo, seu Mac velho de guerra vai estar pronto para novas batalhas!

Mouse e teclado

Não adianta negar: os primeiros iMacs, o G3 azul e os primeiros G4 sofriam de um grave problema - o mouse "sabonete" e o teclado minúsculo. Alguns macmaníacos nem reclamam muito disso, mas, com o advento do mouse e do teclado Pro, essas peças importantes merecem um upgrade. A primeira e óbvia opção é ficar com os produtos da Apple, mas os preços (R$ 195 para o mouse e R$ 345 para o teclado) são bem salgados.

Qualquer mouse USB "de PC" funciona no Mac, é mais barato e tem uma grande vantagem (com a licença dos puristas): botão direito e rodinha de scroll. Nossos favoritos são os ótimos modelos da Microsoft e Logitech.



Os mouses da Microsoft têm um driver que permite programar os botões à vontade. No Mac OS X, esse driver é opcional, pois o botão e a rodinha funcionam automaticamente, sem precisar instalar nada. Para o OS 9, recomendamos o shareware USB Overdrive (baixável de www.montalcini.com), um excelente driver universal que oferece a mesma capacidade de programação.

A única coisa que pode atrapalhar é um mouse não querer funcionar ligado à porta USB do teclado, apenas direto no Mac ou via hub.

Entre os teclados USB "genéricos", nem mesmo a falta da tecla [Command] pode ser considerada um empecilho: você pode usar em seu lugar a tecla Windows (e cobrir o logo do Windows com um colante, se estiver incomodando).

Os custos variam muito. Um mouse pode sair por R$ 15 - Troni, com sensor tradicional de bola, dois botões e rodinha - ou por algo em torno de R$ 220 - Intellimouse Explorer da Microsoft, óptico, com cinco botões e rodinha; mais caro até que o da Apple (mas com mais recursos). Teclados variam entre R4 25 (Troni) e R$ 350 (Microsoft). Os produtos da Logitech custam R$ 79 (mouse) e R$ 90 (teclado).

Disco rígido

Este é o tipo de upgrade mais simples, mas que também pode render uma boa dor de cabeça. Na hora de comprar o seu HD não é impossível ficar confuso com a quantidade de siglas envolvidas. É ATA, IDE, Ultra DMA? Qual é o correto?

Simplificando, ATA (AT Attachment) e IDE (Integrated Drive Electronics) são a mesma coisa. O termo IDE ficou mais conhecido, mas o primeiro é o mais correto. O Ultra ATA (ou DMA) tem uma performance melhor porque acessa diretamente a memória, pulando o processador, e por isso é mais rápido. O padrão Ultra ATA é o mais usado nos Macs atuais.



Teoricamente, qualquer HD IDE/ATA é compatível com o Mac. Porém, assim como acontece com a memória, boa procedência é fundamental. Maxtor (o principal fornecedor de HDs da Apple) e IBM são os mais indicados; mas outras marcas populares, como Samsung e Seagate, também não fazem feio.

Um fator importante é a velocidade de rotação do HD. Os que você irá achar mais facilmente estão na faixa de 4200 a 7200 rpm (giros por minuto). Também é bom verificar a memória cache embutida na placa controladora do HD, assim como os valores nominais de tempo médio de acesso e velocidade de transferência. E não se esqueça de verificar o mapa de jumpers antes de instalar, para não ter que ficar abrindo o seu Mac várias vezes e mudar o jumper na base da tentativa-e-erro.

Os Power Macs G3 azuis são os recordistas de problemas com HDs quando o barramento interno não bate. O padrão atual utilizado é o ATA 133, que é compatível com uma porta IDE ATA de 33, 66 ou 100 MHz. Os drives mais antigos trabalham com uma tensão de 5 volts no barramento, enquanto os atuais funcionam a 3,3 volts. Você pode colocar um HD dos novos em uma máquina velha, mas não dá para fazer o inverso. Por isso, antes de comprar um disco rígido não custa verificar no site do fabricante qual é o barramento do HD antes de instalá-lo no Mac.

Gravador de CD

Os Macs mais antigos não vêm com gravador interno de CD, o que nos dias de hoje seria uma omissão imperdoável. Com a razão custo/benefício mais barato em termos de mídia virgem, o CD-R é a melhor mídia de becape atualmente.

Existem duas maneiras de remediar esse problema. Gravadores externos (USB e FireWire) ou internos. Para os iMacs, a solução natural é um drive externo. As marcas são muitas (Sony, LaCie, Iomega, QPS) e as velocidades também variam bastante. Se o seu iMac tem uma porta FireWire, nem pense duas vezes na hora de escolher, já que a velocidade de transferência é muito maior que a do USB. (Nas últimas edições da Macmania analisamos alguns modelos de gravadores FireWire e USB; leia e escolha o melhor modelo para você.) Nos Macs de gabinete torre, a melhor opção é colocar um CD-RW interno. É preciso muito cuidado na hora da escolha, pois alguns modelos não conseguem dar partida na máquina (fazer o boot pelo CD de sistema). Alguns modelos testados pela Tecnoagil, como LG, Sony e Lite-on, não deram problema. Já os da HP, Samsung e Creative não corresponderam bem. Na dúvida, consulte o site da Roxio (www.roxio.com), fabricante do programa de gravação de CDs Toast. Se o drive desejado estiver na lista de compatibilidade do Toast, é porque funciona no Mac.

Memória

O padrão atual de memória dos Macs é o mesmo dos PCs e, por isso, encontrável em qualquer loja de informática de sua preferência. É claro que isso não quer dizer que qualquer pente de memória serve. Lembre-se: às vezes, o barato acaba saindo caro. Quem não se lembra do problema de update de firmware que fazia os Macs G4 simplesmente ignorar certas marcas de memória? Foi um Deus-nos-acuda! Alguns macmaníacos chegaram a "perder" 1 GB de RAM em minutos.

Por isso, compre pentes de boa procedência. Nós utilizamos sem problemas as marcas Memocom, Itaucom, Markvision, NEC e Samsung. Os iMacs mais antigos (Revisões A, B e C) usam RAM padrão SO-DIMM, conhecida por aí como "memória de notebook". É fisicamente menor que os pentes tradicionais e, infelizmente, muito mais cara. Outro limitador é que esses iMacs só aceitam pentes genéricos de até 128 MB, limitando a memória máxima a 256 MB (são dois slots). Para qualquer coisa acima disso, é preciso comprar memória exclusiva para esses modelos. Caso contrário, o Mac poderá ignorar a nova memória completamente, ou reconhecer apenas metade do pente.

Qualquer Power Mac G3 ou posterior aceita memória padrão PC-133, que é a mais comum neste momento (os G3 azuis e bege também aceitam o tipo PC-100). O custo varia muito, dependendo da marca - entre R$ 110 e R$ 250 por pente de 128 MB.

Placa de upgrade

A Passport é a representante da Sonnet no Brasil e tem uma grande diversidade de placas de upgrade para Macs recentes e antigos. As opções de atualização são várias, tanto na potência do processador como no preço. Basicamente, são dois modelos: Crescendo (para Macs não-G3) e Encore (para G3 e G4).Outra placa interessante é a Tango, que além de permitir instalar HDs IDE em Macs SCSI com slots PCI (como o 7600 e o 8600), de quebra implementa portas USB e FireWire nesses Macs. Para saber a lista completa dos produtos da Sonnet, visite o site da Passport (www.passportnet.com.br).

A Sonnet lançou na Macworld Expo de Nova York uma nova linha de placas de upgrade: Crescendo PCI G4 800 MHz, Encore G4 800 MHz/1 GHz para máquinas G4; Crescendo G4 500 MHz para PowerBooks G3/233; Crescendo G3 500 MHz para Power Macs 7200; Tempo Trio com portas USB 2.0, FireWire e drives ATA 133; Tempo ATA 133 Host Adapter, que aceita quatro discos ATA/IDE; e a placa Tempo HD, que já vem com um disco ATA 133 acoplado. A Passport já confirmou que trará as novas placas, mas ainda não tem uma data de quando elas chegam ao Brasil e nem o preço final.

Placas PCI

Nos Macs torre, existe uma possibilidade de expansão que os iMacs não têm. São as placas PCI. No caso de máquinas mais antigas (não-G3 ou G3 bege), é possível adicionar portas USB ou FireWire, o que por si só já vale o investimento. Um G3 bege com bastante memória e muito espaço em disco pode ser transformado numa ilha de edição de vídeo razoável com uma placa FireWire.

Placa de vídeo é outro upgrade muito interessante. Os modelos mais antigos não têm aceleradores gráficos potentes. Em tempos de Mac OS X, cuja interface gráfica exige horrores do processador, qualquer aumento de velocidade no redesenho de tela vale a pena. As placas ATI Radeon 700 para Mac são uma boa opção. Os principais modelos da nVIDIA (GeForce 2 MX e Ti 4400 e 4600) são compatíveis com Macs. Mas não fique todo assanhado, achando que qualquer placa vai funcionar. As placas "de PC" têm um barramento diferente e não rolam. Existe uma maneira de fazer a adaptação, mas não é algo que possa ser executado por qualquer um; leia como fazer no site Mac OS X Hints (www.macosxhints.com/article.php?story=20020712084851928).

Outro tipo de placa de vídeo usável em Mac é a linha 3Dfx - as antigas Voodoo. Essas placas têm um diferencial muito atraente: o preço bem acessível (R$ 450 ou menos). São excelentes para jogos (Unreal, Quake), sendo melhores que as da ATI nesse particular; mas a aceleração gráfica do Mac OS X não funciona nelas.
Uma pena. No Brasil, o distribuidor oficial da 3Dfx é a MacMarket (11-6101-3233).

Portáteis

Uma matéria sobre atualização não seria completa sem falarmos dos portáteis. Apesar de terem possibilidades de upgrade bem mais limitadas que as máquinas de mesa, os laptops mais antigos da Apple também podem ter uma sobrevida digna.

Os PowerBooks G3 (menos o da primeira geração) e os iBooks são todos compatíveis com o Mac OS X. Por isso, talvez valha a pena investir uma grana a mais para aumentar o espaço em disco (principalmente dos modelos mais antigos, que vinham com "espantosos" 4 GB de espaço) e a memória.

O padrão de memória dos portáteis é o SO-DIMM - o mesmo dos iMacs Revisão A, B e C - que, infelizmente, é o tipo mais caro. Antes de sair comprando desesperadamente, porém, verifique a quantidade máxima de memória que seu computador pode aguentar: por exemplo, os modelos Wall Street, de 1998, têm um limite de 192 MB. A limitação pode surgir porque a máquina não foi feita para ter mais memória, ou porque na época da sua fabricação não existiam pentes de maior capacidade. O site da Apple tem todas as referências necessárias para que você não fique com um pente de RAM valioso na mão sem ter onde pôr.

Quanto aos HDs, o padrão dos portáteis é o "IDE para notebook", muito menor e mais fino que os tradicionais para Macs desktop (12 ou 9,5 mm de espessura, dependendo do modelo). Os fornecedores oficiais da Apple são Toshiba e IBM, mas outras marcas, como Fujitsu e Seagate, também são compatíveis com os principais modelos.

Essas duas tarefas (aumentar a memória e trocar o HD), quando se trata de portáteis, não são para qualquer amador e suas chaves de fenda (à exceção do PowerBook G4 Titanium, que é relativamente amigável para abrir). A quantidade de peças a retirar e parafusos a desapertar em um laptop é grande; no iBook 500 MHz, são cerca de 30 parafusos só para trocar o HD.

Sem falar na fragilidade dos componentes miniaturizados. Nossa sugestão é deixar isso na mão de um profissional gabaritado. Mas há upgrades que você pode fazer facilmente. Nos PowerBooks e iBooks mais novos, instalar uma placa AirPort é fácil e não requer muita habilidade; é só retirar o teclado (iBook) e oito parafusos, mais a parte de trás (PowerBook G4 Titanium). O próprio manual do usuário da Apple ensina a fazer essa instalação. Esse é um upgrade que vale muito a pena, principalmente pela facilidade que se obtém de acessar a Internet de qualquer lugar da casa.



Outra atualização simples de fazer é através dos cartões PCMCIA (ou PC Cards ou CardBus, dependendo de quem fala com você). A vantagem é poder adicionar portas USB ou FireWire a modelos que originalmente não as possuem, como os primeiros PowerBooks G3, e assim poder usar periféricos externos de alta velocidade, como gravadores de CD. Todos os modelos de PowerBook G3 são compatíveis com esse padrão de cartão. No Mac OS X, instalar um cartão FireWire "de PC" da Kouwell foi ridículo de fácil: plugou, usou. O cartão não precisa de nenhum driver para funcionar e custa módicos US$ 89.



As opções são várias e literalmente abrem novas portas para o seu laptop velho de guerra.


Vale a pena?

Bem, atualizar um Mac pode ser uma tarefa complicada, que vai exigir tempo, grana e paciência. E por que passar por tudo isso? Uma simples resposta: Mac OS X.

A mais recente versão do sistema operacional da Apple é bem mais rápida que suas antecessoras e traz inovações que nenhum macmaníaco pode perder. Além disso, o desenvolvimento do Mac OS 9 pela Apple parou definitivamente, e vários aplicativos já estão entrando numa nova geração, com versões exclusivas para o X.

Com isso tudo, a defasagem tecnológica dos Macs parados no sistema clássico se fará sentir a partir de agora. Para fazer a conversão de sistema, porém, é imprescindível ter mais espaço em disco (só o sistema com seus aplicativos devora cerca de 1,5 GB) e muito mais memória (o mínimo para o OS X funcionar decentemente é 128 MB, e mesmo isso pode ser considerado pouco). Preenchendo esses requisitos, qualquer máquina da família G3 deverá se tornar utilizável com o OS X. Não vai virar um avião, mas nunca mais vai travar... e continuará recebendo aperfeiçoamentos no software no futuro a perder de vista.

Por isso, se você ainda acha que é possível tirar "leite" do seu Mac antigo, faça o upgrade de hardware e atualize o sistema. Caso contrário, só podemos receitar uma outra solução: comprar um modelo mais novo. Porque não vai dar mais para ficar de fora do Mac OS X.

Sergio Miranda e Daniel Roncaglia