Macmania

Placas de upgrade que colocam um processador G3 no coração de seu Mac são produtos que atraem muito o interesse de quem deseja ver seu pobre e velho Mac bege trabalhando como se fosse um jovem iMac. Mas sempre há uma questão flutuando no ar: vale a pena mesmo comprar uma plaquinha dessas? Para tentar responder a essa e a outras dúvidas, testamos um exemplar dessa categoria: a MAXpowr G3-L2, da Newer Technologies, voltada para Macs e Performas 5400, 5500, 6400, 6500 e 6360. Ela vem com clock de 300 MHz e backside cache de 1 MB.

Como plataforma de teste, utilizamos um Performa 6400/180 com 48 MB de RAM - uma máquina que ainda realiza as tarefas mais básicas de forma competente, mas que se arrasta quando é exigida.

Instalar a placa é muito simples, ainda mais no 6400, onde não é necessário abrir o gabinete. Primeiro, instale a extensão que vem num disquete e desligue o Mac. Depois, desplugue os cabos, solte os dois parafusos Philips que prendem o painel traseiro e puxe-o para fora pelas alças plásticas. A placa-mãe deslizará junto.

(O mesmo procedimento vale para os Macs das séries 6300 e 5500, mas neles a alça é uma peça móvel de arame, oculta sob o painel de plástico.) Em seguida, é preciso retirar cuidadosamente o módulo de cache L2 (se houver) da placa-mãe e colocar a placa de upgrade no lugar. E pronto. Só resta plugar os cabos e ligar o Mac de novo.

A placa tem apenas um dissipador de calor em um dos lados e a altura exata para caber nas placas-mães dos Performas. O chip G3 necessita de menos refrigeração que os anteriores, o que resulta numa placa de upgrade menor que as antigas

Com certeza, é uma experiência gratificante ver o Performa 6400/180 aqui da editora "achando" que é um G3. Parece outro computador. Janelas e painéis de controle abrindo com ótima disposição, programas iniciando mais rapidamente, redesenho de tela mais rápido... Enfim, uma máquina que conseguiu desobstruir muitas artérias e até pensa em voltar a fazer cooper.

De modo geral, essas tarefas rotineiras ficaram pelo menos 30% a 40% mais rápidas. Outras ações, no entanto, podem revelar uma melhoria bem maior.

Um teste com o Word 98 mostrou que a tarefa de repaginar (quando alguma alteração de layout era feita) um documento de 177 páginas, que levava mais de dez segundos no Performa 6400 original, passou a consumir apenas três segundos com o uso da placa. Ou seja, uma incremento de 70% na performance.

E a lerdeza no acesso ao disco, que é uma das coisas que mais perturbam nos Macs antigos, também melhora espantosamente. O que comprova que não era bem o HD que era fraquinho, mas sim a capacidade da CPU de extrair os dados dele.

Se falarmos de tarefas que exigem cálculos mais pesados, como ponto flutuante, a melhoria é ainda maior. Um teste feito com os filtros do Photoshop revela a diferença que uma placa de upgrade pode fazer. Pegamos uma imagem de 6 MB e aplicamos o efeito Radial Blur, que exige bastante de qualquer processador, e constatamos uma melhora no processamento de cerca de 160%. Enquanto o Performa tradicional executou a tarefa em 80 segundos, o Performa aditivado fez a mesma coisa em apenas 30 segundos - uma diferença de quase um minuto entre os tempos obtidos pelas duas configurações.

Maravilha, parece até um milagre! Bem, também não vamos exagerar. Realmente, a comparação entre o processador original do Performa e o da placa de upgrade mostra uma diferença brutal. O benchmark de CPU do Norton Utilities, por exemplo, revela uma pontuação de 261 para o chip PowerPC original contra 835 do G3; uma velocidade superior em mais de 300%. Se formos mais longe e utilizarmos o Norton para avaliar o processador de um iMac Revision A (Bondi Blue) de 233 MHz, veremos que a pontuação dessa máquina será algo em torno de 630, menor do que a da placa da Newer! Isso faz sentido, uma vez que o processador da MAXpowr é um G3 de 300 MHz.

Ao restartar com o novo processador, seu Mac ficará tão radicalmente mais veloz que não serão necessárias provas de que a placa funciona. Por via das dúvidas, eis o que você verá no programinha de teste que vem com ela. Apetitoso!

O primeiro impulso seria concluir que o Performa com upgrade ficou mais rápido do que o iMac. Mas não é bem assim.

Por maior que tenha sido a melhoria no desempenho do Performa testado, não há como afirmar que ele agora é equivalente a um iMac ou G3, embora possua o mesmo chip.

A razão é que, mesmo com o coração batendo mais forte e o cérebro pensando mais rápido, o resto do corpo continua devagar e as coronárias não deixam passar muito sangue. Explicando: a infra-estrutura do hardware continua mais lenta do que a existente nas máquinas mais recentes (em especial, o barramento que interliga tudo dentro do Mac e a memória RAM). Mas isso não é culpa da placa da Newer, que faz o seu trabalho muito bem.

Se a pergunta for: vale a pena comprá-la, aí o bicho pega. Se estivéssemos nos Estados Unidos, diríamos que sim, pois lá o produto custa menos de US$ 600, a metade do preço de um iMac. Mas aqui no Brasil o preço de lista é de R$ 2.296, devido às absurdas taxas de importação.

O problema é que, por esse preço, compra-se um iMac Revision A novinho em folha, que, no final das contas, tem um processador G3 de 233 MHz, mas oferece um desempenho geral bem melhor (além de estar na moda).

Por outro lado, o Performa possui os slots de expansão PCI, o conector SCSI e o drive de disquete, que foram abolidos no iMac, mas que ainda são muito importantes para muitos usuários. De qualquer forma, esse é o único ponto desfavorável ao produto, que é muito bom. Resumindo, a decisão de comprar ou não a MAXpowr G3-L2 depende do quanto vale para você manter seu Mac mais antigo.