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Macmania
Resenhas

Maçã na Sala de Aula

Graças à grande popularização da informática na década passada, virou moda em tudo quanto é escola e faculdade montar um laboratório de computadores. Nos EUA, a Apple sempre conseguiu abocanhar boa parte desse filão, por ter sido a própria empresa que criou o mercado educacional para computadores, ainda nos tempos do Apple II.

Investir para ganhar presença na educação tem duas vantagens óbvias: além das máquinas vendidas diretamente para as escolas (ninguém faz laboratório com apenas um Mac), forma-se público consumidor para o futuro. Só para ficar em um exemplo recente: no início do ano, o estado norte-americano do Maine adquiriu para suas escolas públicas 36 mil iBooks.

No Brasil, a coisa não é nem de longe assim. Num contexto local absolutamente dominado por computadores Wintel (PCs com Windows), os Macs sempre foram vistos como ferramentas de uma pequena elite ligada às artes gráficas e ao design. Tanto é assim que apenas os cursos dessas áreas, além da de propaganda, efetivamente têm aulas em laboratórios equipados com Macs.

Porém, engana-se quem pensa que a Apple Brasil não se preocupa com esse mercado. Nos últimos anos, a empresa tem tentado mudar o jogo e mostrar que o Mac é uma excelente ferramenta para ser usada em sala de aula. Segundo Marcelo Santos, Gerente Educacional da Apple Brasil, o número de Macs nas escolas tem crescido. "Nosso principal mercado ainda está nos grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Nas cidades pequenas, os PCs são maioria até nos nichos em que a Apple é forte, como DTP (editoração eletrônica); por isso, é mais difícil crescer. Mas a aceitação tem melhorado bastante", disse.

A Apple Brasil começou no último ano uma campanha de promoções para o mercado educacional que rapidamente se tornou um sucesso: reduziu os preços do iMac 500 MHz (modelo tradicional monobloco) e do iBook 500 MHz (sem gravador de CD). "Professores e estudantes puderam aproveitar essa facilidade para ter um Mac em casa também", disse Santos. "Agora em agosto, voltamos com a mesma promoção e a idéia é que ela se torne um programa fixo." A promoção, que se chamava "Apple Ensino", passou a se chamar Apple Volta às Aulas.

Mas nem só de promoções vive o departamento educacional da Apple. O projeto Olhar Digital mostra o Mac como mais do que apenas um computador: uma solução integrada de vídeo digital que é capaz de estimular o gosto dos estudantes por novas formas de ver o mundo. A idéia é simples: os alunos escrevem uma redação/roteiro sobre um determinado tema e as melhores são transformadas em um vídeo de um minuto de duração, usando o iMovie. O primeiro parceiro da Apple nessa campanha criada em 2001 foi a Secretaria da Educação do Estado do Espírito Santo. Os primeiros passos foram dados em março deste ano; as redações estão sendo avaliadas e logo os primeiros filmes serão feitos. "O melhor de tudo é ver nos rostos das crianças a alegria de estarem fazendo um filme. Elas percebem que podem fazer algo diferente", diz Marcelo. Outro projeto educacional é o Prêmio Apple de Criatividade Digital, que já existe há cinco anos. Alunos universitários dos cursos de Propaganda e jovens profissionais já empregados são convidados a criar uma peça publicitária para uma instituição ou ONG escolhida pela Apple.

Para termos certeza que o Mac está sendo bem aproveitado nas salas de aula e laboratórios, fizemos uma pesquisa com as principais instituições de ensino que utilizam os computadores da Apple. O espaço aqui não é suficiente para falarmos de todas elas; por isso, ressaltamos algumas que têm alguns diferenciais interessantes.


Mackenzie
Apple traz a solução




O Mackenzie, em São Paulo, é uma das instituições de ensino superior mais bem equipadas com Macs. Eles estão instalados no imponente prédio de Computação Gráfica Avançada. São quatro laboratórios com 100 Macs, sendo dois deles com 50 Power Macs G4. Os Macs são usados pelos alunos de Publicidade, Desenho Industrial, Jornalismo e Arquitetura.

O destaque do Mackenzie, além do grande número de Macs G4, é que eles compraram a solução completa de laboratórios educacionais vendida pela Apple. O software permite que o professor supervisione da sua máquina o que os alunos estão fazendo, podendo saber, por exemplo, quais aplicativos estão abertos. Outra coisa bacana na aula é que o professor pode fazer com que todos os "terminais" mostrem apenas a sua tela. Assim, ele explica como faz alguma coisa através do seu Mac.

Por enquanto, o Mackenzie ainda não mudou para o Mac OS X e o Apple Remote Desktop; permanece com o Mac OS 9 e o Apple Network Administrator (ANA), que é o antecessor do Remote Desktop. Porém, a universidade já está se preparando para fazer testes usando o novo sistema operacional. Um dos motivos para ela ainda não ter feito essa transição é que o QuarkXPress, programa de DTP e um dos mais usados nas aulas, ainda não foi portado para o Mac OS X.


Estácio de Sá
Agência de publicidade experimental

Outra faculdade que não usa seus Macs apenas nas aulas é a Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Via acordo com a Apple Brasil, eles desenvolvem a Agência de Publicidade Experimental Sapiens - projeto com 10 iMacs e um iBook. O projeto funciona como uma "empresa júnior": os alunos de Comunicação Social desenvolvem as tarefas como se estivessem mesmo em uma agência de publicidade. Trata-se da primeira agência-escola que só funciona com Macs.

Para a direção da faculdade, o resultado do projeto tem sido animador: em três anos já foram 15 prêmios, incluindo o Prêmio de Criatividade Apple 2001 por mais alunos inscritos, o que deu à Estácio três iMacs.

"Nossa participação neste Prêmio Apple e o consequente resultado obtido por nossos alunos trouxe para nós a atenção da Apple sobre a nossa Agência, que passou então a equipar e a ter também seu nome associado ao projeto", explica Marcelo Carvalho, coordenador de Projetos de Publicidade.

Recentemente, a Epson também entrou na parceria, para fornecer impressoras e câmeras. Além da agência-escola, a universidade tem outros laboratórios, com 51 iMacs e 6 G4, equipados com câmeras digitais, impressoras A3 e A4 e gravadores de CD.


Univali
Macs ao alcance de todos

A Univali (Universidade do Vale do Itajaí), em Santa Catarina, se destaca não apenas pelo número de Macs, mas pela forma como eles são usados. Em vez de só ficarem enfurnados nos laboratórios para que apenas alunos fucem as máquinas, parte dos Macs também é utilizada na biblioteca, aberta para o público externo. São cerca de 70 iMacs conectados à Internet. "Em 98, quando estávamos montando os laboratórios de Design e Publicidade, também queríamos equipar a biblioteca com computadores ligados à Internet. A solução foi usar iMacs, porque são máquinas mais resistentes, que podem ser usadas por muita gente. Além da vantagem de não terem leitores de disquete, impedindo de instalarem vírus. Mas o que pesou mais foi o fato de se tratar de uma plataforma amigável", lembra Luiz Salomão Ribas Gomez, coodenador dos cursos de Design Industrial.

Passados quatro anos, a avaliação do uso de Macs na biblioteca é positiva. A Univali está até negociando a compra de mais Macs. "É claro que tivemos problemas. Como estamos em Santa Catarina, a assistência técnica não é tão fácil. Mas no ano passado a Apple veio aqui, revisou as máquinas e fez treinamentos com o pessoal", diz Salomão.

Além dos Macs na biblioteca, há quatro laboratórios com 80 G4s e G3s, mais 30 iMacs distribuídos na administração da universidade. Nos laboratórios de informática aplicada há Macs também. "Usamos eles para dois projetos: genoma e censoreamento de navios pesqueiros", segundo Salomão. O que "vendeu" o Mac para o pessoal da informática aplicada foi o Mac OS X, baseado em Unix.


Palmares
Macintosh desde criancinha




Não é só nas faculdades que o Mac está presente: o Colégio Palmares, em São Paulo, utiliza Macs deste 1993. Hoje, a escola tem dois laboratórios: um com 27 iMacs e outro com 22 iBooks SE de 400 MHz (modelo antigo). Toda a administração da escola é controlada por Macs.

O laboratório de iMacs é usado por todas as séries, desde a pré-escola até o terceiro ano do ensino médio. Os quase 1200 alunos têm aulas de inglês, biologia e matemática. Há até um programa que, por exemplo, simula a divisão de uma célula. A turma mais velha também tem aulas regulares de informática, nas quais eles fazem sites, animações e vídeos com Flash, Photoshop e Dreamweaver. "Não adianta tornar o aluno um 'especialista em Word 6'. As ferramentas evoluem muito rápido; temos é que mostrar como usar o computador com criatividade", diz Hélio Marcos Toscano, diretor administrativo do colégio.

Neste segundo semestre, o Palmares estará reabrindo o laboratório de iBooks interligados via rede AirPort. Esses iBooks serão usados em atividades extracurriculares. A idéia é levar os portáteis para vários lugares, onde ajudem a desenvolver projetos acadêmicos de teor social.

Panamericana
O maior número de Macs em sala de aula




A Panamericana Escola de Arte e Design, de São Paulo, é a instituição de ensino do Brasil com o maior número de Macs. São 360 computadores repartidos em 12 laboratórios.

A escola tem mais de 3.500 alunos, divididos em três turnos. A escolha não é a toa: dos sete cursos oferecidos pela Panamericana, cinco têm design no nome. Os outros dois são o de Artes Plásticas e o de Desktop Publishing. Não há aluno da escola que passe por lá sem tocar em um Mac. Os programas didáticos dos cursos pedem aulas com os Macs.


O primeiro laboratório foi montado em 1985, na infância da computação gráfica. Alexander Lipszyc, diretor de Design de Interiores e de Computação Gráfica, conta que, naquele tempo, para a área gráfica o Mac era a única opção. "Hoje o PC está próximo, com os mesmos softwares. Ele é uma ferramenta gráfica também. Mas o Mac nasceu para a nossa área; tem uma facilidade de uso que o PC não tem". Lipszyc explica que na Panamericana não existe a idéia de laboratório. "As aulas são já com o Mac". Apenas os alunos do primeiro ano não usam os Macs, porque a maior parte da carga didática é teórica.

A escola não pretende mudar para o PC; o principal motivo é o custo de manutenção. "Mesmo os iMacs antigos conseguem rodar as últimas versões dos programas. Com PCs, teríamos que comprar máquinas novas todo ano. Não dá", diz Lipsyc.

O cenário para a plataforma da Apple nas escolas brasileiras está melhorando, um pouco a cada dia. Cada vez mais, educadores e alunos percebem a vantagem de usar o Mac, e não só para atividades criativas.

"O Mac OS X trouxe uma nova turma de estudantes e instituições que querem conhecer melhor nossa plataforma. Por ser um sistema construído numa base Unix, o OS X atraiu a atenção do pessoal de tecnologia e informática, que não é normalmente o nosso público", explica Marcelo Santos, da Apple. Agora é esperar que o Mac deixe de ser um computador de gueto no Brasil e vire também de estudante, como acontece lá nos EUA.

Sérgio Miranda e Daniel Roncaglia

Educação Apple-Brasil:
www.apple.com/br/educacional