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Dreamweaver 4



Sabe aquele cara que, quando você está fazendo seus JavaScripts, fica do seu lado falando que "falta colocar ponto e vírgula naquela linha"? O mesmo que olha para o layout que você está produzindo e reclama que "aquela linha vermelha está um pouquinho fora do lugar, uns dois ou três pixels..." Se você está com um sorrisinho na boca agora, é porque com certeza já sabe exatamente de quem estamos falando; se não, é bem provável que você seja o cara. De um jeito ou de outro, você vai gostar de saber o que a Macromedia preparou para a nova versão do Dreamweaver. Então, chega de enrolar e vamos ao que interessa.


Mais controle

Desta vez, em lugar de continuar transferindo as capacidades de edição manual do HTML para o modo visual (como o Quick Tag Editor, a janelinha que permite que você edite tags do HTML sem precisar ir para o Code Inspector), a Macromedia resolveu, pela primeira vez, investir realmente em capacidades para aqueles que preferem lapidar e editar todo o código (ou parte dele) na mão. Para isso, agora você pode escolher como quer a sua janela para edição das páginas direto na barra de ferramentas: três botõezinhos novos permitem que você trabalhe no modo visual como você sempre fez no Dreamweaver, em um modo novo só para escrever o código ou ainda com a sua janela dividida em duas partes, uma para o HTML e outra para edição visual - com preview em tempo real das alterações feitas no HTML.

Você ainda tem acesso a toda a literatura de referência da O'Reilly (ótima editora de livros técnicos) sobre HTML, JavaScript e CSS. Pressionando [?][F1], a referência é aberta diretamente no tag que você está editando. São três livros bem caros, inteirinhos, dentro do Dreamweaver e de acesso facílimo.

Para quem trabalha com JavaScript, as notícias também são boas: existe um depurador (debugger) para você acompanhar o valor de suas variáveis enquanto o script roda, e também uma listagem das funções que você estiver escrevendo, permitindo ir direto para qualquer uma delas.

Também surgiu um banco de dados de tags para você inserir os que quiser (para trabalhar, por exemplo, com markups proprietários) ou até editar as configurações dos já existentes. A única coisa que deixa a desejar é a impossibilidade de utilizar os objetos do modo visual no modo texto - uma maior integração entre os dois, como por exemplo o tag hint do Quick Tag Editor, no modo para edição manual.


Mais precisão

No "lado" visual, é preciso comemorar, abrir algumas champanhes! Já dá para criar, redimensionar e editar linhas e colunas de tabelas sem que o Dreamweaver "erre" a soma das colunas, como acontecia nas versões anteriores. É que foi incluido um terceiro modo de edição, chamado Layout View. Nele, duas ferramentas novas servem para que você crie e edite tabelas e células com precisão, inserindo até aquela boa e velha imagem transparente para "segurar" a tabela. Também dá para gerar botões e boxes de texto em Flash direto do Dreamweaver, e é possível baixar novos templates do site da Macromedia.

O Layout View é uma mão na roda, mas é difícil compreender a utilidade de uma ferramenta para gerar botões e boxes de texto em Flash. Pouco se vê disso por aí, talvez porque essa idéia vai contra qualquer princípio de acessibilidade. Afinal de contas, você cria todo um site em HTML e coloca um botão em Flash (que necessita do plug-in) para quê? Não dá pra entender. É o tipo de firula que não acrescenta nada ao seu site. Por outro lado, a Macromedia diz que um gráfico em Flash, por ser vetorial, muitas vezes é menor em tamanho de arquivo que um GIF ou JPG equivalente. Medo do SVG?

Mais colaboração

Outra mão na roda é uma janelinha nova, chamada Assets (que pode ser traduzido como "Recursos"). Nela você pode armazenar cores, imagens, links, pedaços de código HTML (libraries) e templates para serem reutilizados. É como o Library do Flash, onde você guarda seus símbolos. Esses recursos são salvos em um diretório à parte no site que você está editando e são compartilhados por outras pessoas que utilizem o Dreamweaver para editar o mesmo site.

Para trabalho em grupo, a integração com sistemas de controle de versão foi melhorada; agora você sabe quem está editando qual arquivo e pode enviar um email para a pessoa diretamente do Dreamweaver.

Neste aspecto, a Macromedia sempre mandou muito bem, facilitando o trabalho em equipe e trazendo ótimas ferramentas que aumentam a produtividade, integração e comunicação - coisa que falta em outros programas, o que sempre traz muito problema para os grupos de desenvolvedores.

Personalização x extensão

Quando você começa a fuçar nos manuais do novo Dreamweaver, percebe uma grande preocupação da Macromedia em explicar exatamente até que ponto vai a "customização" e onde começa a "extensão" do novo programa.

Pois bem: por customização entende-se a possibilidade de configurar o programa, alterar alguma coisa que já existe - dizer se os atributos vão ser escritos entre aspas e se a indentação vai ser de 2, 4 ou nenhum espaço. Neste sentido, agora é possível configurar os atalhos de teclado, menus e tudo o mais no programa, além do que já era possível fazer no Dreamweaver 3, abrindo e editando arquivos XML de configuração. É possível até carregar configurações imitando o BBEdit ou o HomeSite (para PC), por exemplo. Pode-se também personalizar a indentação e quebra de linhas dos tags inseridos. Por exemplo: ao inserir um parágrafo, você pode dizer quantas linhas serão quebradas antes e depois dos tags de abertura e fechamento do tal parágrafo. Para isso, é só editar o arquivo texto SourceFormat, que fica dentro do diretório Configuration do Dreamweaver.

Já extensão diz respeito à possibilidade de ir além. Incorporar novas capacidades às já existentes. Para isso existe o Extension Manager, que pode ser baixado do site da Macromedia. Utilizando esse programinha, você pode desenvolver ou procurar no site da empresa, na seção Dreamweaver Exchange, algumas extensões que lhe interessem.

Um grande passo?

Apesar de não termos atingido ainda o state-of-art de um programa para produção de sites, devemos admitir - nas palavras da própria Macromedia - que foi um grande passo nesse caminho. A criação de um espaço dentro do programa com funcionalidades próprias, voltado para quem faz HTML na mão, abre possibilidades imensas que devem ser exploradas nas próximas versões. Além disso, começamos a ver delineado um editor visual de HTML consistente.

O que preocupa é o fato de a Macromedia aparentemente ignorar o XML. Abrir um arquivo desses no Dreamweaver é uma piada: o programa ignora todos os tags e mostra um monte de texto na mesma linha. Tudo bem que estamos falando de um software para produção de HTML. Mas até quando?

Marcelo Perrone
Olha com carinho para XML, mas curte mesmo é a namorada dele.

Dreamweaver 4
Macromedia: www.macromedia.com
Preço: US$299

Pró Edição manual de HTML facilitada; "bug das tabelas" resolvido; recursos de trabalho em grupo; ótima documentação

Contra Se ele pudesse fazer em XML o que faz em HTML...