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Diablo II

Diablo não é exatamente um jogo: é um vício que, quando pega, é difícil largar. Quando a gente pensava que não precisaria mais ficar horas, dias inteiros na frente do computador por causa dele, vem a Blizzard e lança o Diablo II, na clara intenção de tornar o jogo um vício crônico, daqueles de você ir dormir e passar a noite (se é que ainda era noite quando se deitou) sonhando com seu personagem dando cacetadas e trucidando qualquer coisa que se mexa e não lhe dê bom dia.

Para quem nunca jogou a primeira versão e não sabe do que estamos falando, Diablo é o jogo ultra-bem-sucedido da Blizzard que leva o jogador a encarnar um herói no estilo medieval que tem como missão principal encontrar e matar o senhor do Mal, el Diablo. Você começa a aventura com armas, armaduras merrecas, nível 1 de experiência e tem que enfrentar monstros, magos, insetos, zumbis, caveiras e outras entidades fantásticas. Matar é imperativo para a sua sobrevivência nessas terras selvagens. A cada criatura vencida você ganha mais experiência, e em diferentes locais você encontrará moedas de ouro, armaduras, itens mágicos e poções que facilitarão a jornada. À medida que a história avança, você se vê cada vez mais poderoso, assim como os seus adversários.

Esse ainda é o espírito de Diablo II, que agora vem com três CDs (um instalador, um para jogar e outro com filmes) para abrigar cenários mais variados e maior tempo de jogo, para felicidade ou desespero dos amantes do game (a versão que testamos é tanto para Mac quanto para Windows). Por isso, abra espaço em seu HD, pois a instalação mínima é de 600 MB (um jogador), 900 MB (jogo em rede) ou 1,5 GB (completa).

Se você acha que, na primeira versão, a jornada até o encontro com Diablo era curta demais, agora provavelmente não vai ter a mesma sensação. O jogo está bem mais longo e foi dividido em quatro atos, sendo que cada um é dividido em seis missões (Quests) diferentes.

Um mouse de dois ou mais botões é bastante recomendável, pois facilita bem o jogo, principalmente as batalhas. Isso porque foi incluída uma janela de configuração de comandos para mouse (e teclado também) que possibilita atribuir funções para cada botão.

Finalmente seu personagem pode correr, em vez de só andar. A contrapartida disso é que ele também passa a contar com um determinado nível de resistência (Stamina) que diminui durante a corrida (mas aumenta quando se anda ou está parado). Só nas cidades é possível correr sem perder o fôlego. Em Diablo II, é possível utilizar o mesmo personagem em qualquer tipo de partida (menos no modo Battle.Net, o servidor de batalhas via Internet). No jogo solitário, toda vez que você retoma a sua aventura, as regiões mapeadas voltam ter criaturas, mesmo que seu personagem tenha feito uma faxina geral anteriormente.

Para muitos, a grande graça de Diablo está nas partidas em rede ou online. Por isso, a Blizzard melhorou o jogo em rede, para satisfação principalmente de quem gosta de se aventurar na Battle.Net (servidor de jogos via Internet). Na nova versão, existe a opção de fazer troca de itens entre personagens. Chega de combinar um escambo com alguém, colocar o ouro no chão e ver o salafrário ir embora com sua grana! Com o recurso Trade Items, é possível examinar um item e oferecer algo em troca. A operação só é completada se as duas partes clicarem no botão Accept. A Blizzard ainda foi mais longe e criou uma página de leilão na Battle.Net chamado dBay, onde as pessoas podem vender seu item pela melhor oferta.

Outra mudança importante é que nenhum personagem pode lutar com outro antes de atingir o nível 9, para que os novatos possam começar suas partidas tranquilamente sem ter que encarar jogadores mal-intencionados já de início. Quando estiver numa equipe (party) há a opção Consent, que permite que outro jogador recupere os itens de alguém que morreu e tem dificuldades de voltar ao ponto onde o corpo está estendido.


O lado ruim

Desta vez, a Blizzard Entertaiment procurou fazer a coisa certa e lançou a nova versão do jogo para Mac apenas com uma pequena defasagem em relação à versão de Windows, ao contrário da outra, que saiu quase dois anos depois. Mas, como se diz por aí, a pressa é inimiga da perfeição. A empresa incluiu no Diablo II diversos recursos visuais que só podem ser vistos em sua plenitude com placas de aceleração 3D. Infelizmente, as placas Xclaim VR 128, Nexus 128 e RAGE Orion - ou seja, toda a linha de produtos que usa o chip RAGE 128, instalados em computadores G3 ou G4 - e a Voodoo II não conseguem tirar muito proveito desses recursos. Isso é um erro feio da Blizzard, que obriga os proprietários de iMac, G3 azul ou G4 a se contentar com gráficos com apenas 256 cores (em vez de milhares ou milhões de cores). Porém, só com aceleração RAVE será possível habilitar o modo de visualização com perspectiva, o que é interessante, mas não fundamental. Nem mesmo a inclusão de suporte a OpenGL resolve. Pior, parece deixar o jogo mais lento. No final das contas, talvez seja melhor optar pela emulação por software, que parece fazer o jogo rodar mais suavemente. O jeito mesmo é ficar na cola da Blizzard ou da ATI para que lancem um update de correção.

A Blizzard recomenda como configuração mínima um Mac equipado com processador G3 e pelo menos 96 MB de RAM (o jogo ocupa um mínimo de 72 MB). Porém, diante dessa falta de suporte a aceleração gráfica, até mesmo um iMac DV SE com chip G3 de 400 MHz pode enfrentar momentos de lerdeza nos momentos em que houver mais ação, ou seja, na hora em que houver mais inimigos ao seu redor, o que, definitivamente, não é bom. Já num iMac 233 MHz os surtos de lentidão podem ser mais frequentes. Os mais corajosos podem tentar se aventurar num 8600 de 300 MHz, mas provavelmente verão momentos em câmera lenta; mas dá para encarar. Há também um bug ocasional: se o personagem morrer, pode acontecer de seu personagem não ser ressuscitado na cidade. Em vez disso, ele aparece vivo no mesmo lugar onde faleceu mas não consegue fazer nada. Daí, o jeito é fechar o jogo e abrir a sessão de novo. O cadáver vai aparecer na cidade. Vai para o trono?

Apesar desses deslizes, o pessoal da Blizzard está de parabéns, pois conseguiu a proeza de criar um jogo melhor e mais surpreendente do que o original, que já era muito bom. Pena que isso signifique passar muitas noites em claro. Mas quem precisa dormir?

Diablo II
Blizzard: www.blizzard.com
Preço: US$ 50 (EUA)

Márcio Nigro
Não dorme há três semanas.

Pró Ótimos gráficos; modo multiusuário é empolgante; viciante



Contra Problemas no suporte a placas de aceleração gráfica ATI Rage; viciante demais