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Por que não abre?

Confira as razões que podem levar um arquivo a empacar

Depois de "Qual é o seu email?" e "Tem maquininha de preencher cheque?", a pergunta mais frequente da modernidade é: "Por que não consigo abrir esse arquivo?" Normalmente, tudo o que você precisa fazer é duplo-clicar o documento e correr para o abraço. Porém, há momentos em que esse método intuitivo não rola, principalmente se o item em questão tiver sido mandado por um usuário de Windows. Mas isso pode acontecer mesmo que ele tenha sido criado num programa de Mac. A solução para casos dessa natureza pode ser fácil, difícil ou impossível. Veremos a seguir as causas e soluções mais comuns para o problema.

Programa certo

Há uma probabilidade muito boa - digamos, de 100% - de o documento não abrir se não houver em seu Mac algum programa compatível. Por exemplo, se você recebeu um arquivo .psd e não tiver instalado o Adobe Photoshop, é provável que ele não abra.

No entanto, é preciso ter em mente que, na maioria dos casos, um documento pode abrir em vários programas que não o seu criador, mesmo que isso não aconteça automaticamente quando você der um duplo-clique. Digamos que você receba um texto criado no Word (.doc), mas não tenha o Word instalado no Mac. O AppleWorks 6.2, por exemplo, abre documentos de Word e Excel e é uma boa alternativa para quem não está numas de desembolsar grana no Office 2001 ou no novo Office v. X para o Mac OS X.



No mundo DOS/Windows existe algo chamado extensão de arquivo. São os três caracteres que vêm no fim do nome do documento, precedidos de um ponto (.jpg, .mp3 e coisa e tal). Essa extensão informa ao sistema operacional qual é o tipo de arquivo, para que ele e os aplicativos saibam do que se trata. Isso implica que a ausência da extensão simplesmente impossibilita o uso do documento. Para piorar, cada extensão de arquivo é associada a um único programa para abri-la, independente de cada documento ter sido criado ou não por outro aplicativo. Assim, pode acontecer de você gerar uma imagem .tif no Photoshop e perceber que, quando dá um duplo-clique no ícone, ela insiste em abrir no Corel Photo-Paint. Você só pode mudar essa associação no Windows de uma forma geral, para todos os arquivos que tenham a mesma extensão. Assim, se você alterar a associação da extensão .tif para o Photoshop, todos os arquivos .tif criados no Photo-Paint também passarão a abrir no Photoshop quando duplo-clicados.

O Mac OS clássico (até a versão 9.x) não requer extensões nos nomes dos arquivos, pois tem um esquema bem mais inteligente e prático para indicar as associações (leia o box sobre o Mac OS X, virando a página). Todo documento gerado dentro do Mac OS clássico contém dois códigos embutidos invisíveis, conhecidos como Creator (Criador) e Type (Tipo). O primeiro diz em que programa foi criado o arquivo e o segundo é similar às extensões do Windows, informando o tipo do arquivo.



A vantagem de haver dois códigos separados e invisíveis é que você pode nomear o documento do jeito que quiser e não precisa se preocupar se ele será aberto no programa em que foi criado ou em outro, evitando maiores confusões. Quando um documento vem do Windows, os códigos de tipo e criador não existem e o Mac OS não sabe qual programa está associado ao arquivo na hora de abri-lo. Aí, o sistema mostra uma lista de aplicativos para você escolher o que deve abri-lo.

Troca-troca

Para facilitar a identificação de arquivos vindos de fora, o Mac OS 9 conta com o painel de controle File Exchange (Intercâmbio de Arquivos). Normalmente, você não precisa se preocupar com ele, pois tudo já está lá, configurado direitinho. Mas, a título de curiosidade, aqui vai uma breve explicação de como funciona.



  1. Abra o painel, pelo menu da maçã.
  2. Clique na aba PC Exchange (Intercâmbio PC) e veja se as duas caixinhas estão habilitadas no alto da janela.
  3. Abaixo, você verá três colunas:
    · PC Extension (Extensão PC) - Extensão de arquivo de PC.
    · Application (Aplicativo) - O programa que abre automaticamente o arquivo com a extensão mostrada no campo anterior.
    · File Type (Tipo de Arquivo) - Código de Type do arquivo no Mac OS (é nomeado sempre com quatro caracteres e discriminando-se entre minúsculas e maiúsculas).
    Com isso, toda vez que você tentar abrir um arquivo com extensão de PC, mas sem as informações de criador e tipo, o Mac OS irá conferir a lista do File Exchange para ver qual programa pode ser associado a ele.
  4. Se alguma extensão de arquivo de PC não estiver listada, é possível adicioná-la manualmente. Para isso, basta clicar no botão Add (Adicionar).
    Se a extensão já estiver listada, porém associada a um programa que não o de sua preferência, use o botão Change (Alterar).
  5. Na janela que surge, são apresentados todos os programas instalados no Mac. Tudo o que você precisa fazer é digitar os três caracteres da extensão no campo Extension, selecionar o programa que abrirá o documento e clicar em Adicionar ou Alterar.
    Se você quiser apenas mudar o programa associado a uma extensão, clique em Change e repita o processo.



Mac OS X: Meio Mac, meio Windows

O Mac OS X - o novo sistema operacional da Apple, para quem acabou de chegar ao planeta - tem detalhes importantes diferentes do Mac OS "clássico" (como as versões anteriores são conhecidas agora). Optou-se por adotar o mesmo tratamento às extensões de nomes que existe no Windows. (De modo geral, as extensões têm a mesma função dos códigos Type do Mac OS clássico.) Ao mesmo tempo, a Apple preservou no OS X a compatibilidade com os códigos Type e Creator, de modo que qualquer documento gerado no ambiente Classic será lido levando-os em conta. Porém, muitos programas nativos do OS X, inclusive alguns da própria Apple (o Preview, por exemplo), ignoram essa informação e só levam em conta a extensão no nome - o que faz, no final das contas, com que os arquivos acabem necessariamente precisando de extensões... como no Windows.



A implementação das extensões no OS X, apesar das muitas semelhanças com o Windows tem algumas vantagens. O padrão no OS X é a extensão ficar escondida do usuário. Ela é visível na janela Show Info; no Finder, só aparece se não for conhecida por nenhum aplicativo instalado, se houver dois arquivos na mesma pasta que diferem só pela extensão, ou se houver outra extensão válida antes da extensão "de verdade". Essa última opção foi criada para evitar casos de vírus escondidos por extensões aparentemente inofensivas (por exemplo, clique-me.doc.pif), algo muito comum no mundo Windows. O Mac OS X mostra automaticamente a extensão final se houver outra válida antes dela no nome. Possíveis erros do usuário geram um alerta. Se você tentar alterar a extensão de um arquivo, aparecerá uma caixa de diálogo pedindo confirmação e alertando para as consequências presumivelmente funestas de se colocar a extensão errada.

A intenção da Apple é dar um fim no sistema Type/Creator, alegando como motivo a maior compatibilidade com o mundo Windows. Boa parte da comunidade macmaníaca acha que isso é um passo para trás, uma vez que o sistema do Mac OS clássico é inquestionavelmente mais inteligente. Mas, como o Mac OS X está sendo construído "com o carro andando", muita coisa ainda pode acontecer nessa novela. Não perca o próximo capítulo.

Culpa da Internet

Arquivos transmitidos pela Internet também podem ser uma fonte de problemas. Qualquer mensagem de email - incluindo os documentos anexados - é codificada na hora do envio e decodificada quando chega no seu programa de email. O problema é que, por causa disso, os arquivos "atarrachados" podem chegar zoados e não será possível abri-los.



O melhor jeito de evitar isso é sempre enviar (e pedir para que os outros lhe mandem) arquivos comprimidos no formato StuffIt (se o destinatário usar Mac) ou no Zip (para Windows). Para facilitar essa tarefa, programas de email como o Outlook Express ou o Entourage, da Microsoft, sabem "estufar" os arquivos anexados automaticamente. Já para "zipar" um documento no Mac, é preciso utilizar o StuffIt Deluxe (www.aladdinsys.com), pago, ou o ZipIt (www.maczipit.com), shareware.

Um recurso interessante do Mac OS que pode ser útil nessas horas é o painel de controle Internet. Além de guardar as suas principais configurações de Internet (email, senha, browser padrão etc.), ele também oferece funções semelhantes às do File Exchange, só que aplicadas aos arquivos que são baixados da Web ou que chegam por email. Esse painel nada mais é do que o velho shareware Internet Config, que foi comprado pela Apple e incorporado ao Mac OS 8.5. Se você usa um sistema mais antigo, é altamente recomendável baixar o shareware original, que está na versão 2.5.

  1. Clique na aba Avançado (Advanced) e depois selecione a seção Mapping (Mapeamentos).
  2. Aqui você vê três colunas: Extension, Description e Application (Extensão, Descrição e Aplicativo); a última informa o software associado. Para acrescentar ou alterar itens, basta seguir os mesmos procedimentos utilizados no File Exchange.
  3. Dica para quem está usando o Mac OS 8.6 ou anterior: a aba Advanced só aparece se você for no menu Edit > User Mode (Editar > Modo de Usuário) e selecionar a opção Advanced (Avançado).

Corrupto!



Quando nenhum dos procedimentos descritos anteriormente funcionar para abrir um arquivo cujo tipo você conhece, é porque ele provavelmente está corrompido. Isto significa que, por algum motivo (normalmente um pau feio ou um problema na transmissão), ele foi danificado e não tem como ser utilizado.

Nesse caso, o jeito é usar um reparador de disco, como o Norton Disk Doctor, na esperança de ser um problema corrigível, mas as chances geralmente são poucas. Se alguém lhe tiver passado o arquivo, peça para mandar outra cópia.

Ufa!

Percebeu que abrir um arquivo pode não ser tão fácil como coçar o nariz? Porém, com as dicas que passamos aqui, você poderá contornar a maioria das situações. Agora, se o arquivo estiver zicado, nem com reza braba para Exu Tranca-Rede. Nesse caso, milagres não acontecem.

Márcio Nigro