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Operadoras querem competir com iPod

por Emerson Rezende

Já faz alguns meses que se iniciou uma discussão na mídia especializada sobre o possível impacto poderia ter sobre o (até agora impecável) desempenho do iPod a adoção de uma tecnologia de transmissão e armazenagem de músicas digitais por parte das operadoras de telefonia móvel.

A notícia veio à tona (não por acaso) em junho desse ano, quando se falava sobre uma provável parceria entre a Motorola e a Apple. Os celulares da primeira carregariam uma versão do iTunes para telefonia móvel, o que permitira a seus telefones transferir arquivos MP3 por meio de conexões USB e Bluetooth. O otimismo da Apple e da Motorola era tamanho que chegaram a estipular que até 2005 o casamento seria consumado.

Contuto, especialistas diziam na época que as operadoras não iriam gostar nada disso. Se não houvesse qualquer possibilidade de receberem algum dinheiro para prestar tal serviço, a parceria certamente seria inviável. Mas uma declaração feita recentemente pelo presidente e CEO do Warner Music Group, Edgar Bronfman, durante o UBS Media Week Conference indica que esse jogo de interesses está longe de se definir.

Bronfman acredita que os celulares realmente podem ser um rival à altura da virtual hegemonia do iPod em vários países da Europa, América do Norte e Ásia e que, com isso, operadoras como a Vodafone poderiam se tornar as maiores distribuidoras de canções digitais do mercado. Essas empresas ofereceriam diversas vantagens, segundo Bronfman, como uma rede segura e praticamente à prova de pirataria, além de terem uma base de distribuição muito maior que os 5,7 milhões de iPods vendidos pela Apple em todo o mundo até hoje.

"A razão de ainda não existir um único formato universal de arquivo digital de música é, em parte, culpa da própria indústria fonográfica, onde trabalho. Mas acredito que Steve Jobs seja o maior responsável por essa situação", disse Bronfman. "Convencer Jobs a fazer algo que não está entre as coisas em que acredita, é uma tarefa hercúlea. E sei muito bem do que estou falando. Ele não quer interoperabilidade. Mas acredito que a interoperabilidade virá, pois os próprios consumidores vão exigir isso".

Bronfman traçou uma comparação entre a indústria musical de hoje e a cinematográfica dos anos 80. "Naquela época, o valor agregado do conteúdo dos filmes cresceu justamente por causa do crescimento dos canais de distribuição que foram abertos com o advento da fita VHS. É por isso que acho que a indústria fonográfica está para constatar uma repetição desse processo".