Em um Carnaval de seis anos atrás, o colunista Zé Simão, da Folha de S.Paulo, desistiu de viajar e decidiu que naquele ano passaria os dias de folia na capital, onde mora. Durante os quatro dias, o principal programa dele e de uma amiga foi ir até a locadora mais próxima alugar filmes. Numa das voltas para casa ele cravou uma das suas: “Bloco de paulista é blockbuster”. A frase, lógico, virou jargão. Pura piada, já que José Simão é um apaixonado pela cidade onde nasceu e se tornou um dos jornalistas mais reconhecidos, graças a sua verve ácida e bem-humorada e ao personagem que criou para si mesmo: o macaco Simão.
Além de gostar de São Paulo, Zé Simão também gosta de morar bem. Um pouco porque aprecia a cultura de estar em casa, e muito por conta do trabalho. É na cobertura onde vive, no bairro Jardim Paulistano, que ele fica a maior parte do tempo. A rotina é espartana. Ele levanta todos os dias às 7 horas e se aboleta no escritório ao lado da sua suíte. Depois de devorar todos os jornais e as principais notícias pela internet, entra no ar ao vivo pela Rádio Band FM. O personal trainer chega logo depois e carrega Simão para a caminhada diária pelos arredores do prédio. No caminho, as reações se repetem, só mudam os personagens: pessoas acenam do outro lado da rua, gritam de dentro dos carros, aplaudem, chamam de “esculhambador”. Simão responde a todos, sem sonegar sorrisos e nem diminuir o passo acelerado. De volta ao prédio, ele se exercita durante uma hora. “Macaco para ficar gato tem que malhar”, diz, e gargalha. Mais uma, e como sempre, de rápido e surpreendente improviso.
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Abaixo, a luminária na mesinha é Philippe Starck. À dir. uma das torres Eiffel é inflável, o abajur é da Via e a foto, de João Wainer |
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