Até outro dia, Caio Blat era um menino. Não na idade - o ator está com 29 anos -, mas nos personagens que interpretava: "Tinha um rosto que facilitava isso, mas busquei, queria começar a fazer adultos", conta ele.
No cinema, finalmente encontrou papéis que condizem com sua faixa etária. Em As Melhores Coisas do Mundo, de Laís Bodanzky, ele é um professor que quebra protocolos e atrai a admiração dos alunos. "Peguei meu antigo livro de Física e fiquei recordando dos meus professores que eram mais diretos, que tratavam a nós, adolescentes, como iguais." Mas a principal inspiração foi um parente: "Era meu tio Rubens que me fazia pensar além. Passava os fins de semana com ele. Ele me ensinou a cozinhar, algo que adoro fazer até hoje", conta.
Caio lembra também que na preparação para o filme teve de ficar 50 minutos conversando sozinho com o elenco jovem, todos estreantes no cinema. "Não sabia por onde começar, mas falei de coisas inusitadas de quem cresceu no meio artístico e vi que poderia usar o interesse deles pelo Caio ator para o professor." E ele ficou satisfeito com o que viu na garotada: "É uma geração adorável, viciada em informação e com muita fome de viver. Foi um desafio para mim, que lia enciclopédia na escola, atrair a atenção dessa meninada que vive uma realidade digital".
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Outra produção em cartaz atualmente, Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos, traz Caio como um escritor trintão, frustrado e atormentado pela desconfiança de estar sendo traído. Sua mulher, a atriz Maria Ribeiro, faz a esposa do personagem. "Foi uma sensação que não imaginava que fosse sentir, mas acho que tiramos de letra", revela o ator, sobre as cenas de sexo que os dois vivem na telona. Ele confessa que chegou a ficar constrangido: "É muito estranho, pois tem uma verdade no olhar de desejo".
Fora do trabalho, a vida adulta também bateu à porta de Caio no último janeiro, quando Maria deu à luz Bento, primeiro filho dele e segundo dela. "É um amadurecimento, o foco passa a ser outra pessoa. O importante agora é o que ele vai sentir, o que é bom para ele." E em alusão ao título do filme de Laís Bodanzky, completa: "A melhor coisa do mundo para mim, hoje, é a minha família".
"O foco passa a ser outra pessoa. O importante agora é o que ele vai sentir, o que é bom para ele", diz Caio, sobre o filho, Bento