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Tese
Caymmi e a bossa nova Biógrafa de Dorival afirma que compositor antecipou a modernidade desenvolvida por João Gilberto
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Após a bossa nova, obra de Caymmi deixou de ser enquadrada em rótulos regionais
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AO RESSALTAR A EXTREMA musicalidade de João Gilberto, em texto escrito para a contracapa do primeiro LP do cantor (Chega de Saudade, 1959), Tom Jobim (1927-1994) referendou sua opinião com uma observação na qual dizia: "Caymmi também acha". A referência não era gratuita, como prova a biógrafa e neta do autor, Stella Caymmi, Caymmi e a Bossa Nova (Ibis Libris, 144 págs., R$ 35)
Baseado na tese acadêmica O Portador Inesperado - A Obra de Dorival Caymmi, defendida pela autora em 2006, o livro sustenta que o compositor, projetado nos anos 30, antecipou com harmonias inovadoras e inclassificáveis a modernidade desenvolvida por João Gilberto nos anos 50. Ela parte dos fundamentos da Estética da Recepção, teoria literária surgida na Alemanha em 1967, para mostrar como o surgimento da Bossa Nova, em 1958, alterou a percepção da obra de Caymmi, até então enquadrada em rótulos regionais. Embora nem sempre Stella se livre das armadilhas da linguagem acadêmica, sua abordagem é original. Mauro Ferreira |
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