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Texto de Marta Góes demonstra que o importante é cumprir os sonhos |
EM CARTAZ em São Paulo, A Reserva é o que se pode chamar de um espetáculo seguro, em que tudo é correto, do texto ao cenário, passando pela direção e pela atuação. Ao se perceber que uma das personagens em cena é a empregada, já é possível prever que ela é quem provocará os momentos de humor. Nada sai dos trilhos e, se não há grandes saltos emocionais para o público, também não há nada que possa chateá-lo.
Vera (Irene Ravache) é uma viúva que resolve realizar um sonho: ter seu próprio restaurante. Enquanto ela se mostra cada vez mais decidida a fazer o que quer, mesmo que isso a leve à falência, o filho Zeca (Evandro Soldatelli) vai desistindo dos seus desejos para manter as aparências e o dinheiro. Entre os dois, há a empregada Madalena (Patrícia Gasppar).
A peça escrita por Marta Góes e dirigida por Regina Galdino é uma demonstração de que o importante é cumprir os sonhos, mesmo que se vá contra a corrente e se pague um preço alto. A idéia para lá de batida ganha força ao ser defendida por Irene Ravache, que parece falar da própria carreira por meio da personagem. A atriz, em grande momento, faz mudanças sutis na voz e na postura para mostrar o envelhecimento de Vera, sem o recurso de mudanças no figurino e na maquiagem. Ela faz do arroz com feijão teatral um prato especial.
Aina Pinto
Teatro Cosipa - av. do Café, 277, São Paulo, tel. (11) 5070-7018. Até 31/08.